A história de Bill Vintage.

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A real sensação de ter poderes é indescritível, não sei se me sinto diferente de antes, apenas me sinto mais forte. Até uns dias eu era apenas um garoto normal, agora eu não sei o que é normal. Sou Renato Fallen, um adolescente que tem poderes, e isso às vezes me assusta.

A minha primeira noite aqui foi estranha, não conseguia dormir com o barulho que os Cromos faziam, era um ruído alto, creio que era porquê o Bill estava treinando-os. Desci as escadas e sai para respirar melhor, como já disse uma vez, a floresta de Vinervia é a unica fonte que equilibra nosso oxigênio. Ao sair vi o Bill na área sentado, me aproximei e disse:

- Qual a razão daqueles ruídos que os Cromos fizeram a noite?

- Quando meus animais ficam ofegantes começam a fazer aquele barulho.

- Entendi, então, por quê não me disse que sua filha tem poderes?

- Ela não tem. - Bill diz com raiva.

- Ela me mostrou, Bill, não minta.

Eu reparei que o Bill não estava bem com o meu questionamento, então, mudei de assunto dizendo:

- Você é alguém importante?

- Como? - Bill pergunta sem entender.

- Essa casa, como pode alguém como você ter uma casa assim?

- Você é curioso, rapaz. - Bill abre um sorriso amarelo.

- Só queria saber. - Também começo a sorrir.

- Então, vou te contar a minha história, não costumo me abrir com as pessoas mas você me parece ser alguém de bem.

Eu não o respondi, e fiquei esperando ele começar a falar. Ele fechou os olhos como se fosse pensar em algo e logo os abriu começando a dizer:

- Há quase oito anos, eu lutei com meus Cromos junto a Nação Amarelo, contra os Cátrios.

- Sim eu sei, me contaram no Galpão. Você ajudou a Nação Amarelo a manter a órbita do Sol em Vinervia.

- Eu não ajudei a Nação Amarelo, eu fui obrigado. Eles mataram minha mulher, pegaram minha filha e a entregaram aos Lórios.

Eu fique espantando, e não sabia o que dizer ao Bill, mas ele continuou falando:

- Tudo isso porquê eu não queria os ajudar de bom grado, eu não queria ajudá-los, pois, meus Cromos iam morrer. Eu amo esses animais. Antes de matarem minha mulher e sequestrarem minha filha, eles nos enviaram cartas nos ameaçando. Diziam para eu os ajudar ou as coisas poderiam ficar ruins para o meu lado.

Meus olhos ficaram lacrimejados, segurei o choro, mas Bill não, enquanto ele contava a história dele, as lágrimas deciam pelo seu rosto. Aproximei-me e disse:

- Bill fica calmo, não precisa me contar mais. Me desculpa por fazer você lembrar dessa história.

- Não Renato, eu quero falar. - Diz ele se levantando da área.

- Então diz, mas fica calmo.

- Eles cumpriram a ameaça, eu tinha ido para a área urbana de Vinervia e quando voltei minha mulher estava morta, fiquei desesperado e comecei a procurar Skay, mas não achei, então fui até a Nação Amarelo, e eles me disseram que tinha a entregado aos Lórios, e ela ia ficar lá até quando eu os ajudasse.

- Quanto tempo ela ficou com os Lórios? - Pergunto.

- Quase dois meses, eles me entregaram ela desacordada, e somente duas semanas depois, ela acordou. A Nação Amarelo me deu essa casa, que segundo eles era um presente pela conquista da batalha.

- Então o fato da Skay ter poder é relacionado aos Lórios? - Faço outra pergunta.

- Eles usaram minha filha de cobaia para os experimentos deles, eles usaram uma criança como um rato de laboratório. Você tem noção disso? - Bill pergunta chorando aos prantos.

Eu abracei o Bill, não me contive, e me senti culpado por ter perguntado, disse algo tentando o consolar, e acho que consegui. Agora eu entendi o porquê da Skay ter poder, acho que os Lórios também precisam pagar pelo que fizeram, não só com a Skay, mas também com Ediu, irmão da Isa.

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