Alexandre fechou o sorriso e caminhou calmamente na nossa direção.

─ Cunhada, sogrinha…

─ Não me chame de sogra; ─ diz com os dentes cerrados. ─ Você drogou a minha filha.

─ ELE O QUÊ?

E mais uma vez tentei avançar para estapear a fuça desse cachorro, mas Simon me impede novamente.

─ Eu já falei, Violet é adulta tem 18 anos. Nós estávamos em uma festa, um amigo ofereceu e ela aceitou.

─ E você? Seu miserável, deixou? Deixou ela usar drogas?

─ Ele também teve uma overdose, havia um casal responsável no meio do grupo e chamou a emergência. ─ Minha mãe fuzilou o garoto, com o olhar. ─ Se dependesse dele, Violet estaria morta.

─ Ah, por favor. ─ Disparou a mulher com um corte Chanel de bico, usando um vestido colado no corpo e rosto cheio de botox e preenchimento. ─ Foi apenas um deslize de adolescentes!

─ Adolescentes? ─ cerro os punhos. ─ Alexandre não é um garotinho.

─ Vocês são os pais desse garoto? ─ Meu pai questiona.

─ Sim, somos! ─ responde um Senhor grisalho, com um semblante cansado e um olhar triste.

─ Simon, Solana e você; ─ aponta para o Alexandre. ─ Saiam, agora é hora de uma conversa entre adultos. Afinal, o seu filho é apenas um adolescente.

─ Pai…

─ Sol, não é momento. ─ censura com a voz ríspida.

─ Amor, vamos. ─ Simon segurou na minha mão e nos afastamos, caminhando para fora do hospital. Acho que um ar fresco, sem um cheiro hospitalar me fará bem.

─ A sua irmã é fraca; ─ disse Alexandre em nosso encalço. ─ Só uma carreira de cocaína e pronto. Ela apagou…

Segurei com toda a minha força na mão do Simon, ele não reclamou. Apenas continuamos andando.

─ Ela deveria ser como você, Sol. Uma vadia da noite e quem sabe…  

“POFT”

Em um segundo Simon estava do meu lado, no outro ele estava esmurrando o rosto do almofadinha. Eu fiquei inerte, observando a cena. Simon é robusto, é puro músculos. Um soco foi o bastante para jorrar sangue do nariz e da boca do garoto. Que não conseguia se levantar do chão, alguns enfermeiros apartaram a confusão antes que Alexandre fosse direto para uma sala de cirurgia reconstruir o rosto.

─ A próxima vez que chamar a minha mulher de vadia, você vai direto para o necrotério do hospital.

─ Vou chamar a polícia. ─ disse uma enfermeira.

─ Pode chamar e quem sabe esse almofadinha conta de qual traficante compra as drogas.

─ Simon… ─ Meu pai corre em nossa direção quando presencia a aglomeração de pessoas.

─ Vocês dois ficaram loucos? Brigar em um hospital?

─ Ele-ele, foi-foi… Merda! ─ leva a mão até o nariz para tentar conter o sangramento.

─ Meu pobre bebê, vou processá-los.

─ Acho que não Senhora Sartori, entramos num acordo. Com certeza o seu filho agiu de uma maneira grotesca. Fazendo o namorado da minha filha partir para violência. Simon, é o homem mais íntegro que conheci.

─ Ele me chamou de vadia. ─ Conto, erguendo o queixo e encarando a mulher sem mudar minha postura.

─ Meu Deus, Alexandre está passando dos limites. É hora mudar as regras da nossa família; ─ segura no braço da esposa. ─ Vocês podem levá-lo; ─ diz para os enfermeiros. ─ Com certeza vai aprender a manter a boca fechada com alguns pontos. E chamem a polícia quero denunciar um traficante de drogas.

─ Não, pai. Por favor!

─ Precisamos estancar esse sangue, por aqui por gentileza. ─ Comenta um dos enfermeiros que separou a briga.

─ Muito bem, Simon. Muito bem!

─ Desculpe, eu não deveria ter perdido a cabeça. Nossa, me perdoe Senhora Vanessa.

Minha mãe esbanjava um sorriso gigantesco no rosto.

─ Te perdoar? Rá, capaz. Ele mereceu.

─ Por favor, agora que toda a confusão passou podemos ir ver a Violet? Eu estou muito preocupada. ─ imploro.

─ Sim, é claro. É por aqui…

Minha mãe tomou a frente e movemos no seu encalço. Terei tempo para agradecer o Simon pela loucura de esmurrar um viciado em um hospital. As pessoas nos enganam, Violet sempre falou tão bem do garoto da Universidade, do namorado tão carinhoso e amado. Hoje ele se mostrou ser um sapo horrendo no final dessa história.


Girassol (Até 20 Agosto) Where stories live. Discover now