Capítulo 41

157 19 13
                                    

Acordamos todos às 5:30. A parte mais difícil da missão seria sair da instituição. Como ainda estava cedo, poucos guardas haviam acordado.

Não podíamos sair pelo portão principal, se não chamaria atenção de muitos guardas. Éramos 25 no total. Alice resmungava que estava com sono.

- Quero voltar a dormir! Sonhava que tinha um unicórnio que voava e me levava para um mundo de chocolate.

- Você terá bastante tempo para dormir no avião até o Brasil, Alice. - disse Emily.

Pegamos o elevador até o último andar, tentaríamos fugir por meio do subsolo. Como Gregg estava conosco, tínhamos acesso a cada área restrita. Ao chegar no andar, fiquei chocada, eu jurava que seria o local onde os carros, motos e caminhões ficavam, mas era a mesma ala de pivalies que tinha no simulador.

- Por que você nos trouxe aqui, Gregg?- perguntei.

- Se fôssemos direto para o andar de automóveis, chamaria atenção de todos os guardas e tenho certeza que atirariam sem piedade em nós. Melhor passar por essa ala, que tem menos guardas e mais cientistas, mais fácil de se lidar, do que 40 soldados.

Olhei para Gregg e ele olhava para cima, como se esquecesse algo para trás nessa instituição.

- O que esqueceu, Gregg?

- Sua arma? A chave do caminhão?- disse Emily.- Já sei, esqueceu o Shampoo! Não se preocupe, temos shampoo no Brasil também.

- Não é isso, Emily. Acho que ele não esqueceu um objeto, mas sim uma pessoa. Cadê a Débora?

- Não a chamei.

- Você não acha que ela ficaria triste em saber que você a deixou aqui e mudou de país sem nem se despedir? Acho que ela merece escolher se ela quer ir conosco ou se despedir, você não pode tomar esse tipo de decisão por ela. - eu disse.

- Não é seguro para ela ir ao Brasil. Prefiro que ela esteja segura aqui, até eu voltar.

- Você pretende voltar?

- Em algum momento, sim.

- Você deve ser burro em pensar que vão te aceitar de volta depois que roubou armas e ajudou um grupo a escapar da instituição. - disse Emily.

- Emily! Não é assim que se fala! -gritou Lorena.

- Desculpa, só estou sendo honesta.

- Não tinha pensado nisso antes. - disse Gregg.

- O que te da mais motivos ainda para ir falar com Débora. Enquanto vamos passando por essa ala e ir ao caminhão, você fala com Débora. Nos encontramos no caminhão.

- Obrigada, Francesca. - ele sorriu e pegou o elevador novamente.

Ao passar pela ala, observava aqueles pivalies loucos com nossa presença no corredor. Eles tentavam ao máximo se libertar e ir nos comer, só que as correntes que os prendiam eram mais fortes. Até o momento que um deles conseguiu se libertar. Alice ficou morrendo de medo e pulou para o colo de meu pai. Apesar de o pivalie se libertar das correntes, ainda havia um vidro especial para observação que era impossível quebrar. Ele conseguiu rachar um pouco, mas não queríamos ficar por muito tempo para ver se o vidro era resistente o suficiente ou não.

Aquela ala me assustava. Era idêntica a do simulador. Imaginava que era tudo da minha imaginação, mas acho que Grotel queria que eu presenciasse a ala verdadeira pelo simulador, para ser mais real. Ele diz que quer criar a cura para a doença, mas me pergunto se essa cura será suficiente para curar todos ou para só curar sua mulher. Do jeito que ele é, não duvido nada. Talvez ele até venda a cura só para lucrar muito.

Até o fim do mundoWhere stories live. Discover now