A noite caiu sobre a mata e com ela veio um frio incômodo. Como previsto, após o banho meu corpo relaxou, os músculos, que por puro milagre aguentaram o dia todo de caminhada, não mais obedeceram meus comandos depois que me deitei.
Acendi a fogueira mais ao fundo da caverna. Ao lado dela, forrei uma toalha para improvisar um lugar onde me deitar. Funcionou um pouco bem. Era desconfortável, mas melhor que nada.
Observei o crepitar das chamas enquanto tentava ignorar as dores musculares. Mesmo a sensação sendo a de estar torturada por um sádico que enfiou mil agulhas em todo meu corpo. O fogo dançava em seu ritmo sensual e lento, emanando um calor pelo qual era muito grata.
Minhas pálpebras pesaram.
Logo o sono me tombou.♠♠♠♠
Não sei por quanto tempo ainda aguentaríamos. Fazia muito frio na floresta. O guia nos apressou na subida pela margem do rio, mas alguns lugares tinham a mata demasiado fechada e acabávamos obrigados a dar grandes voltas.
Bendito fosse Nico por nos fazer carregar toda aquela tranqueira. Principalmente agasalhos. Se não fosse por eles, congelaríamos, e o guia já teria interrompido a busca. Mesmo assim não tínhamos muito mais que meia hora até que ele voltasse para a vila.
De certa maneira, eu tinha um pressentimento de que não deveríamos interromper a busca. Nia não estava longe, eu podia sentir em cada célula de meu corpo.
Outra coisa que eu podia sentir era a dor das atividades excessivas, mas não havia tempo para descanso.
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— Aquela vadia está perto, posso sentir. — Juan falou.
Parado na margem onde Nia tinha tomado banho poucas horas antes, Juan observava os arredores com o auxílio de uma lanterna. Expirou com força e murmurou alguns palavrões. Tirou a mochila das costas e se sentou no chão.
Observou o céu.
“Por que ela nunca me quer?” Pensou.
“Por que Petúnia prefere fugir a me aceitar?”
“Porque você é um monstro”, uma voz vinda do profundo de sua consciência respondeu.
— Shit! Não sou um maldito monstro. Sou um homem obstinado. — Esbravejou para o nada. — Fiz tudo para ter aquela mulher. Eu matei para dar a ela a matéria que sonhava escrever. Eu até mesmo deixei Miguel viver com ela, e você consciência, tem a coragem de me chamar de monstro.
Juan soltou uma risada amarga e depois chorou. Algumas poucas lágrimas que fugiram de seu controle de aço para morrer solitárias no contorno do maxilar.
— Mas não importa. Ela será minha. Mesmo que fuja para o Everest eu a encontrarei.
Juan se levantou e adentrou o escuro da mata.
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— Você ouviu isso? — Nico perguntou, depois estacou o passo e olhou para mim.
— Acho que sim. — Respondi.
— Olha moço, já passei do limite do horário não posso continuar mais, minha esposa vai ficar preocupada. — Joaquim falou. — É melhor a gente voltar.
— Não voltarei. — Contrapus automaticamente.
Eu sentia que estávamos próximos, e concordava com Nico. Parecia que uma voz tinha ressoado na escuridão.
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A Rosa do Assassino [Concluído]
Mystery / ThrillerNia vivia sua tranquila vida como jornalista local de uma cidade pacata, mas seu grande sonho era escrever sobre um importante caso, um que arrebatasse a cidade, que causasse frisson e pânico. A jornalista desejava ascender às custas do caos que ape...