Manuela só precisava de uma chance para mostrar à Keylor que ela permaneceria ali , amparando-o em um dos piores momentos de sua vida, servindo como calmaria, equilibrando a vida do jogador, em meio a tempestade vivida pelo mesmo. Apenas uma brecha...
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— Você vai acabar caindo para dentro do campo!
Era bem notório o tom divertido de Silas, que se segurava para não rir da colega de trabalho, que parecia um cachorro em frente dos locais onde colocam os frangos para rodar e assar. Manuela bufou em resposta.
— Estou dando muita bandeira?
— Está quase fazendo o juramento dela!
Manuela quis rir de total nervoso. Ela deveria ficar sim, prestando atenção no jogo, mas sua atenção era reduzida a apenas uma pessoa, que já tinha diversas vezes saltado, jogando bolas para escanteio. Keylor carregava a seleção da Costa Rica nas costas, e o fardo estava ficando pesado demais.
— Ai eu sou péssima. — Disse entredentes, levantando os ombros.
— Para com isso, acho que é normal a gente ter essas paixonites por alguém famoso.
Paixonite? Pensou. Eu não posso ter uma paixonite por ele!
— Isso seria um tiro no meu próprio pé. — Disse enquanto arrumava os cabelos curtos, jogando-os atrás da orelha.
— Uai, mas por quê?
— Por que se apaixonar por alguém famoso só dá certo nas fanfics.
Silas riu, mas sentiu compaixão. Manuela estava se abrindo para ele, era fato. Ele era bem cético para esses tipo de histórias, mas sabia que poderia ter alguma chance daquilo dar indícios de que continuaria.
— Podem existir exceções.
— Para de alimentar meu maior monstro. — Pediu quase que em súplica.
— Eu sou homem, Manu. Vi o olhar dele em você.
— Isso não quer dizer nada. — Disse passando a mão na testa suada.
— Isso não sou eu quem vai dizer. E sim ele. Quer apostar?
Manuela nada respondeu, apenas virou para o campo.
Entre tantos passes e jogadas, o apito final. 2 a 2 no placar. Pelo menos um ponto estava nas contas da seleção costarriquenha. Os jogadores saíram ainda cabisbaixos, enquanto os suíços comemoravam a classificação para a próxima fase.
— Eu aposto 50 reais. — Silas disse retomando o assunto, enquanto os dois se preparavam para as entrevistas.
— É muito! — Riu, achando graça. — Ok, está apostado.
— Vai lá, ele está ali no meio!
Keylor estava no canto externo do campo, falando com jogadores da Suíça. Ele ria um pouco e parecia mais calmo, diante das turbulências que cercavam sua vida. Ao ver Manuela se aproximando, acenou brevemente para ela, que chegou mais perto, o peito batendo contra a caixa torácica, querendo sair a bater ainda mais forte.
