Capítulo 9

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 Ao fundo, ainda se ouvia a música que vinha do salão, atravessando o jardim misturada com o som das conversas que decorriam atrás de nós. A luz proveniente dos grandes lustres saiam pelas janelas e varandas abertas e iluminavam ainda mais todo o espaço, mas nada se comparava ao brilho da lua cheia por cima de nós, ou talvez esse brilho intenso e mágico venha dos olhos de Charles. Fiquei ali presa, naqueles olhos cor de mel, e ele perdeu-se na profundidade do oceano que os meus refletiam. Continuámos ali sentados, encarando-nos um ao outro, sem desviar o olhar uma única vez.

- Estás a falar a sério? Estás apaixonada por mim? – ele perguntou-me, diminuindo um pouco o sorriso, a sombra da esperança e da incredulidade passando pelo seu rosto.

- Sim, estou a falar a sério. Aconteceu à algum tempo, quando regressei de viagem com os meus pais mais especificamente. Ficámos tanto tempo sem nos vermos, apenas mantendo o contacto através de cartas, que no dia em que regressámos e te voltei a ver depois de tantos meses, alguma coisa dentro de mim apareceu misteriosamente, fez com que o meu coração se aquecesse assim que vieste até mim e me ergueste do chão, abraçando-me. Durante muito tempo nunca consegui descobrir o que aquela sensação significava, mas quando vinhas ter comigo e conversávamos, eu sentia-me imensamente feliz. Quando me convidavas para dançar, a minha pele arrepiava-se ao teu toque, e quando te via a passear tantas vezes com a lady Margaret, um ciúme incomum apoderava-se do meu corpo e da minha mente. A partir daí, comecei a pensar em todos estes sentimentos e percebi o que já podia ser claro como a água para muitos: eu estava apaixonada, apaixonada por ti.

Ele sorriu ainda mais, apertando as minhas mãos entre as suas.

- Oh Claire! Não sabes como fico feliz ao saber disso. Eu sempre achei que me vias apenas como um amigo, que o que tínhamos não passaria de uma amizade de longa data. Então quando me apercebi de que estava realmente apaixonado por ti, temi que não sentisses o mesmo que eu, por isso escondi os meus sentimentos durante muito tempo, na esperança de um dia, puder tos revelar.

- E parece que esse dia finalmente chegou. – demos uma breve gargalhada e permanecemos em silêncio mais algum tempo, desfrutando apenas da companhia um do outro, sem nos importarmos com o que acontecia à nossa volta, presos na nossa própria bolha.

O tempo passou sem que nos apercebêssemos, a única movimentação a que prestei atenção foi quando o Charles se aproximava de mim, aos poucos, parando apenas a poucos centímetros do meu rosto. Àquela distância, era possível sentir o cheiro do seu perfume, que sempre adorava sentir de cada vez que passeávamos de braço dado ou de cada vez que apoiava o queixo no seu ombro, quando nos abraçávamos. Conseguia ouvir o bater do seu coração, era engraçado como estava tão acelerado como o meu; as nossas respirações, irregulares até àquele instante, misturavam-se numa só, e apanhei-me a desviar o olhar para a boca dele. Voltei a olha-lo nos olhos e percebi que ele fazia o mesmo. Ele encarou-me e aproximou-se muito lentamente, como se pedisse autorização. Uma das suas mãos foi para a minha nuca e a outra para as minhas costas, ao mesmo tempo que eu apoiei as minhas no seu peito. Eu aproximei-me também, até os nossos lábios roçarem levemente, para finalmente nos beijarmos. Começou com um beijo lento e apaixonado, para depois ficar mais rápido e necessário. Ficámos ali um bom tempo, até que a necessidade de respirar se fez maior e tivemos de nos afastar. Ele estava ofegante, e mesmo com a pouca luz que incidia no lugar onde estávamos, por ser mais afastado e escondido, conseguia perceber o seu rosto levemente corado. Eu não devia estar muito diferente para ser honesta.

- Acho melhor irmos, já devem estar a dar por falta do aniversariante. – disse ao levantar-me e ajeitando um pouco o cabelo.

Ele levantou-se e ficou parado ao meu lado, ajeitando a roupa o máximo que podia. Quando comecei a caminhar em direção ao salão, ele puxou-me pelo braço e beijou-me de repente.

O Príncipe e a PopstarWhere stories live. Discover now