A luta pela sobrevivência.

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Ao entardecer Carlos e os soldados da Nação Verde nos conduziram pela mata até o local onde os Cátrios estavam, eles ainda não tinham dito a nós que vamos lutar contra predadores. Eu acho que queriam nos poupar de discussões moralistas, sobre dizer que é errado fazer isso e que ninguém tem o direito de decidir tirar a vida de ninguém. Apesar de Eu, Isa e Théo sabermos decidimos não contar para ninguém, assim evitamos euforia e medo entre nós.

Ao chegarmos no local Carlos logo contou a verdade a todos os jovens sobre o porquê de estarmos ali, o desespero tomou conta, mas ninguém poderia fazer nada para impedir. E por fim, ele disse:

- Eu espero imensamente que todos saiam vivos, ou pelo menos a maioria.

Carlos diz olhando para a Kate, que logo começa a chorar ao saber da notícia, mas Isa foi consolá-la. Os soldados chegaram com duas enormes caixas de ferro e posicionaram em nossa direção. Todos ficaram boquiabertos e começaram a dá passos para trás. Até Carlos dizer:

- Abram as caixas de ferro.

O barulho ensurdecedor de um animal faminto por carne humana estava nos apavorando, e ao abrir as caixas vi quatro Cátrios sair de cada uma delas, totalizando oito. Saber a contagem de quantos eles são é fundamental para o meu plano, mas o medo tomou conta de mim. A arma que está com o Théo tem apenas cinco balas radioativas.

Todos saíram correndo desesperados, sem lembrar de prender a respiração. Algo que nos ensinaram nas aulas sobre as Nações. A respiração em Vinervia solta um ácido tóxico que só os Cátrios conseguem sentir, e esse ácido os atrai.

Corri por meio das árvores, junto com mais ou menos mil jovens que correram na mesma direção que a minha, incluindo o Théo e a Isa. Os outros jovens correram para outra direção, creio que já estão mortos. Nos distanciamos até não avistarmos mais os soldados, eles não podem saber que vamos usar a arma radioativa.

Vinheram três Cátrios em nossa direção. Fiquei apavorado por não conseguir prender a respiração e disse:

- Atira logo nos Cátrios, Théo.

Théo deu o primeiro tiro e errou, ele não podia ter errado, agora restou quatro balas e ainda tem oito Cátrios vivos, e três deles vindo nos matar. Ele me disse que não sabia atirar, e então eu peguei a arma e disparei três tiros contra os Cátrios, e ver eles caírem mortos em minha frente me fez refletir se eu realmente quero ser da Nação Amarelo.

Com os barulhos dos tiros, os Cátrios começaram a correr para o lugar onde estávamos e então nos escondemos entre as árvores, cada um para um lado diferente. De longe vi um Cátrio se aproximar para o lado em que Isa estava, parecia que ele sentia o cheiro do ácido da respiração. Eu olhei para o Théo comunicando que ia usar a última bala radioativa, e ao voltar os olhos para a Isa tinham mais dois Cátrios andando em direção à ela.

The Color: A Perseguição Onde as histórias ganham vida. Descobre agora