AINDA EM LONDRES

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"Era uma... uma... um...", fiquei sem palavras.

"Homem?", supôs um policial.

Eu queria dizer que não, mas fiz que sim com a cabeça.

"Ok, senhor. Vamos lhe manter informado. Fique aqui.", disse ele me olhando estranho.

Já eram 4 da madrugada e nada da polícia londrina encontrar o meu namorado desaparecido. Relatei sobre o ocorrido no parque e todos ficaram com expressões que variavam da descrença ao auto entendimento — essa última me deixou um pouco incomodado, mas não o suficiente para me importar. Eu queria meu Petros de volta. Imagens horrendas do quê estaria acontecendo a ele naquelas horas rodavam minha mente e me fazia tremer; de frio e pânico. Ouvi sirenes indo e vindo, pessoas conversando, telefones tocando, uma ou duas vezes um meliante entrava algemado, com um policial às suas costas, pelo corredor (onde eu me encontrava sentado em um banco de madeira com acolchoamento macio) para então sumirem em outra porta. 'Está queimando' disse Petros. Queimando? E como ele sumiu tão rápido?

"Nada?", perguntei olhando pra um guarda se aproximando que ligara para outro guarda em outro departamento de polícia em outra parte da cidade.

"Nada, garoto. Sinto muito e...", um chamado no rádio o interrompeu. Ele correu para outra sala e ouvi uns 'Hum... onde? Agora? Encontram perto de qual rua? Nu?'

Ao ouvir isso eu tremi. Levantei rápido e fui até o policial que, quando me viu, levantou a mão pedindo tempo.

"Oh. Sangue?", disse ele não muito surpreso.

Me desesperei e me aproximei mais do guarda exigindo respostas. Ele paciente disse que era para eu manter a calma, mas essas palavras só espalharam o pânico pelo meu corpo. Ele morrera. Ele morrera. Fora morto. Meu amor morrera. Tudo começou a girar e o meu estômago revirou. O policial falou algo a mais e capitei, em meio à minha crise de pavor, a palavra 'vivo'.

"Ele está vivo?", perguntei rápido.

— Sim está. Encontraram-o debaixo de uma ponte próximo às margens de um rio. Com sangue pelo corpo e completamente despido.

— Para onde o levaram? — senti pânico na minha voz.

20 minutos depois, eu estava correndo pelo corredor de um hospital desconhecido. Algumas pessoas me olharam com reprovação, mas não me importei. O guarda viera comigo e na recepção estavam mais dois falando com um médico careca de rosto cansado.

— Onde ele está? — perguntei quase que numa súplica.

O médico e os policiais me olharam rápido: Acabaram de levar ele para sala de avaliação. Ver se não ouve algum trauma ou coisa do tipo. — disse o médico olhando um prontuário. O policial que veio comigo disse um olá para os amigos e nesse instante, quando o doutor ia perguntar algo aos guardas, uma sirene de chamada soou e uma voz dizia "Complicações no quarto x. Temos uma complicação no quarto x. Favor segurança, complicação..." então nesse momento ouviu-se um barulho de vidro quebrando. Os policiais correramm e eu fui junto. Fosse que fosse, senti na hora que era com Petros. Atravessamos uma porta dupla de vai-e-vem, da janela de vidro onde as pessoas olhavam os enfermos, um enfermeiro fora arremessado atravessando-a e caindo ao chão junto com os cacos de vidro. Ouvi um urro e conheci como sendo o do meu namorado. Os policiais correram e eu também. Ao chegar na sala vi um caos.

Meu Namorado É Um Lobisomem (Primeira Parte Finalizada. Pausado)Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ