Capítulo 02 - Pen Drive?

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— Como assim, um "pen drive" do início do século XXI? Foi há mais de duzentos anos! — Yara disse ainda surpresa, olhando para Felipe.

— Cara! Eu estou amando esta história toda! — disse ele, quase pulando de contentamento defronte ao terminal. — Você precisa me emprestar esta relíquia, eu tenho que estudá-la. Só nos museus podemos ver coisas da tecnologia antiga, mas nada tão pequeno. Será que ainda funciona? — perguntou de olhos arregalados enquanto segurava as mãos de Yara para reforçar seu espanto.

— Não sei... e se você estragar o pingente? Ele é uma recordação de família, vem sendo transmitido de mãe para filha há gerações. No meu caso, foi minha avó que passou, mas porque mamãe morreu quando eu tinha doze anos, você sabe disso — Yara estava preocupada.

— Olha pra mim... — puxou-lhe as mãos, presas entre as suas, até a altura de seu coração, parando-as ali. — Prometo que serei extremamente cuidadoso. Vou trabalhar com segurança máxima neste pequeno tesouro. Tudo que te peço é a chance de poder examiná-lo detalhadamente. Podemos procurar as descrições de funcionamento nos bancos de dados, mas nunca foi encontrado um equipamento desse tamanho antes. Parece que as pessoas os descartavam quando perdiam sua capacidade de armazenamento ou apresentavam defeitos. Devia ser algo muito barato.

— Vou pensar — disse contendo o sorriso, já quase convencida.

— Pense que ele ainda pode estar intacto. Funcionando! — reforçou bem a última palavra. — Podemos saber o que contém. Já imaginou? Talvez contenha fotos, músicas, já que eram coisas comuns que costumavam armazenar nestes dispositivos, como disse a Sharon.

— Certo. Você me convenceu! — esticou a mão, entregando-lhe o pingente.

— Vou começar a trabalhar nisso agora mesmo — disse enquanto lhe dava um selinho estalado.

— Que coisa mais sem graça... — ao mesmo tempo em que falava, puxou-o para si, passando-lhe os braços em volta do pescoço e grudando seus lábios aos dele.

Felipe entendeu o recado. Para ficar com ela teria que ser mais decidido. Se continuasse com aquela timidez idiota, complicaria ainda mais as coisas entre os dois. Retribuiu o beijo, com paixão, como se estivesse partindo para muito longe. Sentiu que estava começando a ter uma nova ereção e tentou disfarçar, pois nada tiraria sua atenção da pesquisa que tinha em mente. Mas Yara também percebeu a excitação dele contra sua barriga. Tentou ajeitar seu corpo, ficando em uma posição mais fácil para senti-la.

— O que é isso que sinto aqui me espetando? — perguntou maliciosa em seu ouvido, soltando um leve gemido para que ele não tivesse nenhuma dúvida do que estava falando. — Nossa, já está mais do que pronto para continuarmos...

— Nem pensar! Não agora — falou Felipe, ao mesmo tempo em que se soltava do seu abraço, procurando ser carinhoso, mas firme. — Vou fazer a pesquisa e descobrir o que tem aqui neste pen drive. Espere algumas horas, por favor. Tenho certeza de que quando eu voltar com o resultado, você vai querer recompensar-me com intensidade, como nunca quis na sua vida.

Ele já estava acionando o botão que abria a porta, quando Yara respondeu:

— Estou adorando esta sua confiança, gatão! Espero que você entregue o que prometeu, viu?

— Vou entregar, tenha certeza! Te amo! — e saiu pelo corredor feito um louco.

XXX

As horas avançaram rápido. Yara olhava distraída pela janela de sua cabine. Na parte de baixo dava para ver que estavam agora sobre a Europa, podia identificar a forma de bota da Itália, apesar das esparsas camadas de nuvens brancas em algumas regiões. Na parte de cima da janela só via a escuridão do Cosmo. Envolvida num silêncio total, ficou olhando para aquele enorme e aparente vazio.

Amor Infinito  (Degustação: 21 capítulos)Where stories live. Discover now