Fluir.

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Mediante a todas as minhas pressões psicológicas, decidi ir na batalha de mutantes que a Skay tinha me dito. Chamei a Isa e o Bill para vir conosco na tentativa de apaziguar o clima pesado entre todos, sim, todos. Depois da notícia que o senhor Vander tinha morrido, percebi que o Bill estava com medo, pensei até que ele não quisesse mais nos ajudar, porém eu já estou preparado se acaso ele disser isso. Bill se preocupa que algo aconteça com Skay novamente, mas talvez ele não saiba o quanto ela pode ser forte, possivelmente até mais forte que ele, que é o temível domador de Cromos. A Skay me disse que nunca testou o limite de seus poderes e talvez seja a hora de ensiná-la e passar adiante as aulas que tive com o senhor Vander, eu sei que os poderes dela foram adquiridos de outra maneira, mas tenho uma intuição que ela pode ser mais poderosa do que imaginamos.

Estávamos todos na sala sem dizer sequer uma palavra, ninguém sabia o que cada um estava pensando, era constrangedor, e com isso resolvi "quebrar o gelo", perguntando:

- Todos irão na batalha de mutantes a noite?

Isa, Skay e Bill balançaram a cabeça concordando, mas não disseram uma palavra sequer. E mais uma vez puxei uma conversa, dizendo:

- Amanhã é o dia do confronto e eu não estou pronto para morrer, mas se acaso acontecer, todos somos verdadeiros guerreiros, enfrentar duas Nações não é para qualquer um. 

- Está se despedindo? Porquê se for isso, pode parar, desculpa-me se tenho sido arrogante, estou tão nervosa, só quero que tudo volte ao normal quando vencermos. - Diz Isa.

- Qual é garoto? Morrer? Não fala besteira, por quê aqui você é o nosso super-herói. - Bill diz sorrindo.

- Nosso Superman. - Skay ironiza.

- A inteligência, a força física, poderes e monstros, somos a verdadeira Liga da Justiça. - Digo começando a sorrir.

O "gelo" quebrou e todos começaram a falar, Isa ficou mais relexada e isso me deixou tão feliz. Todos começaram a sair para os seus afazeres, e só ficaram Skay e eu, aproveitei para falar sobre treiná-la, dizendo:

- O que acha de um breve treino de  poderes?

- Acho ótimo, mas eu que vou treinar você?

- Engraçadinha, eu sou mais forte.

- Força não é suficiente, sou habilidosa e rápida como uma lebre.

Saímos e ficamos entre as árvores, comecei com o que o senhor Vander sempre me falava, esvaziar a mente, realmente é necessário não pensar em nada, apenas deixar a imaginação consentir os poderes que você quer usar, mas no caso dela, era saber quais poderes ela tem. Skay fechou os olhos, e sob o meu comando foi tentando descobrir se tinha mais poderes.

- Deixa fluir, deixa sua imaginação comandar você.

- Estou tentando...

- Skay! Apenas deixa fluir. 

- Estar fluindo, estou sentindo.

- O que sua imaginação diz? - Pergunto.

Skay abriu os olhos e olhou para suas pernas, eu fiquei sem entender e novamente perguntei:

- Fala logo! O que sua imaginação disse?

- Corra!

- Corra? - Pergunto sem entender.

Nesse momento Skay começa a correr  tão rápido que apenas vejo seus vultos, minha intuição de que ela poderia ser mais poderosa do que imaginávamos estava certa. Os vultos se perdiam entre as árvores, até que ela parou em minha frente, sorriu e perguntou:

- O que você achou?

- Você realmente é rápida, só que mais rápida que uma lebre.

Ela me abraçou e em seguida me deu um beijo, fiquei de olhos arregalados, mas logo os fechei e pude sentir o clima, acho que Isa estava certa, eu realmente estava sentindo algo por Skay.

The Color: A Perseguição Onde as histórias ganham vida. Descobre agora