Capítulo vinte e cinco

1.1K 219 100
                                    

Minha irmã tinha o poder de desaparecer com minhas coisas

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

Minha irmã tinha o poder de desaparecer com minhas coisas. Já perdi as contas de quantas vezes encontrei meus pertences revirados em seu guarda-roupa. Ou também na forma como ela conseguia sumir com meu carregador do celular. Eu precisava ficar revirando suas coisas até encontrá-lo em lugares aleatórios. Era horrível.

Grunhi, mexendo nas suas caixas. O quarto de Júlia era como uma montanha de entulho. Não era bagunçado, mas a sensação era de que eu estava entrando dentro de uma casa de acumuladores. Havia seus itens de pintura, papelaria, costura, um monte de tecidos e outras coisas de artesanato. Era uma bagunça de quarto com ateliê.

— Júlia, preciso do meu carregador! — Abri uma gaveta, encontrando um monte de bijuterias. — Onde você colocou?

Ela apareceu na porta do quarto com os olhos presos no celular.

— Você me ouviu?

— O quê?

Repeti minha pergunta e completei:

— Você pode parar de olhar esse celular e me responder? Mamãe vai me ligar daqui a pouco, a bateria tá acabando.

Ela resmungou alguma coisa. Suspirei e continuei a procurar. Encontrei o carregador em cima de uma caixa de tintas. Júlia ainda estava parada na porta com os dedos digitando no celular. O que deu nela?

— Por que você não tira os olhos disso?

Minha irmã bufou e sentou na cama, ignorando minha pergunta.

— Por que ela fica mandando mensagem como se nada tivesse acontecido?!

— O quê? Quem?

Ela me entregou o celular. Sentei ao seu lado.

Erika: Sei que você acha isso uma droga e não quer conversar comigo, mas a gente precisa encarar isso de uma vez por todas. Só estou querendo ajudar.

— Inacreditável, né? — Pisquei sem entender. Não vi o que tinha de errado na mensagem. Erika estava certa, Júlia precisa conversar com ela em algum momento. — Simplesmente vem bancando a boazinha pra cima de mim como se não tivesse me destroçado há um ano. O que essa menina tem na cabeça?

— E o que você vai dizer?

— Nada, Axel! — Ela encostou sua cabeça no meu ombro. — Não consigo. É muito injusto ela fazer isso comigo quando eu estou finalmente seguindo em frente. Eu estava começando a me acostumar com a ideia de o papai casar, mas aí ela vem com essas mensagens para cima de mim, atrapalhando tudo. Eu tinha o plano de ignorar ela no casamento, mas pelo jeito não vai dar certo.

Massageie seu cabelo. Erika não estava mandando as mensagens por maldade, elas apenas vieram no momento errado.

Mas será que existe algum momento certo?

— Você já conversou com o papai?

Ela levantou a cabeça. Se estava começando a se acostumar com o casamento, devia ter falando com ele.

Frangos Explosivos [Completo]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora