CAPÍTULO: 7

Mulai dari awal
                                        

Todos nós ajudamos a lavar a louça, o que gerou certa confusão na cozinha, com todo mundo se topando, mas acabamos rindo toda hora. Depois nossos pais e Shawn foram para a sala assistir um jogo de futebol e Demi me levou para conhecer seu quarto.

Tinha uma cama simples de casal no meio do quarto, um notbook em cima de uma escrivaninha no canto e ao seu lado uma TV pequena, um guarda roupa de quatro portas na parede ao lado da porta e várias prateleiras de livros espalhadas em duas paredes. Demi foi até sua cama e sentou, me chamando para sentar ao seu lado. Eu sentei e dei mais uma olhada em seu quarto. Em baixo de sua escrivaninha tinha um banquinho, onde estava um vídeo game e no chão havia uma caixa completa de jogos de todos os tipos.

Depois de um tempo, ela falou. “SINTO MUITO PELO OUTRO DIA.” Ela começou, brincando com a costura de sua calça. “A gente nem se conhece direito e eu fui logo falando aquilo. Me deixei levar pela minha pequena filosofia de vida. Mas pude ver que você não estava pronta para ouvir aquilo. Então, me desculpa.”

“Você não deve se desculpar pelo que sente.” Falei baixinho, observando uma prateleira de livros.

“Não estou me desculpando por estar apaixonada por você. Estou me desculpando por falar aquilo sem antes pensar no que isso ia causar em você.”

Ela dissera naquele dia que estava se apaixonando por mim. E aqui estava ela agora, me dizendo que está apaixonada por mim. Antes era uma possibilidade que poderia vir a acontecer, agora ela está afirmando algo que está acontecendo. As coisas ficavam ainda pior para minhas ideias de não dizer essas palavras de volta para nenhuma das duas se ferir tanto quando a outra partir. E mesmo assim eu sabia, e apenas para mim eu falava, todos os dias, o dia inteiro, eu repetia para mim mesma em minha cabeça: “Você se apaixonou por ela, admita, diga isso, faça-a feliz, antes que seja tarde para vocês duas. Você está apaixonada por ela. Sabe que está. Foi tão rápido, mas o sentimento é tão forte. Você está apaixonada por ela.”

“EU TENHO MEDO.” Sussurrei tão baixo que eu nem tinha certeza se ela ouviu.

Entretanto, Demi colocou a mão suavemente em meu rosto e virou-o para ela. Novamente, me vi encarando aqueles lindos olhos. “Me diga do que tem medo e talvez eu possa mudar isso.”

“Tenho medo de dizer essas palavras, então, quando eu partir, você sofrer ao lembrar das vezes que eu disse.” Uma lágrima desceu pela minha bochecha.

Ela não secou a lágrima, deixou-a descer e cair no meu vestido. “Você acha que eu não iria sofrer agora?” Perguntou.

Mais lágrimas começaram a descer, desenfreadas. A última vez que eu havia chorado foi quando descobri que tinha câncer terminal e isso já fazia tempo. “Mas iria sofrer menos.” Solucei.

“NÃO, NÃO IRIA.” Ela balançou a cabeça. “Iria sofrer com igual intensidade. Talvez sofreria ainda mais, pois você nunca me deu a chance de te fazer feliz enquanto estivemos juntas, nunca se abriu totalmente para mim. Iria sofrer tanto quanto sofreria se você morresse agora, nesse exato segundo. Porque eu estou apaixonada por você.

E não há nada que você faça, ou deixe de fazer, que vá mudar isso. Eu não me importo se você não disser essas palavras para mim de volta, é uma opção sua dizer ou não dizer, mas você não deve segurá-las se o único motivo é que vamos morrer algum dia. Você não deve dizê-las se você não sente o mesmo, se você não está apaixonada por mim, se você me vê só como uma amiga.

Mas se o único motivo que você tem é que temos câncer e que estamos ambas morrendo, sinto muito, mas todos estão morrendo. Nós só estamos morrendo mais rápido que outros.”

Então eu me joguei nela e Demi me abraçou apertado, escondendo minha cabeça em seu peito e encharcando sua camiseta, enquanto acariciava meus cabelos. Ela não disse mais nenhuma palavra, não tentou acalmar meus soluços, nem tentou me fazer parar de chorar. Ela apenas ficou lá, me abraçando, esperando.

Ficamos assim por um longo tempo, eu só me separei quando minhas costas estavam doendo e meus pulmões horrorosos pediam por mais ar. Eu funguei e limpei minhas lágrimas, respirando fundo para tentar me recuperar. Ela afastou minha franja do meu olho e sorriu.

“Você está péssima, deveria parar de chorar.” Comentou.

Eu ri e me inclinei para beijá-la (10 segundos). “Eu estou apaixonada por você.” Sussurrei assim que me afastei.

Demi sorriu e me beijou de novo, segurando meu rosto com mãos suaves. Dessa vez o beijo foi mais do que apenas um selinho. Ela lambeu meu lábio inferior e eu os separei, deixando sua língua entrar minha boca e me explorar totalmente. Nos separamos quando eu comecei a ofegar (porcaria de pulmões!) e ela beijou minha bochecha e minha testa, antes de se afastar completamente.

“Agora além de estar com o olho vermelho e inchado, está com a boca vermelha e inchada.” Demi falou.

Eu ri novamente e deitei na cama, usando seu travesseiro para ficar um pouco alta. Demi deitou ao meu lado e me puxou para perto, pegando o travesseiro para ela. Eu coloquei minha cabeça em seu ombro e minha mão no meio do seu peito e fechei os olhos.

Eu poderia arrumar muitos problemas futuramente por ter dito aquelas palavras, mas eu estava tão feliz naquele momento, que eu pouco me importava.

 •Demally• √ U͜͡n͜͡r͜͡e͜͡a͜͡c͜͡h͜͡a͜͡b͜͡l͜͡eTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang