16- Milhões de Vezes

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No domingo, dia onze de setembro de 2016, como sou uma pessoa ansiosa e estava com a cabeça fervendo por milhões de razões, meti novamente os pés pelas mãos. Sabe quando você não sente a menor segurança em alguém e fica preocupada em ser mal interpretada? Pois é, meu sentimento era de "pisar em ovos" como dizem por aí, eu só não conseguia não me importar... infelizmente.

– Bom dia. – Enviei com uma flor às 08h da manhã, mas não tive resposta. – E aí, o que decidiu? – Enviei às 19:08h... nada. – Deixa rs, pela hora já imagino. Bom descanso e boa semana. – Enviei às 20:26h... nada. – Última coisa só pra eu saber como me comportar... você ainda quer que eu me reaproxime de você? – 22:01... nada... resumindo: Ela não veio.

Eu sei que em dia de domingo, como já devo ter mencionado, Alice tinha workshop o dia inteiro, mas na minha cabeça eu apenas não queria perder meu tempo caso não fosse do interesse dela tentarmos resgatar a tal "amizade", mas uma coisa que é chato, por exemplo, é você perceber quando está perto que a pessoa não larga o celular, ela o verifica constantemente e me diz que não de responder, ou algo assim.

– Sim ou não? – Enviei no dia seguinte, segunda-feira, dia doze de setembro de 2016 às 12:32h... ela respondeu finalmente.

– Ana, isso você tem que fazer por você mesma, se for algo que você quer. – 12:35h.

– Você tinha dito pra deixar como estava rs.

– Mas não é assim, né. É como eu disse, não dá pra pensar cada movimento nosso. – Me respondeu.

– Meu anjo, – Falei segurando meu temperamento. – você disse "vamos deixar como está", por isso estou perguntando o que VOCÊ quer porque não quero ser a chata que pareço estar sendo rs, nem eu me aguento, me da nojo de mim ficar perguntando essas coisas, é só dizer "sim ou não" e te deixo em paz... – Respirei e, não aguentando, às 12:42h disse. – Já me humilhei demais pra você e você acha que gosto disso... – Não houve resposta. Às 13:37h concluí. – Deixa pra lá, nada que eu diga ou faça vai mudar porra nenhuma da forma que você me vê hoje... desculpa aew... boa semana pra você e fico feliz pela homologação. – Homologação referente a uma questão que estava meio amarrada burocraticamente e que ela conseguiu liberar.

– Ninguém disse isso. – Me respondeu às 17:05h.

– Ninguém disse o que? To bem não, não entendi. – Respondi.

– Eu não disse que nada ia mudar.

– Mas não diz o contrário e fico feito idiota atrás e me sentindo um estorvo.

– Mas é aí que tá, você quer que eu diga uma coisa que não tem como eu saber, eu não sou vidente, eu não sei o que vai ou não mudar, eu sei que se você quiser tentar, você é livre para e eu nunca vou dizer pra você não fazer alguma coisa, não é da minha natureza, só relaxa e seja você mesma, e faça o que você sentir vontade de fazer, que as coisas vão fluir, eu não tenho respostas pra tudo, ou pra nada, na verdade.

– Da forma que você fala é "tanto faz", "se você quiser você tenta", você não demonstra fazer questão, pra que vou me esforçar mais do que já me esforço então?

– NÃO. Você gosta de ler assim, você gosta de achar que eu não faço questão, eu já te falei o contrário 20.000 vezes.

– "Eu sei que se você quiser tentar, você é livre para". – Respondi usando da própria fala dela.

– MAS VOCÊ É. Isso é alguma forma de dizer que eu não quero, aonde? Eu só to dizendo que se você esperar de mim todas as respostas, você tá fodida, você faz o que você quer fazer, Ana, se você não se sentir confortável porque eu sou cachorrinha da Sophia e não quiser ficar perto, é contigo, – Alfinetada básica. – eu não vou virar pra você e falar pra você fazer nada que você não queira, mas sinceramente não sei porque você faz alguma questão, se tudo que eu faço te irrita.

– Deixa eu só abrir um parêntese que nunca falei, não me chama pelo nome quando o papo é sério porque quando leio meu nome me irrita. – Isso realmente é muito sério, eu fico realmente irritada.

– Ok.

– É só ver quantas vezes falo seu nome... nunca rs... só faço pra enfatizar algo rs.

– Eu nunca falei que não ia falar com você, eu nunca disse que não gostava de você, eu nunca disse que não seria sua amiga, pelo contrário, você não gostava toda vez que eu falava que queria ser sua amiga e você brigava comigo por absolutamente tudo que eu fazia ou dizia... – Exagerada. – você se irrita comigo 30 vezes por dia e me critica o tempo todo.

– Você sempre joga pra mim... "se você quiser"... você não demonstra fazer questão, você não fiz que quer mesmo quando pergunto, não to nem falando de espontaneidade. – Reclamei. Sobre ela dizer que eu brigo e etc, respondi. – Não faço isso não, não te critico.

– Nossa, imagina se fizesse.

– Porra... eu devo ser chata pra caralho, você diz que eu faço tudo que odeio que façam comigo.

– Essa não é a questão, você continua dizendo que eu não falo nada, eu falei 1 milhão e 700 vezes que gosto de você, gosto da sua companhia e da sua amizade, agora, você quer que eu te diga o que fazer e isso eu não vou te dizer, entende?

– Perdi a piada rs, eu ia dizer pra você falar mais 1 vez pra ver se a fica caía, mas você saiu dizendo rs. – Carinha chateada. – Eu ia achar graça. – Carinha pensativa.

– hahahaha... cara, já te falei mil vezes, só seja você mesma.

– No momento acho que consigo, acabei de explodir. – Carinha chateada. Confesso que não compreendi o que eu quis dizer.

– Eu vou comer, tenho uma festa pra organizar. – Terminou Alice.

Mas Ana, por que você fez quase dois capítulos inteiros apenas com diálogos? Tinha necessidade de colocar isso tudo? Então... em minha lógica, se eu ficar escolhendo apenas trechos de conversas para justificar meus pontos de vista, poderei estar fugindo da verdade, fora que através da conversa também se pode perceber melhor como Alice era, seja de forma positiva ou negativa, assim como eu também.

Sobre o diálogo do capítulo anterior, eu começo querendo acertar alguns pontos, esclarecer os maus entendidos a respeito do nosso desentendimento ocorrido no mês de agosto, daí pra frente a conversa começa a fazer a suas próprias curvas e por fim, não aguentando guardar pra mim aquele segredo, vou e conto aquilo que havia presenciado antes da tal reunião da Captação.

Havia muito ciúme sim a respeito de Sophia, mas como disse, em minha opinião, achei bem escroto o que ela fez, pois nem eu e nem Felipe éramos seus reais amigos naquele momento pra que a mesma começasse a falar mal de alguém a quem estava chamando de "amiga", pois não era uma simples "reclamação", houve uma certa extrapolação e, caso fosse o contrário, gostaria que fizessem o mesmo em vir me alertar, mas confesso que não foi apenas essa a minha motivação, o problema foi o que aquela discussão gerou.

Fato foi que, após toda essa conversa, me senti mal e realmente considerei em voltar a ser amiga de Sophia por causa de Alice já que estavam tão próximas e minha preocupação quanto a ela era imensa, sem dizer que me comoveu a ideia dela estar sendo ajudada pela "demônia", embora não soubesse bem a quê aquela afirmação se referia, então abrandei, aproveitando que naquela semana nossa querida jovem estava completando vinte e um anos e havia convidado a turma para, com ela, comemorar seu aniversário numa boate.

"Quando a vida não te fode na entrada, ela te fode na saída"... por eu tentar mudar meu comportamento com Sophia, por fim, fui taxada como falsa. Quando digo que não sabia realmente o que fazer, é a mais pura verdade, pois toda vez que tentava acertar, simplesmente errava... eu acho.


Obs: Curta, comente e compartilhe... pode me xingar se quiser kkk. Bju.

LGBT - Aos Meus Olhos - 2016 Parte 2Where stories live. Discover now