Capítulo 64

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Leandro narrando

Mais um mês passou , tamo em setembro e ela ainda não melhorou , tô aqui sentado olhando ela dormir ela custou a pegar no sono , rola pra lá e pra cá , a consulta dela é amanhã , vamo vê no que dá né , bagulho de louco já eu ando perturbado .

Saio do quarto vou na cozinha e o radinho apita , eu já tô puto na favela , anda acontecendo umas paradas desagradáveis

Leandro: qual foi rapá?

Brenit: vou te falar , ganha aqui papo sério

Leandro: oh mano , mas que merda , Muié morrendo aqui em casa e começa a palhaçada , tem como a Cristina ficar aqui ?

Brenit: vou ligar nela , ela cola aí

Leandro: Jae

Subi tomei banho no banheiro de fora pra não acordar ela , tinha roupa no varal peguei lá mesmo , a minha sogra cuida de tudo , não deixa contratar ninguém .

Coloquei uma bermuda Tactel da Billabong sei que é antigao mas eu sou antigao , uma camiseta branca e uma havaianas branca com cinza não curto Kenner , umas correntes e minha pulseira ,meu boné e uma Glock na cintura , peguei a chave da moto manobrei pra sair e a Cristina estava vindo , eles moram do lado então fiquei suave , comprimentei e sai voado , fico puto cara , parece que eles aproveitam que eu tô com a Carolina desse jeito

Leandro: bora desembola

Brenit: já dei o papo mas parece que eles estão pagando de surdo da uma olhada , peguei um fumando na frente das crianças e peguei essa senhor aqui chorando tinha sido assaltada pela molecada na favela

Quando olhei era dona Lourdes , moradora de uma cota .

Leandro: então o negócio é atitude

Brenit: demorou

Eu peguei minha Glock e dei um tiro no meio da mão do palhaço

Leandro: agora nós vamos lá pra praça

Liguei meu radinho e abri pra geral , quando eu chamo tem que vir ate se tiver no Japão cumpadi eu pago em dia

Leandro: quero todo mundo , geral a favela em peso , os mais fofoqueiros que tiver na favela , lá na praça , quero agilidade .

Brenit: que que tu vai fazer cumpadi ?

Leandro: dar um recado pra comunidade

Brenit: bora

Leandro: trás os dois aí , vou dar o papo , aqui é Leleu caralho , sem bagunça

Subi na moto , os moleques subiram na contenção , não sei se já entenderam que eu sou o dono de morro , eu devo se mole mesmo , mas agora acabou a moleza na quebrada , moiô pra geral .

Liguei o radinho , e fechei só pros cria

Leandro: todo mundo chegando ?

Todos: rua 7

Eles estavam chegando , mandei o Jota trazer um mega fone

Quando tava todo mundo lá , comecei o meu discurso bem delicado

Leandro: bora , todo mundo olhando aqui _eles olharam _ a quebrada tá moiada meus amigos , demorei muito pra chegar aqui em cima , sem pisar em ninguém , então aqui é respeito pra ser respeitado , um recado pra pra molecadinha que tá roubando na favela aí , no grito se eu pegar tá fudido , não vai ter segunda chance , é melhor ter pegado a visão , que a sintonia não é mais como antes , e outra coisa vacilão fumando , cheirando comendo fazendo o que for , se eu ver fumando perto de criança tá fudido , aqui não vai mais passar batido , aqui agora é assim , prefiro que a mãe dele chora do que ver a minha chorar , chega aqui cumpadi _ o moleque eu dei um tiro na mão vei_ aqui tá a primeira cobrança ! Espero que tenham pegadinha a visão , eu já disse e repito aqui não vai mais passar batido , a favela vai estreitar em caralho , podem vazar .

Amando o dono do morroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora