O que aconteceu?

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  Você que me ensinou, que me mostrou
Pois você é minha flor
Se você florescer para sempre em meu coração
Tudo bem. Se eu me machucar, que assim seja
O sangue que sai dos meus machucados e continua a manchar
Só está lá por sua causa
Me dê seus espinhos
Pois você é minha flor

 Se eu me machucar, que assim sejaO sangue que sai dos meus machucados e continua a mancharSó está lá por sua causaMe dê seus espinhosPois você é minha flor

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Ele tinha um olhar perdido. Não parecia ter a mínima ideia de sobre o que eu insinuava. E provavelmente não era algum tipo de dificuldade natural que possuía para entender coisas implícitas e interpretar expressões faciais. Jeonghan era esperto, principalmente se o assunto era flerte. Por um instante quis me esconder, até mesmo sair correndo. Mais engoli a seco e me esforcei para não mostrar meu nervosismo e afastar as flores que haviam sido deixadas em minha porta no dia anterior da mente, só o suficiente para conseguir dizer algo.

-As flores de cerejeira. – suspirei tentando não mostrar o quão desapontado estava e soltei a desculpa mais boba que consegui inventar naquele momento. – tinha razão, são lindas e o aroma é ótimo.

Ele me encarou, provavelmente tentando encontrar algum propósito em tudo o que eu disse, mas por fim desistiu porque apenas riu, levou a mão ao meu pescoço e me acariciou. Seu toque em minha pele, devido as minhas próprias circunstâncias mentais do momento, foi para mim, como fogo tocando gelo.

-Você é doido, Wen Junhui.

Após isso, Jeonghan tentou continuar o encontro com uma das conversas como as de sempre, mas é claro que não conseguiu fazer com as coisas parecessem mais normais. Eu já me ocupava demais refletindo sobre tudo o que o que acontecera entre nós – ou que eu achava que havia acontecido – nesses últimos dias. Por isso, minhas respostas para suas longas frases não passavam de resmungos e murmúrios. Mesmo assim, ele seguia falando, nem um pouco disposto a desistir de ter uma conversa como as "de sempre" comigo. Eu poderia jurar que isso nunca aconteceria, mas pela primeira vez tudo o que eu queria era que Jeonghan calasse a droga da boca para que aquela maldição que era sua voz doce e bonita parasse de me impedir a chegar a algum pensamento conclusivo. Poderia não ter passado de puro fingimento de sua parte, tudo para me deixar confuso ou até mesmo me testar. Não, não devia ser isso. Jeonghan não devia, nem podia ser tão bom ator assim.

Então, eu tinha um admirador secreto? E se sim, quem seria? Talvez fosse só alguma pegadinha que fizeram para rir da minha cara? Naquele momento, a única coisa que eu queria era uma resposta. Uma mísera explicação para um buquê de rosas brancas que aparece magicamente no carpete de sua casa numa manhã de domingo. Mas que merda, e por que começava a literalmente me faltar o ar?

Quando Jeonghan finalmente vai embora não penso muito se devia voltar para casa. A ação foi espontânea, pois todo aquele turbilhão de pensamentos, hipóteses e teorias insistia em se repetir, detalhe por detalhe em minha mente. Vou andando devagar, com a mão nos bolsos e chutando uma pobre pedra, coçando a garganta, por causa da estranha sensação sufocante que tivera há pouco. Não tenho o tempo de andar muito mais que duas quadras até que me engasgo. Não sei com o que, mas não conseguia respirar. Eu tossia tentando me desengasgar.

Quando as Flores Murcharem l JunHaoWhere stories live. Discover now