Uno, el refúgio

597 43 116
                                    


Copa do Mundo de 2018, estádio de São Petersburgo,

São Petersburgo, Rússia.

BRASIL X COSTA RICA

Mais uma vez, a história da Costa Rica fora barrada na copa do mundo

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Mais uma vez, a história da Costa Rica fora barrada na copa do mundo.

O Brasil havia feito dois gols nos acréscimos finais da partida, destruindo a oportunidade da seleção costa riquenha de repetir os passos históricos da última edição, já que com o resultado, levando em conta também os cálculos matemáticos da chave, era praticamente impossível avançar para a próxima fase.

O filme se repetia, mas a diferença é que, antes, Manuela Porteiro acompanhava tudo do sofá de sua casa, no subúrbio de São Paulo. Agora, estava a poucos passos do campo, cobrindo a matéria do jogo, depois de ser escalada dentre diversos repórteres para viajar até a Rússia.

Sem chances, uma oportunidade que qualquer um estaria feliz por tê-las nas mãos. Ela estava, mas não totalmente. A derrota havia doído, ela estava feliz por ver o semblante dos jogadores do time perdedor. Tudo só piorou quando ao seu lado esquerdo, enquanto decidiam quem iria entrevistar quem, Navas passou cabisbaixo, segurando as luvas na mão esquerda, as costas arqueadas para baixo, o olhar recuado, como se estivesse envergonhado por ter tomado os gols no final da partida.

Manuela queria chegar perto, dizer algo que lhe deixasse mais calmo, mas seu papel não esse, não permitiriam tal saída da curva. E nem mesmo a situação era favorável.

Quando viram o goleiro passar, diversos jornalistas correram até ele, deixando-o encurralado. Manuela seguiu, mesmo vendo que não tinha chance de chegar perto dele. Os entrevistadores pareciam urubus sedentos pelo pedaço de carne, desesperados para ouvirem as palavras de Keylor mais cedo, onde mesmo tímido, levantou os olhos e mostrou convicção ao dizer sobre a confiança grande que tinha sobre o time.

"não teremos medo do Brasil.", foram suas palavras ao fim da entrevista, com um sorriso determinado.

E realmente não tiveram medo. Jogaram extremamente apertados na defesa, com o objetivo de ter um empate milagroso para sonhar com a próxima fase. Mas não foi o suficiente.

Agora Keylor estava encurralado, indefeso, enquanto diversos microfones apontavam para os seus lábios. Era notável o seu desconforto, mas sendo sutil, passou a mão no rosto suado, arrumou os cabelos úmidos, jogando-os para trás como forma de demonstrar alguma confiança e respondeu as perguntas, mantendo uma voz até firme. Quando finalizou as entrevistas, levantou a mão para pedir licença e saiu de cena rapidamente, sem olhar para frente, não vendo Manuela no seu campo de visão, chocando seu braço no dela.

— Me desculpe. — Sussurrou baixo, se afastando da jovem, que apenas o acompanhou com o olhar, sem ação para dizer algo.

— Navas! — Manuela gritou, fazendo-o se virar. A jovem estendeu a mão com a luva presente nelas, o goleiro nem tinha percebido que tinha caído. Ao se aproximar, Manuela sorriu gentilmente, tentando se controlar para não se atropelar em suas próprias palavras.

Dusk Till Dawn • Keylor Navas (Reescrita)Where stories live. Discover now