Capítulo 23

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Dentro da minha cama, debaixo dos cobertores quentes e com a cabeça na minha almofada fofa, sentia-me a dormir como um anjinho.

A pior parte é a que vem a seguir, que é ganhar coragem para me levantar.

Ouvi um barulho estranho lá fora, como pequenas coisas a cair e a bater contra o vidro da janela fechada. Primeiro não reconheci o som, mas depois quando abri lentamente os olhos, deparei-me com a estranha escuridão do meu quarto, exceto pelo relâmpago que atravessou o céu, fazendo-me estremecer.

Normalmente sentia a brisa do vento no meu rosto e via o quarto pintado de tons dourados ao acordar, mas desta vez, quando olhei para a janela, vi outra coisa.

Chuva.

Sentei-me na cama e olhei melhor para a janela. O céu estava carregado de nuvens negras esta manhã, o vento soprava mais ruidosamente do que o normal, balançando todas as plantas e tudo o que se possa mover de um lado para o outro. As grossas gotinhas de água caíam sem parar na rua, produzindo um som familiar e reconfortante ao chocarem com o chão e com o vidro. Já nem era tão estranho assim, já estamos quase no Outono, pois daqui a alguns dias vamos ter o evento de fim de Verão como disse a rainha, por isso isto é só um adiantamento.

O tempo realmente não estava nada bom, pois pela cor do céu, algo me diz que este cenário se vai manter durante todo o dia.

Bocejei algumas vezes e espreguicei-me, saindo da cama, mesmo quando outro relâmpago me assustou.

Assim que me levantei, senti um arrepio invadir todo o meu corpo. Estava frio e eu tinha apenas uma fina camisola vestida juntamente com uns calções.

Fui até à casa de banho e tomei um demorado e bem quente duche.

Enrolei uma toalha no cabelo e vesti o roupão depois de me secar, voltando ao quarto.

Quando os meus olhos encontraram novamente o espaço, o meu olhar seguiu diretamente até à minha mesa, onde estava a grande jarra com o meu ramo de rosas.

Fui até lá e não consegui conter um sorriso ao olhar para a que se destacava no meio de todas as outras, a mais clara. Tirei-a do sítio e levei-a até ao meu rosto, para puder sentir o seu perfume mais de perto.

A minha mente viajou até à tarde de ontem, quando estava a olhar-me ao espelho e então vi a rosa em cima da cama, junto ao meu colar e com o pequeno cartão. Uma rosa igualzinha às que estavam no jardim secreto, e que não sei como, veio para ao meu quarto, assim como o meu colar que apareceu também magicamente.

Não faço ideia de onde ele podia estar, mas agradeço mentalmente ao "guardião" do jardim por mo ter devolvido, porque ele apareceu com a rosa e o cartão, então vou assumir que foi ele.

Como estava mais frio hoje vesti umas calças mais quentes, umas botas castanhas e baixinhas com um salto médio, uma camisola branca com detalhes coloridos em baixo, na gola e nas mangas e um casaco preto. Sequei rapidamente o cabelo com o secador e penteei-o, amarrando em seguida uma fina trança de lado com um gancho.

Quando estava a terminar, a Emma entrou pela porta com lençóis lavados nas mãos.

- Bom dia. – disse olhando-a pelo reflexo do espelho.

- Bom dia. – ela disse com um tom irritado antes de deixar os lençóis no banco à frente da cama e indo tirar os cobertores para os mudar.

- O que aconteceu? Estás bem? – virei-me para a encarar.

- Estou. Apenas estou de mau humor porque odeio chuva! Estraga-nos completamente o dia! Não podemos sair à rua para fazer nada! Temos de estar trancados dentro de casa todo o dia! – ela agora virava-se para a janela, como se estivesse a discutir com as nuvens.

O Príncipe e a PopstarOnde as histórias ganham vida. Descobre agora