Capítulo 11

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Voltei para a sala de aula e encontrei Grace.

- Como você foi na prova ontem? - eu perguntei.

- Não sei. Estava com muito medo. Achava que iria morrer. Não acho que passei.

- Pensa positivo.

- Eu tento, mas eu não sei o que fazer se eu não passar na prova.

- Por que?

- Se você não passar, acontece uma coisa horrível. Você...

Ela foi interrompida pelo professor.

- Bom dia novamente. Eu vou separar vocês em 3 grupos. Escutem seu nome atenciosamente. James George para o grupo 1. Meredith Donel para o grupo 2. Jasmine Rayn para o grupo 3.

Continuou assim por alguns minutos. Eu esperava que ficasse no grupo de Meredith. Se eu estivesse no mesmo grupo que ela, significaria que ficaria na instituição.

- Grace Wander no grupo 3. Ingrid Walter no grupo 1. Frederick Comber grupo 2. Francesca Lanfort no grupo 3.

Me encontrei com Grace.

- Pelo menos estamos no mesmo grupo.

- Agora cada grupo siga um homem com o seu devido número. - disse Mcangel.

Seguimos o homem com o número 3 e observei enquanto o grupo 1 descia as escadas. Pensei que era uma atividade externa. Fui os observar pela janela do último andar e vi como o grupo 1 foi deixado para fora do prédio, sem arma alguma ou qualquer proteção. Tentavam entrar de novo no prédio mas não os deixavam. Os homens infectados os cercavam. Alguns tentavam lutar com as próprias mãos, outros corriam de medo, outros eram comidos.

- Percebeu como lá fora não é seguro?- perguntou o Sr Grotel atrás de mim.

- Por que vocês estão fazendo isso com eles?

- Não passaram no teste. Queria que nossa instituição acolhesse a todos, só que não temos espaço para tanta gente assim. Tivemos que abandoná-los.

- Então é isso que vocês fazem? Se alguém não os agrada, vocês só desistem dela e a abandona para ser comida? Esse lugar é pior do que pensava.

- Como te disse antes, você pode sair a qualquer momento. Ninguém está te obrigando a ficar aqui.

- Por agora eu vou ficar na instituição, mas não vou ficar por muito tempo, a ponto de gastar todos os seus recursos.

Abandonei a conversa e segui o homem com o número 3.

- Sou Joseph e vou ser seu instrutor de combate. Se estão no grupo 3 significa que foram bem no teste de sobrevivência, mas suas habilidades de combate são terríveis. Vou aperfeiçoar a mira de todos- Ele me encarou. - e a forma como lutam entre si. Iniciaremos com a arma que cada um de vocês pessoalmente escolheu.

Me entregaram diversas facas.

- Devem atirar no alvo, mas especificamente na cabeça. Estarei aqui para qualquer pergunta. Comecem.

Tentei acertar o alvo, mas as facas só iam extremamente longe do alvo. Quando conseguia no lugar certo, a parte não afiada da faca que batia no alvo, não adiantando nada.

- Você não está progredindo nada, senhorita Lanfort.

- Estou tentando.

- Tente melhor. Primeiramente, a forma como você segura a faca está errada. Deve a segurar na parte preta com confiança. Há duas formas de atirar, de cima para baixo ou o contrário. É quase impossível atirar reto, principalmente para uma pessoa com uma péssima mira como você. Tente os dois e veja qual é o melhor.
Tentei de baixo, mas foi muito a cima do alvo. Em cima, cheguei mais próximo. Iria sempre atirar de cima.

- Ótimo. Siga praticando.

Durante a manhã inteira continuei atirando, mas simplesmente não melhorava. Durante a tarde iríamos para a luta.

- Iniciaremos com cada um batendo em um saco de boxing. Queremos medir a força de cada um.

Me ensinaram a como me defender de um ataque e como atacar. Não parecia tão difícil assim, mas novamente não conseguia acompanhar a turma.

Fiquei a tarde inteira praticando e novamente não melhorei em nada.

Durante a noite, nos levaram ao nosso novo quarto. Tinha um quarto só para mim. Ele não era grande, mas também não era tão pequeno como o que tínhamos na beliche. Queria ver o quarto de minhas irmãs.

O quarto de Alice era parecido com o nosso de casa. Ela mesma o decorou com diversos desenhos de unicórnios e colou todos na parede. O dela era um pouco menor que o meu, mas tinha todas as características para a deixar feliz.

Fui ao quarto de Emily. Ele era maior que o meu. Parecia uma cópia do seu quarto do Brasil. Era rosa, cheio de Glitter com fórmulas espalhadas e com fotos de Ryan Bratsov. O que diferenciava era que ela possuía uma mesa com substâncias químicas em um béquer para experimentos.

Fomos as três ao quarto de Lorena. Ele era o maior de todos. Possuía inclusive um frigobar só para ela, os 3 instrumentos que sabia tocar, uma penteadeira, uma cama de casal enorme e muito mais.

- Que quarto grande, Lorena! - disse Alice.

- Eu adorei! Me falaram que como fui bem nos testes práticos, ganhei um dos melhores quartos.

- Parabéns, você merece. - eu disse.

Começava a entender como as coisas funcionavam. Quanto melhor a pessoa ia nos testes, ganhava um upgrade no quarto.

Até o fim do mundoWhere stories live. Discover now