Depois do caos.

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Doeu, olhar meu planeta desmoronar quando sugado por um buraco negro, doeu. Algo nunca imaginado durante milhares de anos de sua existência, os seres humanos foram os culpados por mexerem com o equilíbrio da Terra, que aos poucos se afastou do Sol.

Meu nome é Renato, Renato Fallen, e eu estou perdido, completamente perdido e sem rumo. Meus pais morreram há quase dez anos porquê não conseguiram esvaziar a Terra por completo, e então levaram um membro de cada família dos povos da classe média e nos trancaram em um galpão até o nosso sangue mudar de cor.

São quatro as cores sanguíneas, Verde, Amarelo, Azul e Vermelho, são quatro grupos que ajudam a manter Vinervia, nosso novo mundo.

Cada um com uma função diferente, a Nação Verde protege a natureza dos Cromos, animais herbívoros mutantes. A Nação Amarelo nos protege da escuridão lutando contra os Cátrios, seres do planeta Marte que tentaram nos matar porquê mudamos a órbita do Sol. A Nação Azul são os Lórios, a cor sanguínea mais rara, são poucos os que nascem para ser cientistas do exército. E a Nação Vermelha são as autoridades, que tentam manter o equilíbrio entre os humanos. Além de lutar contra os inimigos as Nações fazem suas próprias pesquisas, mas como os Lórios são os chefes, toda pesquisa só é feita com autorização deles.

Todas as quatro Nações tem um único líder que manda e desmanda nos seus soldados quando bem entender, parece que voltamos na época de Roma só que a diferença é que não lutamos por território e sim para continuar vivendo.

No galpão onde estava conheci uma garota chamada Isa, ela buscava vingança contra os Lórios pois mataram Ediu, seu irmão mais novo por ele nascer desfigurado devido as alterações das bactérias em Vinervia. Apesar de brava e calculista, Isa era uma boa pessoa, e foi a primeira colega que tive nesse maldito lugar.

A Nação Verde nos observa já que o galpão fica no meio da floresta, além de nos vigiar, também combate os Cromos para não acabar com o único recurso que equilibra nosso oxigênio.

Quando o nosso sangue começa a dá sinais de mudança de cor somos recrutados para a cidade e lá nos apresentam nossa Nação, onde servimos até o fim de nossas vidas.

Somos bem tratados, porém ficar trancado em um lugar e não poder sair atormenta sua mente, é como um pássaro em uma gaiola onde ele se contenta com a comida e esquece de sua liberdade. Muitas vezes tentei fugir sozinho mas os alarmes tocavam e não tive êxito, por esse ato recebi punições severas, me trancaram em um cativeiro sem comida durante uma semana.

Com a minha punição, a Isa se rebelou e quase matou um soldado da Nação Verde com um garfo, ela também foi punida a ficar no cativeiro, torturada, e ainda arrancaram um dedo de sua mão direita, eu me culpei pois ela não devia ter se rebelado por minha causa. Estamos há nove anos trancados aqui nesse galpão, Isa e eu criamos um laço de fraternidade, ela tem apenas quinze anos e eu dezessete.

As mulheres que estavam grávidas tinham o direito de habitar Vinervia, e a mãe de Isa era uma delas, até Ediu nascer e os Lórios serem obrigados a matá-lo, a mãe dela morreu no parto, e ela não tem mais ninguém. Os Lórios matam as crianças deformadas, porquê com o passar do tempo elas se elevam e ganham uma espécie de poder telepático modificado.

Criar um novo mundo mudou drasticamente as forças do espaço-tempo, alterando os genes dos humanos, e os transformando no seu próprio inimigo.

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