Capítulo 02 - Pen Drive?

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Lembrou-se de sua luta para chegar àquela "altura". De como tinha sido difícil o curso de Biologia Espacial, quando precisou sair do Brasil e ficar por seis anos na Universidade do Futuro, situada em Central Coast, na Austrália. Era uma instalação gigantesca, com centenas de prédios, cada qual destinado ao estudo de várias áreas específicas da ciência. Eram centenas de cursos, os mais importantes ocupavam vários prédios com salas de aula e laboratórios de pesquisa.

Os alunos estudavam todos os dias, incluindo sábados e domingos, das 8h às 15h. Após este período, cada curso mantinha grupos de estudo e pesquisa, obrigatórios para todos os alunos, que se estendiam até às 18h. Só depois deste horário é que estavam liberados para as atividades sociais. Aos sábados e domingos não havia a obrigatoriedade daqueles grupos se reunirem, ficava a critério do consenso de seus membros.

Recordou-se de cada sacrifício que teve que fazer, a saudade que sentiu dos amigos e dos parentes — sentimento que esteve sempre presente por todo aquele período. As pouquíssimas folgas que tinha, quando aproveitava para visitar a família, faziam com que aquelas ocasiões fossem vividas com intensidade. Eram essas raras fugidas para casa, e o sexo casual com os namoradinhos ocasionais, que contribuíam para manter sua sanidade no meio de tanta concentração e pressão.

Seus pensamentos voltaram-se para Felipe. Várias vezes tinha tentado engrenar uma relação mais estreita com o rapaz, que sempre arrumava motivos para escapar de suas investidas. Riu com este último pensamento. Hoje, tinha sido a primeira vez que ele cedera aos seus encantos. Yara nem acreditou quando ele aceitou ir até seu alojamento para ajudá-la num problema com seu controlador de gravidade. Tolinho!

Arrepiou-se toda quando pensou no que acontecera mais cedo. Tinha sido bom demais. O jovem despertara todos os seus instintos mais selvagens e libidinosos. Há algum tempo andava fazendo sexo quase que por conveniência, apenas para manter sua libido sob controle. Mas não tinha transado com ninguém desde que chegara à estação espacial. Uma eternidade, pensou, enrubescendo com seu próprio pensamento.

Mas Felipe a havia preenchido por completo. E como! Num momento até pensou que ele não caberia todo dentro dela. Ufa! Mordeu os lábios com a lembrança e sentiu-se molhada. Estava querendo-o de novo.

Olhou para o relógio localizado próximo ao pulso da manga esquerda do uniforme. Já estava naquelas recordações há quase duas horas. Sentiu vontade de ir até o laboratório de TI, mas preferiu não atrapalhá-lo. Sabia que nem lhe daria atenção, de tão envolvido que devia estar com aquele problema. Nem que ela entrasse lá, fantasiada como uma vagina gigante, seria notada. Ele era mesmo um nerd genial! Só alguém poderia desvendar os segredos daquele pequeno objeto, e era Felipe. Seu pensamento foi desviado pelo som da campainha de sua cabine, porém, em seguida, surgiu o rosto do rapaz na pequena tela ao lado da porta. Seu sorriso não cabia em seu rosto. O gostosão tinha boas notícias!

— Pode entrar — disse apreensiva.

Ele entrou de supetão e quase a derrubou. Puxou-a pelos braços e a fez sentar-se numa das cadeiras. Depois colocou sobre a mesa o "pingente" e outro aparelho, redondo, do tamanho de uma maçã.

— Consegui! — disse, excitado, após respirar fundo por alguns segundos.

— E o que o meu gatão gostoso conseguiu? — perguntou com a cara mais sexy que foi capaz de fazer. Viu que tinha causado o impacto esperado, porque ele ficou vermelho, mas seus olhos também mostravam desejo.

— Calma! Mantenha essa gruta de prazer fechada e fria, pois você vai gostar do que eu descobri, e preciso estar concentrado para te falar — disse fingindo estar bravo, enquanto fechava suas pernas, pois ela já estava enfiando uma das dela entre as suas, provocando-o.

Amor Infinito  (Degustação: 21 capítulos)Where stories live. Discover now