Ocho, la segunda oportunidad

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Manuela estava novamente no hotel, exasperada, o peito subindo e descendo de forma rápida

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Manuela estava novamente no hotel, exasperada, o peito subindo e descendo de forma rápida. Seus pés estavam para fora da cama e suas respiração estava entrecortada. Suas mãos estavam posicionadas na altura do seio, podia sentir o gelado delas, apesar do calor presente no quarto.

O dia tinha sido incrível e ela não tinha sonhado. Era tudo real.

Os dois passaram a tarde no parque conversando. Manuela entendeu finalmente o porquê da tristeza do jogador. Além da separação dolorida com a mulher, o pouco convívio com o único filho, algo bem estressante não deixava Keylor Navas dormir. Sua situação no Real Madrid.

Ele contou sobre o seu desapontamento no time, sobre a diretoria pressionar para trazer um novo goleiro, pois ele já estava passando do ponto. Contou também sobre as noites que passou em claro, chorando, por ter ouvido que sua saída já era para ter acontecido há muito tempo, desde os burburinhos de 2015, onde pensavam na possibilidade de trazer De Gea para o time madrileno.

Ele amava o time, mas estava arrasado, por estar sendo jogado para escanteio.

— Eles querem pessoas com uma imagem padrão. Eu não sou europeu, nem galã. Nem gosto de aparecer em mídia. O Real Madrid vive da mídia, é impossível haver um consenso entre a gente. — Disse desanimado, enquanto olhava para o chão.

— Eu sei o quanto era seu sonho estar nesse time, aliás, quem não queria, não é? Mas Keylor, você está se desgastando lá, é nítido o seu esforço, assim como o seu desânimo, infelizmente. Eu aconselho você a ver com seus empresários um novo lugar, acredito que seja o melhor a se fazer.

— Eu sei, mas eu fiz uma família lá. Não achei que perderia as duas de uma vez.

Manuela sentiu um aperto enorme, e tudo que ela queria era abraçar o goleiro, não soltando-o nunca mais. Mas lembrando da enorme confusão que poderia estar na cabeça do costarriquenho, se controlou para agir no momento certo. O encontro estava sendo bom, ele tinha se aberto, assim como ela, aumentando o teor de confiança entre os dois.

Depois de passaram a tarde no parque, Manuela explicou que teria que ir embora, antes dos seus amigos chegarem. Keylor assentiu e logo estavam na rua do hotel. A vontade de Manuela era usar sua agilidade e pular de um banco para o outro, cruzando suas pernas ao redor de Keylor e finalmente tocá-lo da maneira que sempre sonhou.

Mas lembrou na mensagem que havia lido de relance. Melhor esperar ele dizer.

Mas quanto tempo ela aguentaria?

Não queria ser desesperada, apesar de sentir que seu corpo perdendo o controle a cada olhada dada pelo goleiro em sua direção.

Despediu de Keylor e logo saiu do carro, mordendo o lábio de uma forma tão forte que o fez sangrar. Virou mais uma vez e acenou, e o goleiro logo partiu. Queria berrar, pular, rir. Mas respirando fundo, entrou no hotel e em instantes, estava jogada na sua cama de roupa trocada.

Minutos depois, Júlio e Silas apareceram no quarto. Os dois entraram e ao encontrar Manuela jogada na cama com os olhos fechados, ficaram preocupados.

— Manu, você está legal?

— Estou ótima. — Disse ironicamente, tentando passar a impressão de que tinha ficado o dia todo no quarto.

— A cabeça melhorou?

— Sim, estou melhor. — Deu de ombros. — Foi bom o almoço?

— O povo inventou de beber, ainda bem que é folga. — Silas riu.

— Somos os únicos sóbrios. Até o Moreira não aguentou.

— Eu imagino, — riu baixo. — Acho que até eu não aguentaria.

— Você está conversando com o goleiro gostoso?

— Não é da sua conta. — Retrucou, com diversão. — Apaga a luz, por favor?

Júlio bufou e Manuela abafou o riso no travesseiro. Eles só saberiam quando o próximo dado fosse dado, se caso desse.

De fato, diversos fatores interferiram para o encontro não ter tido algo a mais. Keylor parecia estar distante, fazendo um certo esforço para atender as expectativas. A autoestima baixa de Manu também a impediu de tomar uma iniciativa cabível. Mas a mensagem de Marcelo a fez ter esperanças de que eles poderiam tentar de novo.

E essas esperanças subiram para o espaço quando seu celular vibrou, com uma mensagem do costarriquenho, que iam além das fotos que ela tinha tirado com o seu celular.

"Ainda podemos nos ver antes de eu ir embora? Eu amei a sua companhia, gostaria de aproveitar o máximo possível."

"Me convença." — Mandou divertida, esperando a reposta que logo veio.

"Ainda temos muito o que conversar. Creio que eu tenho mais a lhe oferecer."

Manuela riu, a mensagem subentendida havia lhe dado um borbulho no estômago.

"Só se for agora na sexta-feira. Sábado já estarei cobrindo os jogos das oitavas de final, provavelmente em outra cidade".

"Ótimo. Irei embora sexta à noite, então só nos resta esse dia. Estamos combinados?

"Mas é claro."

"Para onde deseja ir, jornalista?

"Para onde quiser me levar, portero."

Ambos sorriram ao mesmo tempo. Uma segunda chance estava sendo encaminhada.

 Uma segunda chance estava sendo encaminhada

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Dusk Till Dawn • Keylor Navas (Reescrita)Where stories live. Discover now