7 - A miss River Oaks

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"Eu fico completamente louca
Você consegue sentir isso?
Venha, venha, vamos lá, baby
Eu me sinto como uma mulher"

Man! I Feel Like a Woman

Shania Twain


- Você fez o quê? - Manuela segurou o ar nos pulmões ao ouvir o relato da amiga. Teve certeza que Maya atingira o auge da loucura e da insensatez.

- Eu não peguei o arquivo todo, não sou tão doida! Meu pai me viu dentro da sala, saberia que fui eu! Mas peguei alguns documentos e essa manchete de jornal!

Manuela leu a notícia com atenção. Apesar do papel amarelado que datava mais de cinco anos atrás, reconheceu a figura imponente do diabo loiro olhando diretamente para câmera como se a desafiasse.

- Meu Deus, Maya! Olha o perigo que você passou! Dormiu com um assassino!

- Cala a boca, Manuela! O Taylor não matou ninguém! - a convicção da amiga parecia inabalável, mas não a convenceu de nada.

- Como pode ter tanta certeza disso?

- Ora! Estamos no Texas! Se tivessem provado que ele matou a mulher, já teria sido condenado à pena de morte, e uma hora dessas não estaria mais aqui pra contar a história! Eu nem o teria conhecido... - Manu percebeu o pesar na voz da amiga, o olhar perdido em devaneios. Não demorou a entender que a amiga demonstrava sinais de paixão desenfreada.

- Você mesma me falou que não queria um relacionamento sério com o homem, que era apenas uma noite de diversão! Não é possível que seja assim tão louca e tenha se apaixonado pelo Sr. Hanson!

- Você não entende e nem vai entender! Só eu sei o que vivi nos braços daquele homem! - suspirava sonhadora.

- Amor de pica, já ouviu falar, criatura?

- Ainda assim é amor! Eu sinto! É ele o meu homem, Manu! Eu sei.

- Seu homem? Santo Deus! Você é uma doida desmiolada! Sabe o que vai acontecer? Seu pai vai te matar e depois atirar nas bolas do caubói! Olha esses documentos! Esse monte de foto, gráfico. Que coisa estranha...

- Pelo que eu entendi dessa papelada toda, o Taylor se recusa a vender as terras. Eu conheço meu pai... é um homem obstinado e deve ter feito da vida dele um inferno, por isso o homem odeia tanto meu sobrenome! - Manuela estava prestes a concordar e fazer as suas considerações quando enxergou um risinho besta na cara da amiga. - Pelo menos uma coisa boa nisso tudo... olha o que tem aqui... - Maya apontou para o número de telefone que aparecia em um dos contratos.

- E você vai fazer o que com esse número? Perseguir o Sr. Hanson como uma adolescente louca? Ah, peraí... você é uma adolescente louca!

- Ai, para de ser chata, Manu! E me ajuda a pensar num jeito de laçar esse caubói!

Manuela riu da cara da amiga, mas no fundo escondia a preocupação que sentia. Maya era tão obstinada quanto o pai, do tipo que quando punha uma coisa na cabeça competia consigo mesma até conseguir. Só lhe restava torcer para que essa paixão não a levasse por um caminho perigoso.

Taylor não conseguia parar de encarar o papel em suas mãos.

Duas semanas.

Tinha apenas duas semanas até o banco finalmente executar a hipoteca e tomar-lhe a fazenda para sempre.

Rasgou a carta que selava seu destino e o de suas terras. Não queria preocupar os funcionários e muito menos seu irmão mais novo. Prometera ao pai antes de sua morte que cuidaria do irmão e nunca deixou de cumprir uma promessa. Por isso mesmo, desistiu dos próprios estudos, quando cursava o penúltimo ano de medicina veterinária, para que Zac pudesse ingressar na universidade e prosseguir com seu sonho de se tornar um Texas Ranger.

APENAS UMA NOITE (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now