3 - Eu compro esta revelação

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Os dois começaram a se vestir para saírem da cachoeira. Quando entraram no carro, Francisco ficou impressionado que o carro do Manoel era o modelo mais moderno. Era esse que esperava que seu pai comprasse, com a venda da fábrica.

"Vamos, eu te levo em casa e proseio com seu pai".

Quando chegaram, Henrique estava curioso de ver aquele luxuoso entrando em sua propriedade. Mais curioso ainda ele ficou ao ver seu filho Francisco saindo de dentro dele, com seu algoz. Por isso, ele se apressou em descer as escadas para receber os dois. Com, um tom severo, ele esbravejou:

"Francisco, estás atrasado para o almoço".

Francisco abaixou a cabeça e Manoel deu um sorriso sarcástico.

"Boa tarde, senhor Henrique. O atraso do Henrique foi por minha culpa. Como lhe disse ontem à noite, tenho uma proposta para lhe fazer. Posso almoçar com os senhores"?

Henrique grunhiu com aquela proposta, mas não tinha como recusar. Ele dependia da boa vontade daquele espanhol para viver.

"Eu sei que se convidar para almoçar não é nem um pouco educado, nem aqui nem em meu país de origem. Mas, no final deste dia, vai ficar tudo em casa. Em família".

Manoel lançou um olhar sinistro para Henrique que ficou parado como uma estátua olhando para o rival. Francisco estava completamente confuso, mas no íntimo dele, pensou em se casar com aquele moreno ao seu lado. Ele não conseguia esquecer o beijo que recebeu na cachoeira.

"Passe, por favor, Senhor Manoel. Vamos ao meu escritório para tratarmos deste assunto que desejas resolver comigo".

Os dois partiram para o escritório e Francisco foi para a sala de jantar, ele decidiu que se juntaria à sua irmã e à Berta, afinal não fora convidado para a reunião de senhores.

"Pois não"?!

Henrique perguntou com um tom desafiador, mostrando que não queria muita prosa com aquele homem que lhe tirara tudo, na jogatina.

"Eu ontem comentei que tinha uma proposta para te livrar da ruína. Mas, antes eu tenho uma revelação a fazer que o senhor vai entender rapidamente a onde quero chegar".

O anfitrião se sentou na cadeira que gostava de trabalhar e ficou olhando para o outro, esperando o que ele lhe havia de comunicar. Ele mal podia esperar a bomba que lhe esperava.

"François não é o verdadeiro comprador da sua fábrica, menos ainda é o verdadeiro dono dela. Quem comprou sua fábrica fui eu. Como pudeste ver quando cheguei, além de te depenar nas cartas, eu já tenho minhas posses. Minha família é rica, eu tive dinheiro suficiente para comprar aquela fábrica".

Henrique ficou transtornado. Então, aquilo tudo era um jogo do Manoel. A raiva que o aristocrata sentia do estrangeiro só aumentava. Henrique resolveu pegar sua arma na gaveta de uma mesa, mas Manoel foi mais esperto e se aproximou.

"Eu não faria isso, se estivesse em tua pele. Como eu disse na sala, nós seremos família a partir de agora. Não! Feche a gaveta que eu ponho minha arma na minha cintura de volta".

Antes mesmo de poder encostar em sua pistola, Henrique já estava com a arma do Manoel pronta para atirar e a centímetros de sua cabeça. O espanhol quis tripudiar mais um pouco:

"Tenho certeza que minha arma é maior que a sua".

Henrique grunhiu uma vez mais e bateu a gaveta com violência. O barulho foi tão alto que pôde ser ouvido na sala de jantar, onde Ana e Francisco esperavam pelos dois para o almoço.

"Então, senhor Manoel de Cervantes, qual a sua magnífica proposta"?

Manoel voltou a se afastar da mesa e deu um largo sorriso.

Eu compro o seu amor (Finalizada!)Where stories live. Discover now