Parte cinco: Chaves.

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Coloquei as roupas um pouco apertadas, o básico, calça jeans e uma blusa de flanela masculina, liguei a torneira e a água fria correu pelos meus dedos, joguei no rosto, estava com olheiras e um arranhão perto dos lábios, meu pescoço estava vermelho com algumas manchas roxas, o que eu vou dizer? Nem pensei muito, só peguei o pacote de batatas e coloquei a mochila nas costas, abri a porta bem devagar, ele estava de bruços na cama, ocupando mais da metade dela, respirei fundo e segui lentamente até a saída do quarto, o relógio apontava 5:30 da manhã, e daqui a alguns minutos o turno da minha mãe acabaria, quando eu saísse dali iria direto para a Starbucks, como tinha prometido a ela, e obviamente o Tyler estaria debruçado no balcão ainda dormindo.

-Onde você tá indo Clark?

Paralisei já com a mão na maçaneta, virei forçando um sorriso enquanto ele se sentava na cama.

-Embora.

-A pé?

-Merda - revirei os olhos lembrando que a casa do Justin era quilômetros da minha - pode me dar uma carona?

-Tu quer que eu saia a essa hora?

-Exatamente.

-Só saio depois das 9

-Então eu me viro - abri a porta e sai do quarto, pisquei várias vezes até meus olhos se acostumarem com a claridade –

-Ei - era ele colocando o rosto para fora do quarto.

-Não preciso mais de carona.

- Não vim falar isso. - disse com um sorriso irônico - não deixa ninguém te ver beleza.

-Sim senhor - desci pelas escadas enquanto ouvia sua risada - vagabundo.

A porta estava trancada, ou apenas era muito pesada, lembrei do esforço que o Chaz tinha feito para abri-la, e enquanto a forçava senti alguém se aproximando.

-SEGURANÇA! - dei um paço para trás e me virei devagar para olhar quem estava gritando, era uma mulher baixa de cabelos ruivos encaracolados, estava com roupas formais e um ar de medo misturado com espanto. 

-O que aconteceu? - um homem alto chegou correndo na sala - de novo isso...

-Moço, desculpa, é que eu já tava de saída você pode...

-Pode ir Dina, eu resolvo isso - falou me atrapalhando.

-Tem certeza?

-É só uma garota.

-Depois eu quero o relatório do ocorrido - disse enquanto desfilava saindo do cômodo.

-Você deve ser mais uma namoradinha do Justin, não é? - verificou se Dina já estava longe - eu te fiz uma pergunta. - disse voltando o olhar para mim –

-Não, sou só uma amiga - me afastei devagar para que ele pudesse abrir a porta.

-Mais cuidado quando sair novamente.

-Novamente?

-Se você é uma amiga sim, agora se for outra coisa - tirou um molho de chaves da bolsa, e girou uma dourada com algumas pedras cravejadas na fechadura - aí eu já não sei.

-Olha, eu não te devo satisfação nem nada - falei saindo pela pequena passagem que ele abriu - acontece é que eu bebi muito ontem, e ele me ajudou.

-Isso explica os barulhos e você com uma blusa masculina.

-A conversa tá ótima, mas eu tenho quilômetros para andar agora - sai me recusando a ouvir o que ele estava falando, mesmo sabendo que era verdade.

-Bom dia também.

Coloquei meus sapatos de salto, os únicos que eu tinha, dei de cara com um jardim enorme, com algumas árvores curvadas ao fundo, um carro amarelo estava chegando pela estrada que dava acesso ao portão. Corri desengonçada com os saltos batendo nas poças feitas pela irrigação, que me respingaram também.

-CHAZ! - falei enquanto batia nas janelas, ele ainda com cara de sono abaixou o vidro - o que você tá fazendo aqui a essa hora?

-O meu pai descobriu que eu tava na festa ontem e me deu mó tapão - colocou a mão no rosto ainda vermelho - ele é muito religioso, babaca.

-Sinto muito pelo seu conflito familiar - entrei no carro antes que ele falasse alguma coisa - você pode me dá uma carona?

-Sai.

-Eu sou amiga da Melanie sabia?

-Pra onde vamos senhorita?

ÊxtaseWhere stories live. Discover now