CAPÍTULO 3 - AQUELE QUE CONHECE LUKE

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– Então, o que iremos fazer hoje? – Duda perguntou assim que eu cheguei na sala. Ela ainda estava de pijamas e tinha o laptop no colo.

Queria conhecer tudo da cidade ao mesmo tempo, começando por todos os principais pontos turísticos. Porém, olhei rapidamente para o céu e percebi que o dia estava um pouco nublado e logo lembrei que não havia trazido muitas roupas de frio.

– Preciso fazer compras.

Passamos rapidamente numa cafeteria ali perto, PRET o nome, e embora só houvesse andado três quarteirões, já sabia que havia uma em cada esquina, praticamente.

Depois pegamos um metrô, que em inglês americano é subway, no britânico, tube, mas todo mundo só chama de underground, que também pode ser overground, dependendo do seu destino.

Hoje nosso dia começaria na Piccadilly Circus, uma das mais famosas praças de Londres que também era conhecida por seus grandes painéis de led em que passavam diversas propagandas, acho até que podemos dizer que ali era a Times Square da Inglaterra, numa proporção bem menor, claro.

Seguimos para a Oxford Street, principal rua de compras da cidade. Não demorou muito para eu me encantar pelo lugar, parecia um shopping construído em prédios de época, ao ar livre e com lojas modernas das mais famosas marcas de todas as partes do mundo.

Diante daquele cenário foi inevitável não imaginar um ensaio fotográfico acontecendo ali ou até mesmo um desfile de moda. Talvez um dia eu convencesse Duda a voltar para um photoshoot.

Entramos na H&M, Topshop, John Lewis e acabamos a temporada de compras na Primark, que segundo Duda, era uma loja incrível se você soubesse o que comprar.

Comprei algumas roupas de frio, vários modelos lindos, do jeito que sempre pensei em usar quando viesse. Para mim, roupa de frio sempre foi sinônimo de elegância e estilo, tudo parece ficar mais limpo e sofisticado, talvez seja pelo fato de não suarmos feito porcos. Apesar de que porco não sua, diferentemente do cidadão brasileiro que insiste em usar paletó num calor de 35ºC.

– Hoje tenho um jantar com uns amigos da faculdade e alguns outros, quer ir? – ela perguntou assim que paramos para tomar um chocolate quente.

– Claro! – eu estava sedenta para conhecer pessoas novas.

Coloquei uma calça preta colada, uma blusa branca um pouco longa, um casaquinho básico jeans e uma bota vinho curta. Penteei os cabelos, mantendo-os naturais, e coloquei uma maquiagem super básica.

– Até que enfim, Oliveira! – um menino gritou de uma mesa assim que entramos no bar, aparentemente, assim como nos filmes, eles gostavam de usar o sobrenome.

– Cala a boca, Luke. – ela falou com tom de brincadeira.

Nas conversas de Duda sobre Londres, Luke Williams era um dos personagens principais, então parte de mim já simpatizava com ele.

– Gente, essa é Camila. – Eduarda foi me apresentando a todos que estavam na mesa.

– Vem cá, Oliveira dois. – o famoso Luke me puxou pelo braço para sentar-se ao lado dele. – Então, me conta como é que está o Brasil? – ele parecia altamente entusiasmado.

Mal sabia ele que se eu fosse tentar explicar a situação atual do Brasil, principalmente a política, provavelmente um nó se formaria em sua cabeça. Então, joguei os clichês de sempre: carnaval, praias e futebol.

O garoto tinha uma altura mediana, era bronzeado e seus olhos eram claros, mas era difícil decidir se eram azuis ou verdes. Seus cabelos eram castanhos, com um corte moderno, do tipo que não se vê muito no Brasil, era curto, mas estava arrumado todo para o lado. Ele tinha uma mania de arrumar a franja, fazia isso a cada dois minutos (ou até menos).

– Quando eu for famoso, o primeiro país que quero visitar é o Brasil. – ele falou empolgado.

– E por que você seria famoso? – uma menina loira que estava ao final da mesa perguntou como se debochasse do amigo.

– Porque um dia a The Recondition vai ser famosa. – respondeu cheio de confiança, olhando para cima.

– Sonhar é saudável. – um menino alto, aparentemente mais velho que todos, falou rindo.

– E o que seria The Recondition? – perguntei baixinho para Duda na tentativa de entender a conversa.

– É a banda que Luke tem com mais quatro amigos. – explicou.

– E vocês são conhecidos? – perguntei tentando puxar assunto com Luke.

– Não. – todos da mesa responderam em uníssono.

– Um dia nós seremos. – Luke falou esperançoso.

– Anseio por esse dia, Williams. – a ruiva zoou do amigo.

– Que tal vocês irem sábado até à boate? Cantaremos lá. – fez o convite.

Eu era uma pessoa bastante tímida quando me colocava em um ambiente novo e no qual eu não conhecia ninguém, mas com Luke ali era diferente. Ele irradiava boas vibes e tinha um jeito brincalhão que fazia você se sentir à vontade. Enquanto Eduarda conversava com a ruiva sobre algum assunto aleatório, continuei minha conversa com ele.

Luke falou bastante sobre seus companheiros de banda. Eu nem havia conhecido os meninos e já sabia que seus nomes eram Zac, James, Logan e Edward, o qual ele prefere chamar de Ed. Luke e Logan são os compositores. Ele ainda disse que Zac era meio chato por ser muito calado, que eu iria amar James, pois ele era engraçado, e Ed era, segundo o próprio Luke, "um amor de pessoa, não tem como não gostar".


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