Girassol (Até 20 Agosto)

Capitulo 21

─ Otávio, tudo preparado? ─ Gritou Dona Germana, fechando a porta da cabana.

─ Sim, mãe! Podemos ir…

─ Bom dia Solana; ─ beija minha bochecha. ─ Está linda, maravilhosa. Amei a trança.

─ Obrigado Dona Germana, estou feliz em acompanhá-la.

─ Acredite, eu estou igualmente feliz. Adoro conversar com você!

Vencer meus traumas, meus medos e receios está sendo um desafio. Mas estou gostando de tudo que tenho conquistado. Uma família, amigos e um lugar para chamar de lar, de meu. Essa fazenda foi um lugar extraordinário para recomeçar. E cada dia está sendo um aprendizado! Preciso confiar no Simon, preciso acreditar no amor que sente e não posso deixar os tormentos da minha mente destruir o meu presente e quem sabe… O meu futuro!

❁ ❁ ❁

Dona Germana contou no caminho para a cidade que as feiras de Uberlândia conta hoje com mais de 50 feiras livres, que acontecem semanalmente nos bairros distribuídas em dois turnos de funcionamento. Com uma variedade de produtos referentes à agricultura como frutas e verduras, mas também como uma grande variedade de outros produtos: Queijo, peixes, doces, até mesmo tapetes, roupas e eletrônicos.
A feira é o grande destaque da cidade e quando chegamos quase caí de costas, era gigantesca. Barracas e mais barracas, uma multidão de pessoas e turistas caminham entre os comerciantes que gritam e anunciam os seus produtos. Senhor Otávio montou a barraca com uma agilidade esplêndida, eu fiquei boquiaberta.
Arrumamos as verduras e frutas.

─ É sempre assim? Uma multidão?

Dona Germana sorriu, arrumando o seu caixa. Que na verdade era um pequeno baú com uma chave.

─ Quanto mais pessoas, mais vendas.

─ É incrível…

─ A feira é muito mais que um comércio, é cultura e conhecimento. Muitos aqui têm grandes histórias para contar. ─ Diz, contando o dinheiro.

─ Eu posso dar uma volta, 10 minutinhos e volto para ajudá-la com as vendas.

─ É claro, querida! Apenas não se perca, se mantenha nesse corredor.

─ Pode deixar…

Sorri animada, o lugar tem um colorido incrível. Conseguia encontrar de tudo aqui. Até mesmo brinquedos e maquiagens. Que legal, os comerciantes correndo, outros conversando. Parei em uma barraca que vendia lindas cortinas de crochê.

─ Olá moça bonita. ─ disse um homem com um sotaque forçado.

─ É linda. ─ elogiei, observando o magnífico trabalho.

─ São maravilhosas, não é? Criação das mãos abençoadas da minha adorada esposa. Custa 200 reais.

Soltei imediatamente da cortina, para um trabalho tão belo o preço é justo. Infelizmente, não tenho esse dinheiro.

─ Oh não, eu só estou olhando. Na verdade, estou ajudando a Dona Germana.

─ Dona Germana? Certo, a benzedeira? ─ eu confirmo com a cabeça. ─ Ela fez um puxado para minha filha certo dia. A menina melhorou cem por cento. Ooooh Marinês, Maaaari… ─ Gritou o homem para uma barraca distante.

Uma mulher, bonita e alta, fez um movimento com a mão para o homem esperar um pouco.
O que é um puxado? Fico tentando adivinhar quando uma mulher surpreende-me.

─ Posso ajudá-la? ─ Pergunta com leve sorriso nos lábios.

─ Na verdade…

─ É a nova ajudante da Dona Germana. ─ interrompa o homem.

─ Que graça de menina, está gostando da feira?

─ Ah sim, eu estou amando. É agitada e animada. ─ Digo, observando tudo ao redor. Não querendo perder nada.

─ Dona Germana é conhecida por todos, é uma mulher bondosa.

─ É você quem faz? ─ aponto para a cortina.

─ Sim, cresci vendo minha avó e minha mãe tricotando. Acho que é um dom passado de geração em geração. ─ Argumenta, com os olhos brilhando como se recordasse de momentos bons.

─ Estou aprendendo crochê, a minha tia tem me ensinado. No entanto, não sou tão boa.

A mulher franziu o nariz, meneando a cabeça.

─ Besteira, com o tempo vai aprender.

─ É um prazer conhecê-los, meu nome é Solana. ─ anúncio, estendendo a mão.

─ É um prazer; ─ a mulher aceita o cumprimento. ─ Meu nome é Marinês, esse é meu marido Paulo. ─ O homem gesticulou com a cabeça, um típico cumprimento vago de homens.

─ Bem, vou continuar explorando o local. Um bom trabalho para ambos.

─ Volte para conversar.

Aceno despedindo-me!