O Lado Bom Do Adeus [COMPLETO]

• quatro •

A semana se passou rapidamente. Gustavo e Maite trocaram várias mensagens ao longo dos dias. Quanto mais conversavam, mais gostos em comum encontravam.

E quando não estavam trocando mensagens, Maite relia toda a conversa, sorrindo para a tela de seu celular e desejando encontrá-lo.

Maite não era uma mulher morna, amena. Maite era quente, intensa. Ela sabia o que queria, e naquele momento queria Gustavo.

Ainda lembrava de seu cheiro, sua risada, sua voz. E seu beijo.

Aquele beijo sedento enquanto as mãos dele seguravam sua cintura.

- Parto no centro cirúrgico dois! - Cláudia disse, em alto e bom tom, entrando na sala de repouso dos veterinários.

Maite e Rodrigo, seu colega de contrato, levantaram-se rapidamente, indo para o local indicado. Subiram as escadas e correram pelos corredores.

● Rodrigo Mendonça ●

- Eu só preciso de um veterinário a mais aqui. - Arthur disse, vendo-os chegar juntos na sala de higienização.

- Maite, venha comigo. - Cláudia disse, observando-a da porta.

- Mas eu não fiz nenhum parto ainda e...

- Venha comigo! Tenho uma castração pra ti. - Cláudia interrompeu Maite.

- Eu já fiz umas dez castrações. - Maite insistiu.

- Eu não perguntei o que você já fez! - Cláudia rebateu, irritada. - Acha que um veterinário pode escolher o que vai atender?

- Não, mas meu objetivo no contrato é praticar, e castração eu já pratiquei.

Cláudia bufou, contando mentalmente até dez em busca de calma.
Cláudia não tolerava ser contrariada. Ela e Maite se fuzilaram com os olhos.

- Maite pode ficar. Rodrigo, acompanhe Cláudia, por favor. - Arthur disse, quebrando o silêncio.

A vontade de Cláudia foi de se impor e fazer sua vontade prevalecer. Seu ego estava ferido, mas ela não poderia medir forças com Arthur. Ela e Rodrigo deixaram o local.

- Você não sabe lidar com ordens, não é? - Arthur comentou, sorrindo.

Maite parou ao seu lado, os dois esfregaram as mãos com uma escova ensaboada por cinco minutos. Procedimento padrão pré-cirúrgico.

- Eu sei insistir pelo que quero. - ela deu de ombros com um sorrisinho vitorioso em seus lábios.

Ambos permaneceram em silêncio, falando somente o necessário durante a cirurgia.

Havia uma tensão estranha entre os dois. Nada explícito, mas tanto Maite quanto Arthur sentiam isso.

Enquanto ela estava concentrada em seu trabalho, Arthur encarava seu rosto sério. Observava seus olhos atentos por longos segundos, fantasiando vê-los mais de perto.