— Então quer dizer que o sujeito te traiu e você trouxe o amante dele para a minha casa? — Lucas soou meio sarcástico, as sobrancelhas franzidas. Olhava Ulisses como se fosse um louco de pedra.
Cruzou os braços e esperou pela resposta. Ulisses andou pelo quarto do primo como se pudesse fugir da inquisição.
— Ele também não sabia.
— Que se foda! Ele deu o cu para o seu namorado — jogou, descruzando os braços e gesticulando como se Ulisses não pudesse ouvi-lo com clareza e carecesse de mímica.
— O coitado não sabia que o filho da puta era o meu namorado.
— Mas ele deu o cu para o seu namorado.
— Eu já entendi, cacete! — irritou-se.
— Isso mesmo, ele sentou no cacete do seu namorado.
— Quer parar de repetir isso?
— Desculpe, estou embasbacado com sua atitude.
— Eu quem deveria estar embasbacado com a sua, e você nem usa essa palavra.
— Uso sim, — retrucou com sarcasmo.
— Você deveria entender melhor que eu.
— Por quê?
— Porque você estava namorando um cara e comendo outros. — Lucas não conseguiu evitar a gargalhada debochada.
— Eu deveria esfregar sua cara no chão da minha casa para encerar o meu piso com seu sangue. — Afagou a barba. — O que aconteceu comigo, foi completamente diferente.
— Diferente como?
Lucas não tinha uma resposta, sabia que Ulisses tinha razão.
— Estamos aqui para discutir a atitude do seu filho da puta, e não da minha filha da putice. — Ulisses sorriu.
— Vamos voltar para lá antes que o coitado pense que estamos fazendo um complô contra ele.
— Deveríamos fazer um complô contra o seu filho da puta.
— Ele não é mais meu, acho que nunca foi...
— Ele era, até hoje de manhã — zombou.
Claiton estava sentado no sofá com a perna cruzada e mexendo no celular atentamente, mas sorriu completamente abobalhado para Lucas quando se juntaram a ele. Ulisses ocupou o lugar ao lado do rapaz enquanto o dono da casa se sentou no tapete, do outro lado da mesinha de centro.
Claiton encarava aqueles músculos visíveis entre a camiseta regata do rapaz e era evidente o quanto isso fazia bem ao ego de Lucas, poderia arrancar o membro para fora ali mesmo para impressiona-lo ainda mais. Sorriu com a ideia.
— Por que você está sorrindo feito um panaca? — quis saber Ulisses, encarando-o.
— Cala a boca! — Lucas parou de sorrir na mesma hora. — Poderíamos pegar uma baladinha hoje.
— Eu topo! — Claiton quase quicou no assento em expectativa. Era claro que toparia qualquer coisa que Lucas dissesse. Só falou pedir para ser comido ali mesmo.
— Contenha-se — repreendeu Ulisses com um sorrisinho. — Não, nem pensar que vou para balada hoje. Você paga?
Lucas deu aquele sorrisinho sacana, os olhos colados no rapaz moreno e bonito que o estava desejando.
— Claro que pago.
— Mesmo assim, não sei se é uma boa ideia. — O anfitrião revirou os olhos.
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VIDAS DEPRAVADAS (DEGUSTAÇÃO)
רומנטיקהAté que ponto segredos e mentiras podem corromper uma pessoa? Ser garoto de programa nunca foi o maior problema em vida de Lucas. Carregando consigo o peso de um passado violento e traumático que o obrigou a sair de casa cedo, levando consigo bem ma...