❝ Após um ano realmente conturbado, Hae Soo pretende passar seus últimos 2 anos de escola escondida no seu círculo de amigos e na sala de pintura. Querendo se distrair, Soo também aceita sair num encontro com seu melhor amigo e aproveitar a belíssim...
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Hyunjin
Água negra acariciava o meu corpo a medida que ia flutuando pelo oceano infinito, deixando que as leves ondas me guiassem para onde quisessem naquela noite escura. Movia apenas os meus braços de vez em quando, permitindo que a água morna entrasse em meus ouvidos e me deixasse surdo, incapaz de ouvir qualquer coisa fora do mar.
Fechei os olhos e senti a pressão da água ameaçar me puxar para baixo. Uma profundidade desconhecida e misteriosa, um ambiente em que poucos se arriscariam a se aventurar, um esconderijo perfeito. Respirei fundo e parei de mover meu corpo, deixando que o oceano começasse a tomar conta de mim. Era como se eu estivesse em casa.
Logo eu já estava completamente imerso.
Não conseguia ver nada.
Não conseguia ouvir nada.
Não conseguia falar nada.
Estava sozinho.
Mas eu estava estranhamente bem. Por que?
Só conseguia imaginar ondas em minha mente, serenas e silenciosas, me convidando a permanecer ali para sempre em sua sincronia viciante.
Eu não tinha nada a perder.
Aos poucos o ar que eu segurava começou a desaparecer e isso interrompeu os meus pensamentos, me fazendo comprimir meus lábios com força e sentir meus batimentos cardíacos acelerarem.
Eu deveria subir? Ou continuar aqui? Por que estava me perguntando isso? A resposta não era óbvia?
Senti uma fiscada de dor em minha mente seguida de uma leve tontura. A pressão da água começou a aumentar e me mover para o fundo.
Abri meus olhos em meio à escuridão e ao mover fortemente minhas mãos para baixo, numa tentativa de emergir, tive que desesperamente tampar minha boca quando meus pés foram agarrados. Um arrepio percorreu minha espinha e meu estômago se revirou quando me debati dentro da água e me senti cada vez mais encurralado no fundo do oceano. Algo segurava minhas pernas e ameaçava expandir até alcançar todo o meu corpo.
Eu balancei a cabeça freneticamente contra a pressão da água após sentir minhas pálpebras quase se fecharem e minha mente ameaçar apagar. Estava ficando tonto.
O ar já estava no limite quando estiquei minhas mãos e olhei para cima. Não conseguia ver nada, mas parecia que havia alguém esperando por mim.
Não!
Arregalei os olhos e quis gritar quando enxerguei algo acima de mim se movimentar, se debater violentamente.
Ela estava se afogando.
"Eu preciso subir!"
Lutei contra minha própria mente confusa e reuni toda a minha força para ir até a superfície. Ela estava esperando por mim, ela precisava de mim. Balancei minha cabeça outra vez e chutei as garras em minhas pernas, tentando não enlouquecer ao sentir a areia em contato com os meus pés. Precisava salvá-la.
