TÉRMINO?

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No outro dia pela manhã, acordo decidida a terminar tudo com Henrique.
Me levanto da cama, e fico a manhã inteira mal comigo mesma por tudo  que acontecera a noite passada.
Minha mãe percebe e tenta me consolar.
Mãe: Filha o que você tem?
Está andando de um lado para o outro sem parar, aconteceu alguma coisa com Henrique?
A festinha ontem não saiu como planejado?

Sabendo que não iria conseguir me livrar de minha mãe ou de seus questionamentos, me sento e tento um diálogo.
Eu: Mãe não sei mais o que faço para agradar Henrique.
parece que nada que eu faço está bom.
Mãe: Ele disse isso minha filha?
Percebo que falar de Henrique com minha mãe, só  a deixaria com raiva, e isso poderia me trazer problemas com ele.
Infeliz por não poder dialogar com a minha mãe, tento mudar de assunto.
Eu: Não mãe, ele não disse mas parece.
Mãe: Ah minha filha é assim mesmo. Começo de namoro, tudo ainda precisa se ajeitar, aposto que ele também se sente assim.
Concordo para não ter que continuar o assunto.

Minha mãe vai às compras me deixando à sós com meus pensamentos.

O pior que estar às sós com meus pensamentos não foi a melhor escolha.

-Chega de sofrer, estava na cara que ele não queria nada sério comigo.

Ando de um lado para o outro, pensando como faria à noite ao me encontrar com ele, não encontro palavras, não sabia o que dizer. Então decido que será mais fácil por telefone.

Pego o telefone rapidamente para entrar em contato com ele,  já esperando uma má resposta ou uma agressividade, mas para minha surpresa não foi isso que eu ouvi.
Eu: Henrique, precisamos conversar.
Não aguento mais isso, não aguento mais esse relacionamento.
Já com a voz embargada e sem dar pausa, não consigo segurar o choro e Henrique percebe minha emoção.
Henrique: Amor do que você está falando?
Ele realmente parecia não ter entendido.
Eu: Eu estou falando desse nosso relacionamento complicado, brigamos ontem, e a primeira coisa que você faz é sair sozinho de novo. Para mim não dá mais!
Ao término da frase, o silêncio paira e e penso até que caiu a ligação.
Eu: Você me ouviu?
Ouço uma profunda respiração, e tenho a certeza queria um começar as agressões verbais.
Henrique: Calma amor, eu só saí à noite para respirar, não fui à  lugar algum, ou com alguém, se é isso que está pensando. Eu precisava um pouco de paz, pensar na vida. Só isso Ana!

Parecia realmente que ele estava falando a verdade, mas estava magoada demais para ouvir.
Eu: Para mim chega Henrique!
Não suporto mais isso, toda vez que a gente briga eu fico mal. Sempre que questiono algo, você fica agressivo.

Termino a frase  e desligo o telefone sem esperar uma resposta.
 
Estava realmente decidida.

As horas passam, termino de arrumar minhas coisas, passo na casa de Carla, e vamos juntas para a escola.
Para não ter uma conversa chata com minha amiga, omiti vários detalhes da festa.

Carla: E aí amiga como foi o aniversário ontem?
Tento disfarçar minha tristeza.
Eu: Foi tudo bem amiga, o bolo estava maravilhoso, dona Cássia manda muito bem!
Não conto para minha amiga o que realmente aconteceu, estava zangada demais com Henrique. Não queria ter que explicar meus sentimentos novamente para Carla.

Chegando na porta da escola, vejo ao longe o carro de Henrique vindo em alta velocidade.
Ele para em frente a mim, e me encara, com os olhos vermelhos, não sabia se era de choro, ou por estar nervoso.

Me assustei, puxei  braço de Carla para dentro da escola tentando fugir. Ela não me entende.
Carla: Amiga o que houve?
Por que você está  assim?
Está tremendo. Ana me conta, o que esse babaca fez com você?
Não queria revelar todos os meus problemas, apesar de Carla ser uma ótima amiga, eu tinha vergonha do relacionamento que tinha com Henrique.

Consigo levar Carla para o banheiro.
Eu: Amiga me espera aqui.
Vou até a porta e olho para fora, Henrique ainda estava lá.
Volto para liberar Carla.
Eu: Carla pode ir, hoje  não vou poder ficar. Preciso resolver umas coisas, Henrique vai me ajudar. Depois te conto tudo prometo!
Carla Mesmo não concordando sobe e vai para sua sala.

Saio do banheiro e dou mais uma olhada, ele ainda estava lá. Saiu do carro, cruzou os braços estava a minha espera.
Ele sabia que eu iria voltar.
Ele tinha total domínio da situação, isso realmente me irritava. Mas nada que eu fizesse mudava esse quadro.

Sigo em direção ao portão da escola, parecia que eu estava indo para a forca. Meu coração acelerado, as lágrimas insistiam em cair de meus olhos, minhas mãos estavam frias, meus passos lentos.
Ao chegar no portão, Henrique vem em minha direção.
Tive medo de sua agressividade, mas tive que encarar de frente.
Eu: O que faz aqui Henrique?
Henrique se aproxima, me olha nos olhos com ternura e diz:
Henrique: Ana, não quero viver sem você, não me mande embora por favor!

-Tive pena, como ele estava frágil, como estava realmente arrependido.

Mas tinha que acabar tudo de uma vez.
Eu: Henrique não dá para continuar vivendo em um relacionamento assim, estamos fazendo mal um ao outro.
Prefiro terminar.

Foi então que aconteceu algo inesperado, Henrique se ajoelha ao chão e com lágrimas nos olhos me pede:
Henrique: Ana por favor não faz isso comigo.
Eu preciso de você!

Não tive reação, vê-lo ali, ajoelhado diante a mim me deixou totalmente vulnerável.
Me abaixo e o beijo.
Henrique: Por favor Ana, por favor!
Tentando parar sua súplica eu o interrompo.
Eu: Para amor!

Consigo o levantar, e o abraço bem forte.
Meus sentimentos estavam bagunçados, totalmente fora de ordem.
Ficamos assim abraçados por longos minutos, até que escuto o sinal da escola.
Eu: Amor tenho que ir.
Henrique: Me promete que está  tudo bem?
Sem dizer uma palavra, o beijo e faço desaparecer suas dúvidas, porém as minhas continuavam martelando minha cabeça.
Vou para sala de aula, com a certeza de que minha tentativa de término havia ido por água abaixo.

O INÍCIO DA METAMORFOSE 🦋💜Onde as histórias ganham vida. Descobre agora