Capítulo 22

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Edward

Assustei-me quando a vi parada junto à porta, mas a minha surpresa por a ver ali a observar-me e a preocupação que se apoderou de mim por a ver chorar foram maiores.

Ver aqueles límpidos olhos azuis derramar tantas lágrimas deu-me um aperto no coração, habituei-me a vê-la sorrir ou então chateada comigo por alguma coisa idiota que disse, mas vê-la pela primeira vez a chorar foi para mim uma das piores cenas de se ver.

- Eu... desculpa... vou-me já embora. – ela disse rapidamente, tentando esconder as lágrimas que ainda esperavam cair, quando se virou para sair.

- Espera! – disse por impulso e aproximei-me dela.

Aproximei-me calmamente, para não a afugentar, ficando a uma distância que eu considerei segura.

- Mia... estás bem? – perguntei suavemente.

Ela permanecia imóvel, de costas para mim e calada. Lá no fundo eu sabia que ela não me iria responder. Aproximei-me mais, ao ponto de estar quase colado a ela, o meu nariz a roçar nos seus cabelos, permitindo-me sentir o seu perfume.

- És demasiado faladora para teres ficado calada de um momento para o outro. O que tens? – sussurrei.

- O quê que isso te importa? – aquelas palavras roucas acertaram-me como facadas no coração, o seu tom frio e sem um pingo de amabilidade.

Recuei ligeiramente e peguei-lhe no braço, virando-a de frente para mim. Assim que os nossos olhares se encontraram, o aperto que antes sentia pareceu crescer mais ainda. No fundo dos seus olhos marejados, vi tristeza e medo.

- Desculpa, eu sei que no início fui completamente horrível para ti, um completo parvo e julguei-te mal sem sequer te conhecer. Peço mesma imensa desculpa, mas eu sou assim, é difícil para mim confiar em alguém. – fiz uma curta pausa para lhe limpar uma lágrima que lhe tinha fugido – Mas eu já vi como tu és com as pessoas à tua volta, a minha irmã adora-te. Por isso acredita que estou a ser honesto quando digo que estou arrependido pela maneira como te tratei e que estou realmente preocupado.

Esperava do fundo do coração que ela acreditasse nas minhas palavras, apesar de não passarmos muito tempo juntos, é inegável o quanto ela se tornou importante para mim.

Depois de ter acabado, ela olhou-me mais uma vez antes de vir de encontro ao meu peito, abraçou-me pela cintura e desatou a chorar. Abracei-a também, passando uma das mãos no seu cabelo enquanto apoiava o meu queixo na sua cabeça. A maneira como estávamos abraçados era impressionante, ela era mais pequena do que eu, sendo que cabia invulgarmente bem nos meus braços, como se nos encaixássemos bem juntos como duas peças do mesmo puzzle.

- Desculpa também ter sido uma parva contigo, eu só queria que nos déssemos bem, mas tu foste um completo idiota em primeiro lugar. – apesar da situação não ser a melhor, não contive um sorriso ao ver que apesar do choro, ela continuava a mesma.

- Eu sei, desculpa...

- Tudo bem.

Quando o seu choro já havia cessado, ela olhou-me novamente e eu dei um pequeno sorriso, na esperança de animá-la.

- Sabes, tens jeito para consolar pessoas que estão a chorar.

- Obrigado. São anos e anos de treino com a minha irmã. Ela é super sensível, então cada vez que vê um filme triste desata a chorar, e eu tenho de estar ali a dizer "pronto, pronto, ele morreu, mas é só um filme Sophia".

O Príncipe e a PopstarWhere stories live. Discover now