Capitulo 7 - Cicatrizes

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Helena estava ali olhando para ele, vê-lo dormindo lhe transmitia paz de certa forma. Por um instante ela se lembrou do garoto que conheceu a vinte anos atrás. Ela sentiu uma enorme vontade de acariciar seu rosto, e quando estava a ponto de fazer isso a campainha da sua casa tocou. Ela se assustou e ele abriu os olhos.
Se deparar com ela sentada ao seu lado com a mãos perto dele foi algo realmente surpreendente e inesperado.

- Eu, posso explicar. - Ela estava prestes a se levantar e sair dali, mas ele segura seu braço para que ela permanecesse perto dele.

- Não precisa explicar nada - Ele sorri e se aproxima levantando um pouco para beija-la mas a campainha toca novamente e ela vê a chance de fugir.

- A campainha esta tocando - Ela se levanta rapidamente deixando Johnny desapontado.

Ela abre a porta e vai até o portão pegar as correspondências que foram deixadas na sua caixa de correio. Seu coração estava batendo tão forte que ela pensava que poderia morrer ali mesmo caída na grama da sua casa.

Se Eva estivesse ali certamente teria dado um soco nela por ter deixado essa oportunidade. Ele se sentou no sofá e observou ela entrando novamente pela porta. Ela direcionava os olhos para as correspondências apenas para ter uma desculpa para não ter que olhar para ele, pois estava muito envergonhada e ao ler notou que havia entre as cartas o roteiro do novo filme em animação de Tim Burton "A Noiva Cadáver". 

- Então você recebeu o script. - Johnny diz ao reconhecer os papéis.

- Você já recebeu?

- Sim, ontem. Eu dei uma lida. - ele suspira - Helena... - diz seu nome e se levanta - Você queria me dizer alguma coisa antes da campainha tocar?

Helena fica com os olhos inquietos, seu coração parecia triplicar a velocidade dos batimentos cardíacos em seu peito.
- Eu... Eu apenas pensei que você quisesse o telefone do mecânico para consertar o seu carro.

- O mecânico... - ele repete o que ela fala ainda não acreditando que essa tenha sido a razão dela acordá-lo. - bem na realidade eu gostaria de saber se... - Johnny queria dizer algo quê a fizesse perceber que ele tinha sentimentos por ela mas como todo o tempo ela esteve se afastando dele talvez ela não estivesse interessada, talvez o sentimento não fosse recíproco, então ele continuou. - se minhas roupas estão secas.

- Oh, sim, estão provavelmente. - ela foi até a área de serviço e pegou as roupas para ele.

- obrigado. - ele disse enquanto pegava camisa e a calça. - eu vou ligar para um táxi pois preciso ir para meu apartamento para arrumar minhas coisas, mais tarde eu peço para Tim me ajudar com a questão do carro, não se preocupe com o número do mecânico. Com licença. - ele ligou para um táxi e foi em direção ao banheiro.

Helena estava se sentindo totalmente idiota. A razão estava vencendo o desejo do seu coração. Mas ela ainda tinha medo.

Passou-se alguns minutos e Johnny saiu do banheiro vestido com sua roupa. E a camisa que havia pegado emprestado com ela estava dobrada em suas mãos.

Helena estava sentada no sofá e quando o viu se levantou e disse:
- você soube explicar para o taxista o endereço da minha casa?

- sim, eu vi a placa da rua à noite e disse o número da sua casa.

- ah sim, então tudo bem. - Helena estava de braços cruzados, e havia algo que ela queria perguntar desde quando o viu. - Johnny, essa pequena marca que você tem um pouco a cima do seu olho direito, como ganhou essa cicatriz?

Ele sorriu e balançou a cabeça negativamente, pois ela certamente já sabia a resposta mas ele fez questão de responder:
- Uma vez, uma louca jogou um despertador da janela do quarto dela e me atingiu bem aqui.

A Chance For LoveWhere stories live. Discover now