V

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Good reading!

  Estava bem vestido, um terno preto justo cobria seu corpo e a fina gravata vermelha sobre a camisa branca era a cereja do bolo naquele conjunto. Seus olhos escuros como se atraídos pelo meu olhar se fixam em mim que estava atrás do balcão e depois em Hoseok que caminhava em sua direção, com seu típico sorriso contagiante.
 
  Tinha uma áurea sombria no jeito como ele me olhou, modo este que me fez estremecer. Sempre ficava meio nervosa quando tinha que lidar com homens dos quais eu não tenho intimidade, mas algo a mais foi despertado dessa vez.
 
  Desviei meu olhar para a caixa registradora, em busca de conter a timidez que aflorou ao ouvir sua voz grave responder Hoseok. Era peculiar o fato de tudo nele me soar familiar, como se já o tivesse conhecido, ou no mínimo o visto por aí antes. Deixei as especulações de lado, quando o próprio se move em minha direção com algumas barras de chocolate e cereais em mãos, e as coloca sobre o balcão.
Era uma grande quantia, provavelmente era presente.

— Gostaria de ver algumas embalagens para presente? — tentei soar o mais natural e convidativa possível.

— Não.

  Ele era intimidador, a ponto de me desconcentrar da minha própria função com apenas uma única palavra. Calculei o valor dos produtos e ele sem demora me entrega o dinheiro.

— Obrigado, volte sempre. — sorri encarando seus olhos.

— Eu vou voltar. — disse baixo.

  Vi ele sumir pela vitrine e suspirei. Como alguém consegue ser tão bonito?

— Tá sorrindo porque? Hum? — ele bate as mãos sobre o balcão me assustando com o barulho.

— Não estou sorrindo. — arrumei minha postura. — Vai trabalhar, chegou alguém. — cochichei ao ver uma senhora entrando na loja.

— É sua vez folgada. — me empurra para fora do cubículo do balcão.

— Precisa de ajuda? — sorri para a senhora.

   Sentada no banco de metal gelado, eu esperava o meu ônibus para voltar para casa

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   Sentada no banco de metal gelado, eu esperava o meu ônibus para voltar para casa. Meu celular vibra na bolsa, e depois de todo um processo de desespero para acha-lo naquela bagunça antes que a ligação caísse, finalmente o achei e pude ver o nome de Hannah aparecer na tela. A mesma ligou apenas para me pedir que avisasse Sr.Choi que não iria ao trabalho hoje e desligou sem me dá nenhuma explicação. Pelo jeito ela não voltará comigo também. O ônibus chega e com ele eu vou para casa.

  A vontade que eu tinha era de ficar em casa, jogar as pernas para cima e descansar, mas a vida não me deu esse luxo

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  A vontade que eu tinha era de ficar em casa, jogar as pernas para cima e descansar, mas a vida não me deu esse luxo. Fora o dia em que dançava, eu servia como garçonete na boate, não era o mais lucrativo dos trabalhos, mas já era algo a mais no nosso orçamento, então era claramente bem vindo.
 
  Tomei banho e deixei meu corpo relaxar sobre o sofá, eu tinha no máximo meia hora antes de ir para a boate. O alarme já estava definido no celular, então aproveitei os poucos minutos que tinha.

  A boate já estava aberta, algumas meninas estavam ensaiando sobre o palco, enquanto os clientes não chegavam

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  A boate já estava aberta, algumas meninas estavam ensaiando sobre o palco, enquanto os clientes não chegavam. Eu ainda não havia visto Sr. Choi em lugar algum, o que é ótimo, já que meu plano desde a noite passada era o de evitá-lo a todo custo. Me ocupei em limpar o balcão de bebidas e lavar os copos, até aos poucos os primeiros clientes chegarem, e alguns se sentarem junto ao balcão.
 
  Estava ficando uma especialista em preparar os diversos drinks exigidos pelos clientes, dos mais sofisticados aos "desce uma pinga" e de quebra eu ainda conseguia uma gorjeta.
 
  Um rapaz, com suas madeixas loiras entra pela porta dupla da boate, agora já cheia, e senta-se em um dos bancos junto ao balcão, me pede uma Margarita e sem demora eu o servi. Seu olhar parecia distante, seus pensamentos estavam presos em outro lugar, isso era notável, mas sua expressão facial não era uma das melhores.
  
  Após tomar uma após outra, — onde já tinha ido uma grande quantidade de álcool para o seu organismo — ele se levanta com uma certa dificuldade, se apoia no balcão e aperta os olhos tentando fazer sua visão voltar a si. O rapaz parecia saber para onde ia, mas se deteve e ficou ali no mesmo lugar. A música alta não me deixou entender o que seus lábios carnudos pronunciaram. Seus olhos vermelhos me tomam como sua mira e agora sim sua mente estava aqui, mas especificamente no decote do meu vestido. Um rapaz frustrado em busca de afogar suas mágoas era a última coisa que ela precisava hoje.

— Sobe comigo lá pra cima. — o loiro com um sorriso maroto nos lábios, volta a se encostar no balcão e me faz o convite. Seus lábios grossos ficam cada vez mais vermelhos conforme seus dentes o apertavam, na tentativa vã de tentar me convencer.

  Não vou negar que ele era um homem atraente, tinha um porte físico elogiável e uma voz pra lá de cativante. Lhe respondi com o sorriso mais gentil que pude.

— Como você viu... — aponto para minhas veste e o lugar onde me encontrava — Eu sou apenas uma garçonete.

  Ele sorri alto já sob o efeito do álcool, suas bochechas encontravam-se avermelhadas tanto pelo frio, como pelo líquido que agora corria por suas veias. Ele volta a se sentar no banco de onde saiu e praticamente se debruça sobre o balcão para ter certeza de que suas palavras seriam ouvidas por mim.
 
  Muito homens já passaram por esse balcão, cada um com vidas e histórias diferentes para contar, mas todos vinham em busca do mesmo objetivo, prazer. Esse desfrute sempre vinha acompanhado de outro desejo seja ele vingança, curiosidade, luxúria e até mesmo o vício. Todos saciados pela mesma prática.

— Você.. — ele aponta para mim. — Só é uma garçonete enquanto está ai atrás. — as palavras enroladas demoram a serem proferidas. — Lá em cima.. — faz um movimento com o queixo apontando para o lugar que eu claramente sabia onde era. — Você será minha mulher. E eu prometo te dá a melhor noite da sua vida. — ele se inclina ainda mais sobre o balcão. — Vem. — com o dedo indicador ele me chama da forma mais atraente que conseguiu, acompanhado de uma leve mordida nos lábios.

  Não era a primeira vez que isso acontecia. Um sorriso bobo surge em meus lábios, não porque gostei, mas sim, porque aquilo era ridículo. Balancei a cabeça negativamente e peguei uma nova dose de Margarita para o rapaz.

— Essa será sua única companheira está noite senhor. — coloquei o copo na sua frente e tracei um rápido sorriso em meus lábios. Como resposta o garoto apenas virou o líquido do copo em sua boca, sem tirar os olhos de mim.
 
  As portas duplas da entrada da boate me roubaram a atenção novamente. As luzes piscantes, não me permitiam ver com clareza tudo que me cercava, inclusive quem entrava e saía.
 
  Respirei pesado ao finalmente "saber" quem era.

     





[Continua?]

𝐓he 𝐒tripper  •「Jeon Jungkook」Where stories live. Discover now