Minghao e Junhui, dois jovens chineses, recém-chegados à Coreia do Sul, trazidos ao país por motivos distintos.
Após se conhecerem, Minghao apaixona-se por Junhui, que está ocupado demais com sua própria vida amorosa para perceber isso. Mas a falta...
Yeah, os espinhos que continuam a crescerYeah, mesmo que eles me machuquemYeah
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Bati a tampa do vaso sanitário, fechando-a. Ainda me encontrava ajoelhado no banheiro da casa de Soonyoung, que gritava do outro lado da porta trancada, provavelmente pedindo pra que eu abrisse-a. Levei os dedos fracos a descarga, quando toquei o metal senti um choque sobre a pele - ela estava totalmente fria, e o metal, pelo menos comparado a ela, parecia bem quente.
Todo o ambiente parecia irradiar calor, mas sentia o quanto meu corpo estava gelado. Minha cabeça latejava tanto quanto minha perna, não havia sido uma torção leve. Tremia tanto que mal tinha noção de meus movimentos. Minha visão não passava de muito mais que alguns pontos e vultos mal-iluminados. Minha sensação ao ouvir era de estar embaixo d'água. Usei o resto da força e energia que me restava para tatear a porta em busca da fechadura e girar a chave com dificuldade. O último som abafado e distorcido que ouvi foi a voz de Soonyoung, dizendo sabe lá o que.
Voltei aos sentidos por um pequeno instante, não tinha noção alguma do que acontecia. Eu parecia estar flutuando, mas as sensações ruins prevaleciam. Novamente perdi a consciência.
Acordei de meu desmaio. Estava sobre uma superfície macia e confortável, deitado. Apesar da visão, consegui compreender que estava em um quarto - que eu não conhecia - provavelmente de Soonyoung. Quando me senti flutuando provavelmente estava sendo carregado. Não tinha energia alguma, então adormeci sem mesmo perceber.
Quando acordei não sentia muito menos dor que antes, mas ao menos minha audição e visão estavam mais estáveis. Precisei me esforçar para conseguir sentar na cama, e ao conseguir, vejo Soonyoung, que aparentemente permaneceu do meu lado o tempo todo mudar de uma cara entediada pra uma expressão surpresa, mas também aliviada, numa fração de segundo.
-Finalmente, cara! Nunca vi alguém desmaiar por tanto tempo! Você está bem?
-E-eu... - minha voz era fraca e soava enrolada - Achou que eu estava desmaiado esse tempo todo?
-Bom, achei - admitiu dando de ombros.
-E ficou me esperando acordar? Eu poderia ter entrado em coma!
-Ei! De nada primeiramente - ele fez uma careta engraçada.
-Tem razão... Desculpa. E obrigado, te devo essa.
-Não foi nada - ele sorriu e seus olhinhos se fecharam, formando um par de luas novas em seu rosto. - Acho que você precisa comer. Espere só um pouquinho, vou preparar algo para você. - rapidamente se levantou e saiu do quarto, me deixando só. O cômodo era um ambiente agradável e sério, com as cores predominantes em bege e pêssego. Não conhecia muito bem meu colega, mas era difícil acreditar que aquele quarto era seu. Após alguns minutos Soonyoung voltou com uma bandeja, e nela um recipiente de porcelana tampado e um par de hashis. Ele colocou-a sobre meu colo me dirigindo um sorriso amigável e solidário. Retribui erguendo as pontas dos lábios num sorrisinho tímido.
