Capítulo 1

1.2K 58 11
                                    

Acordei às 5:30 da manhã e por incrível que pareça não estava indo para a escola. Estava extremamente feliz por ter a oportunidade de viajar para a Disney com minha família. Gostaria que todos os membros fossem, mas minha mãe tem que ficar para trabalhar. Era a primeira vez que eu iria viajar para fora do Brasil e eu estava muito feliz por isso. Fiquei minha vida inteira presa na imensa cidade de São Paulo. Sendo sincera, não vejo muita graça nessa metrópole que todos falam. Para mim só é uma entre varias cidades, eu na verdade sempre quis morar fora.

  Tínhamos que nos apressar para ir para o aeroporto. Apesar do voo ser somente as 10, tínhamos que chegar com antecedência já que a maioria das irmãs são menores. Como sempre, fui a primeira a acordar. Fui ao quarto ao lado da minha irmã mais velha de 20 anos, Lorena. Sempre senti muita inveja dela. Ela é linda, cabelos castanho claro quase loiro e olhos cor de mel. A não ser pela estética maravilhosa, ela também é extremamente divertida, carinhosa, talentosa e sabe tocar 3 instrumentos diferentes. É a irmã que eu mais admiro. Com a preguiça de sempre, ela levantou e foi tomar banho e me encarregou de acordar o resto da família, o que é uma tarefa impossível. 

  Fui pro quarto de Alice. Ela é a menor irmã de todas de somente 10 anos. Tem olhos verdes, cabelos pretos e encaracolados. A mais nova é a mais molenga de todas e sapeca também, sempre aprontando alguma contra as mais velhas. Ela estava roncando e babando-se toda. Não evitei e comecei a rir, isso foi o que a acordou. Brava pela a risada, ficou se enrolando na cama porque não queria sair. Eu a chamei umas 5 vezes e ela simplesmente não queria levantar, acabei desistindo e fui pro quarto da próxima.

  Entrei no quarto cor de rosa, cheio de glitter, fórmulas espalhadas e pôsteres do Ryan Bratsov, fui acordar a segunda menor, Emily. Ela foi a que menos deu problema porque levantou rapidamente ansiosa pela nossa viagem. Apenas 14 anos e já tinha tantos sonhos que nem poderia acreditar. Imaginação fértil e uma inteligência inimaginável, com cabelos longos e castanhos, se arrumou.

Meu pai já estava cansado sem nem a viagem ter começado. Tomou um banho rápido e em cerca de segundos estava pronto.

  Descemos todos para tomar café da manhã e estranhei que a pequenina não estava entre nós. Tive que subir para buscar ela no colo de tanto sono que Alice estava. Estávamos todos comendo com muita pressa e ela olhava para o teto que nem um zumbi. Não me segurei e comecei a rir de novo. Ela não era feita pra manhãs. Apesar de nos apressarmos, só saímos de casa às 8:00. Minha família é bem enrolada.

  Foi por pouco que nós não perdemos o voo. Com uma viagem longa e cansativa, Emily e eu assistimos tantos filmes que senti que meu cérebro estava fritando. Decidimos que iríamos conversar enquanto eu fazia uma trança embutida no seu cabelo.

- Não acredito que finalmente vamos para a Disney.- disse Emily -Sempre foi nosso sonho ir para lá. Será que eu vou conhecer o Ryan?

- Emily, às vezes é bom ter a cabeça lá nas nuvens, mas não se deve esquecer os pés do chão.

- Você e suas metáforas.- ela gargalhou- Devo admitir que seus conselhos são os melhores, só que não consigo evitar de pensar que estarei mais perto do meu ídolo!!

- Tecnicamente sim, mas não fica com tantas esperanças assim. Um dia você vai conhecer um garoto legal que vai te tratar como a princesa que você é.

- Você acha?- perguntou.

- Tenho certeza. Mas não agora, você é muito pequena.- a abracei com muita força- Aposto que já tem uns meninos da sua escola que estão loucos por você.

- Eu não. Só tem menino feio. Nenhum como o Ryan.- ela suspirou e rimos juntas.  

- Ficam todos parados aí! - gritou um homem de uns 40 anos. Estava segurando uma arma de fogo. - Se alguém tentar reagir, dou um tiro na cabeça. 

  Era um ataque terrorista. Provavelmente queria sequestrar o avião ou talvez levar alguém de refém. Alice começou a chorar. Eu a mandei parar naquele segundo, se não ele a escolheria para levar.

- Agora todos vão me dar todos os seus pertences valiosos sem dizer uma palavra.- ele gritou. O estranho é que estava sozinho, sem nenhuma ajuda.

  Estava preocupada com meu pai porque estava no toalete e não fazia ideia do que estava acontecendo. Meu pai saiu sorrateiramente de lá, atacou ele por trás prendendo seu pescoço e o desarmou.

- Todos recuperem seus pertences. Vou dar um jeito nesse cara aqui.- disse meu pai.

  Meu pai era militar quando jovem. Entende muito bem como reagir a momentos assim. Foi aplaudido pelo voo inteiro e visto como um herói. Levaram o terrorista para outro compartimento. O próprio piloto ficou muito agradecido e nos convidou para ir para a primeira classe. Se não fosse por meu pai, quem sabe o que poderia ter acontecido?

Até o fim do mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora