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1 ano atrás:

A vida nem sempre é fácil. Muitas vezes ela coloca-nos à prova com diversos desafios e dificuldades. Ela exige que nós as ultrapassemos por nós próprios para podermos crescer. E talvez fosse por isso que Eliza estava naquela situação. Era o seu desafio. Ela teria que passar por aquilo sem o seu melhor amigo. Ela tinha que passar por aquilo sozinha. Mas ela só não entendia o porquê.

Perdida nos seus pensamentos e angústias não ouviu quando os alunos mais velhos começaram a reclamar e a gritar com ela no meio do corredor por ela ter chocado contra eles e ter caído no chão de mármore gelado. Mas não, eles não estavam preocupados com ela. Eles apenas queriam saber deles próprios. Deles e da sua camisola cara manchada com sumo de amora.

Ela tentou explicar-se, tentou pedir desculpas enquanto apanhava a sua mala do chão, tentou de tudo! Mas o rapaz à sua frente estava mais vermelho do que tudo, com as suas veias do pescoço a serem visíveis cada vez mais. Ele devia ser umas três vezes maior que Elizabeth, ela estava com medo. Ela sabia que tipos como ele não mediam forças contra ninguém, ou melhor, apenas usavam a sua força para se aproveitarem dos mais fracos ou para os favorecer. E eles não se importavam nem um pouco que Elizabeth fosse uma rapariga ainda por cima muito menor do que os do trio.

Eliza continuou a ouvir os gritos graves do mais velho a sua frente, ela sentia-se ameaçada mas só se apercebeu da realidade dessa ameaça quando começou a ser empurrada contra o canto mais escuro do corredor embatendo com força contra os cacifos de metal. Começou a desesperar. Toda a gente via o que se estava a passar. Toda a gente sabia que ele iria bater na mais pequena, mas ninguém se atrevia a intrometer-se com medo do que pudesse ocorrer mais tarde.

- Por favor, eu já pedi desculpa! - Eliza exclamou desesperada debatendo-se por entre as mãos gigantes e fortes do mais velho à sua frente.

- MAS EU NÃO QUERO SABER DE DESCULPAS! - gritou abanando a menor que se encontrava em risco de verter as lágrimas insistentes. Ela não queria nada ser um saco de pancada de um dos mais brutos da escola. - QUEM É QUE ME VAI PAGAR A CAMISOLA?!

Chan... por favor... volta. Eu preciso de ti. Eu não consigo sozinha...

- Eu posso pagar! - disse confiante. Durou pouco essa confiança, pois o mais velho quase cuspiu na cara dela de tanto rir.

- Pagar?! Tu?! - riu - tudo bem. Queres dar-me os cento e vinte euros agora, minorca?- ameaçou mais perto da de cabelos negros.

- Eu não te posso dar essa quantidade de dinheiro. - sussurrou antes de ouvir o rapaz à sua frente começar a gritar novamente.

Depois tudo ocorreu muito lentamente aos olhos de Elizabeth. Naquele momento ela só conseguiu fechar os olhos com força e esperar que a mão do maior encontrasse a sua face rosada.
Ela esperou, esperou e esperou, mas o doloroso impacto nunca mais vinha.
Estranhando, abriu lentamente os seus pequenos olhos negros e deparou-se com algo que não esperou ver.

Um rapaz loiro segurava com força o pulso do mais velho que tentava bater nela à segundos atrás.
A de cabelos negros estranhou a atitude do loiro. Afinal, quem era ele? Ela nunca o havia visto pela escola. E porque ele a ajudou, quando mais ninguém teve coragem de o fazer?

- Ah! Olá Eliot! - o bruto desconhecido sorriu para o loiro. O que é que se estava a passar ali?!

- O que é que achas que estás a fazer, Jonathan? - o maior perguntou ainda com a mão a segurar o pulso de Jon.

- Eu? Até parece que estou a fazer algo! - riu soltando a sua mão abruptamente do aperto do loiro. - Vemo-nos por aí, minorca.

Eliza suspirou vendo Jon sair do seu campo de visão pelos corredores repletos de alunos. Ainda que imersa nos acontecimentos passados, tomou coragem e olhou nos lindos olhos castanhos do seu salvador. Por segundos, ela esqueceu-se de como se falava. Ele era realmente lindo! Não havia um único detalhe em Eliot que ela quisesse mudar.

- Hum... Olá. - o loiro sorriu procurando contacto visual com a mais pequena. - Peço desculpa pelo meu irmão... Eu realmente não sei porque ele faz estas coisas. - desculpou-se desconfortável antes de começar a caminhar pelos corredores com a de cabelos negros.

- IRMÃO?! - perguntou chocada e talvez um bocadinho alto de mais, arrancando uma risada muito bonita do maior ao seu lado - Desculpa - disse ruborizada - É que vocês não são muito parecidos.

- Pois, é normal. Eu sou adotado, pequena. - explicou vendo Eliza ficar desconfortável com o rumo da conversa - Mas não te sintas desconfortável com este assunto, já é normal para mim falar sobre ele. O Jonathan pode não ser o melhor dos irmãos, mas é a única família que eu tenho,...

- Eliza. - respondeu demonstrando um ligeiro sorriso nos seus lábios ao ver o esforço que Eliot fazia para se tentar lembrar do nome dela, mesmo ela não lhe tendo dito.

- Então, Eliza. Estás em que sala?

 Estás em que sala?

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Atualmente:

- Como é que correu o primeiro dia?

- Bem acho eu - riu vendo o namorado estalar as costas do outro lado da ligação. - Mas como é que vão as coisas aí? O Jonathan está mais calmo?

- Mais ou menos... - suspirou - Sinceramente, nem sei como te contar isto porque sei do que aconteceu entre o teu melhor amigo e a Clare, mas... eles estão a namorar, pequena. A Clare e o Jonathan.

- O quê?! A sério?! - exclamou levando as suas mãos à boca chocada.

- Sim... - respondeu soltando um riso soprado. - Mas pelo menos ele está mais calmo. Já está a conseguir controlar melhor a sua raiva, por tanto acho que este namoro entre eles promete. - brincou.

- Sim, também acho. - sorriu, logo ficando séria novamente quando se lembrou de que ainda tinha que contar ao namorado que tinha reencontrado Chan. Ela só esperava que ele reagisse bem e que não tivesse nenhum ataque de ciúmes.

- Eliot? Eu tenho que ser sincera contigo. - respirou fundo antes de voltar a falar, vendo que capturou a atenção total do loiro para si - Eu encontrei o Chan.

- Como assim? - perguntou, um bocado enciumado?

Friendly - Bang Chan Onde histórias criam vida. Descubra agora