10 | O loirinho ou o ruivo?

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  B l a i r

 "Eu queria-te pedir desculpa, Blair. Acho que me devia ter controlado mais e, aquele dia à tarde foi mesmo um erro. Assim como não devia ter lido as mensagens."

 "Pela primeira vez está a dizer que tenho razão?"

 "Não, continuo a dizer que quem manda sou eu."

 "Machista!"

 Mr. Malik foi silenciado pela entrada de um aluno na sala de aula que rapidamente se desculpou. Como é que o meu professor queria que parecesse que me estava a explica uma matéria se nem sequer estava sentado a meu lado. Eu é que estava por detrás da secretária, com os livros à minha frente, pousados em cima da mesma, enquanto que ele estava a meio metro de mim, parado em frente ao quadro grande.

 Quando o aluno saiu, Mr. Malik já não se lembrou mais de protestar com o insulto o que me deixou de veras contente e vitoriosa. Estava a salvo desta vez.

 "Apenas aceita as desculpas e finge que nada disto aconteceu."

 "O que o fez mudar de ideias?"

 "Não mudei. Esta sempre foi a minha ideia inicial Blair, tu é que não me devias ter provocado da maneira que o fizeste."

 "Agora a culpa é minha?"

 "A culpa sempre foi tua."

 "Volto a dizer que é um grande machista."

 Começo a fechar os livros e fico completamente surpreendida por Mr. Malik não 'impor o respeito'. Os exercícios estavam corretos e já havia perdido a coragem de debater o assunto que trazia em mente. Acho que o pedido de desculpas falou por si e os desejos já se haviam apagado com a despedida. Era oficial, isto havia acabo e eu sentia-me aliviada.

 Quem é que eu quero enganar?

 Caminho em direção à minha mesa onde havia guardado os outros meus livros que me foram precisos durante o dia de hoje. Pouso-os serenamente no tampo de madeira decorado com desenhos diversos a tinta permanente preta, provavelmente elaborados por antigos alunos. O estojo era sem sombra de dúvidas o que mais me irritada quando andava carregada com os livros na mão, pois este pequeno objeto rolava de um lado para o outro em cima das capas deslizantes e macias que os livros tinham.

 Uma respiração pesada e quente vai de encontro à pele sensível por detrás da minha orelha e as suas mãos quentes agarram as minhas ancas. Lá está ele a exercer os seus dotes de sedução em mim.

 "Tu também me querias dizer alguma coisa."

 Sou obrigada a forçar um sorriso. Eu já não estava tão certa em relação ao que lhe ia pedir. Porque é que ele não podia simplesmente esquecer esse pormenor?

 "Já me esqueci."

 "De certeza?"

 "Absoluta."

 "Diga o que era."

 "Não."

 "Então sempre se lembra. Blair, estou-lhe a mandar."

 "Não, você não manda."

 "Oh, eu mando, Blair. Quer queira, quer não."

 "Eu quero ser sua submissa."

 "Não diga disparates, Blair."

 O contacto entre nós é perdido fazendo-me querer bofetear-me a mim próprio. Não, eu não tinha acabado para ser submissa dele. Porque é que eu fui procurar mais informação? Eu não devia ter visto nada. Se a minha curiosidade não fosse da maneira que é –grande -  neste momento estava na ignorância e não a humilhar-me perante este homem que já o fazia de livre vontade e sem motivo algum.

Toxic 》 malikOnde as histórias ganham vida. Descobre agora