Capítulo XXVI

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P.o.v Luan

Metade do meu coração só quer te ver de novo e não para de sentir sua falta, já a outra, preza por sua segurança e prefere te manter afastada de toda loucura da minha vida...
Não ir nesse baile foi a decisão mais difícil que já tomei, posso imaginar a cara de pesar que ela deve ter feito quando leu a "minha" mensagem... "Minha" porque eu jamais faria pouco caso de coisas importantes para ela.
Posso dizer que sou extremamente fraco! Sim, eu sou... Sou completamente vulnerável, incapaz de tomar atitudes drásticas que não interfiram na vida de alguém e a machuque.
A Clarisse foi a pior coisa que poderia ter entrado em minha vida, seus efeitos devastadores perduram até hoje e é assim que vai continuar sendo se eu não fizer nada. Mas, o quê fazer? Como colocar a vida dos que amo em risco mais uma vez?

Flashback on

Eu havia reatado com o grande amor da minha vida. Erros acontecem, todos nós cometemos e eu decidi cegamente perdoar a traição de Clarisse. Afinal, acreditei que a culpa foi completamente minha!
Estávamos prestes a ficar noivos, eu já havia preparado tudo em minha mente e colocaria meus planos em prática o mais rápido possível, não poderia deixar uma mulher dessas escapar.
[...]

Senti meu telefone vibrar, estava no curso de alemão nesse momento e estava disposto a ignorar a chamada. Mas ao olhar a tela do celular não pude evitar meu desejo de saber o quê Clarisse queria comigo, ela nunca foi de me ligar muito, provavelmente seria algo urgente. Pedi licença ao professor e me retirei da sala atendendo prontamente:

- Clair? O quê houve? Está tudo bem? - Disparei vários questionamentos ao mesmo tempo.-

- Ah... Mais ou menos sabe... Lembra quando eu te disse que meus pais haviam chegado aqui? Então, eu quero recuperar nossa relação mas eu sempre acabo fazendo tudo errado. Eu sou uma burra! - Ela diz com a voz embargada, estava prestes a chorar.- Eu estou atrapalhando?

- Calma,amor. Você não é nada disso, me diz o quê está havendo. - Já estava ficando aflito, não gostava de vê-la assim.-

- É que eles me pediram para levar umas coisas na casa de campo deles que fica no interior e eu vim, mas acabei esquecendo a maleta de meu pai, lá tem vários papéis importantes,contratos e eu não consigo voltar aí e buscar porque o pneu acabou furando... Com certeza ele vai ficar irritado por isso! Eu não sei mais o que eu faço.

- Se você quiser, eu posso levar aí até você, não vai ser problema algum. - Depois de muito insistência ela acabou "cedendo" e me deixou ir até ela com a tal maleta. Clarisse me passou as coordenadas e assim que fui liberado rumei até sua casa e peguei o quê era necessário.-

No meio do caminho acabei parando numa floricultura e comprei um buquê de rosas vermelhas para ela. Fazia um tempo que eu não lhe dava presentes e eu acho que ela vai gostar.
Saindo da loja, avistei um homem muito mal encarado observando o carro de Clarisse,que estava comigo e mais precisamente a maleta preta com um símbolo em vermelho que eu não consegui identificar... Ele me olhou atentamente e seguiu seu rumo, aquilo me pareceu estranho, claro, mas não era isso que importava naquele momento.

[...]

Percorri vários quilômetros até entrar na cidade onde fica a casa de campo, que por sinal parecia mais distante que tudo. Notei um movimento estranho de carros logo atrás de mim, sirenes e alvoroço, era a polícia! Mas o quê será que estava acontecendo? O quê eles estavam buscando? Logo logo eu saberia bem, pois o carro começou a se aproximar de mim e eu pude ver pelo retrovisor que um dos policiais estava com arma em punho se direcionando ao carro. O problema era comigo!
Não sei como e nem porque,mas me lembrei da tal maleta de papéis e do homem que me encarou no meio do caminho e tudo fez sentido! Minhas suspeitas se confirmaram quando eu abri a maleta com uma das mãos e...
NÃO PODE SER!!!
Eu simplesmente entrei em estado de choque, aquela merda estava lotada de pacotes de droga e o imbecil aqui serviu de transporte para essa sujeirada. Não vi mais nada a minha volta, simplesmente mudei a direção do carro para a outra via,abri a porta e me lancei do barranco da estrada e pude ouvir o impacto do carro se chocando com o caminhão enquanto meu corpo rolava pelo barranco,depois disso eu não vi mais nada.
Quando dei por mim estava deitado em uma cama, num quarto simples mas acolhedor e pude ver uma senhora que aparentava ter 60 anos me observando... Então não foi só um pesadelo! Clarisse me usou mais uma vez para conseguir o que queria, mas, o quê ela queria?
A senhora foi completamente atenciosamente e me contou sobre o estado que me encontrou. Ela disse que o acidente na estrada foi horrível e o carro foi completamente destruído.
Expliquei-lhe a história e ela se mostrou pouco surpresa, havia diversos casos de tráfico de drogas naquela região e vira e mexe tem alguém servindo de distração para as cargas mais valiosas serem entregues sem levantar suspeitas. A dona Francesca sabia de tudo isso pois seu filho fazia parte desse esquema e ela sentia muito por isso e me pediu encarecidamente que me afastasse de tudo que me ligasse a isso,pois ela sabia que mais cedo ou mais tarde às coisas não acabariam bem...

Depois de muito agradecer, ela me ajudou a ir embora me entregando um pouco de suas economias para comprar uma passagem na rodoviária. No caminho para lá eu só sabia sentir ódio da maldita Clarisse, ela sabia perfeitamente o que iria acontecer e fez isso comigo? Só sendo tolo para achar que um dia houve amor.
Não pude me controlar e gravei vários recados para ela, eu estava surtado com essa situação e fiz as coisas sem pensar,infelizmente...
Chegando em casa,meus pais me receberam completamente preocupados,eu não havia dado notícias e ainda cheguei cheio de hematomas,tem coisa pior pra uma mãe? Decidi não envolver meus pais nessa história e me recusei a falar sobre.

[...]

Menos de uma semana depois do ocorrido,algumas coisas estranhas começaram a acontecer. Telefonemas que apenas ouviam a voz de quem atendia e desligava, correspondências estranhas e mensagens anônimas... Só podia ser brincadeira! Até Thor, cachorro de estimação, sentiu o gosto das maldades da Clarisse, mas como ela estava fazendo tudo isso sozinha?
Eu achava que já havia visto de tudo,até o dia em que recebi mensagens anônimas e mensagens de voz com alguns gritos, imediatamente pensei em meus pais e temi por eles. Fui para casa feito um foguete e chegando lá, me deparei com tudo revirado,algumas coisas quebradas pelo chão e eu entrei em desespero total! Não seria possível tudo isso estar acontecendo, como eu pude ser tão burro e ter colocado a vida deles em risco??? Todos os meus questionamentos fundaram quando pude ouvir eles chegando em casa,cheio de sacolas de mercado, tranquilamente. Um alívio misturado com aflição tomou conta de mim, eu tinha que agir.

[...]

Depois de alguns dias pensando, decidi que me afastar do país era a melhor solução, assim eu não apresentaria mais riscos a Clair e seu bando e a minha família estaria segura, pois soube que Clarisse também se mudou e eu espero que para sempre! Prometi pra mim mesmo que nunca mais iria mexer nesse assunto e que de alguma forma eu teria uma vida nova, eu iria recomeçar!

Flashback off

E mais uma vez a história quer se repetir,mais uma vez eu estou sob ameaças desse monstro. Eu não vou deixar que nada afete Crystal, porque eu posso dizer que já a amo e por isso mesmo não devo mais me aproximar dela, mas é inevitável, ela mexe comigo, me sinto completamente apaixonado. Ver as fotos nas redes sociais das amigas dela e perceber que mulher linda eu estou perdendo é um peso,mas eu vou ter que carregar de qualquer forma...
Sou retirado dos meus pensamentos ao ouvir o telefone tocar, não pode ser...

— Alô? - Ouvi sua voz soar do outro lado da linha.-

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Hey,people!

Geeente,estamos sumidas daqui,eu sei, perdão! Semana de prova,feira cultural, mais e mais trabalhos,não tá fácil, mas nós não vamos nunca esquecer de vocês. Por favor, não deixem de ler!
Beijinhos ♥

Begin AgainWhere stories live. Discover now