Após Noah ir para a Universidade Harvard, Elle, junto de seu melhor amigo Lee, encaram a reta final de seu último ano no colégio.
E quanto a faculdade? Não poderia ser diferente. Afinal, se trata de Elle, Lee e Noah. E das amizades formadas no camin...
Não imaginava que esse time fosse tão agressivo. Essa última queda que o Flynn sofreu foi bem feia, poderia jurar que ele tinha quebrado pelo menos uma costela. Tadinha da Elle. Ela ficou sem chão ao ver seu namorado naquele estado. Agora ela está correndo pra lá e pra cá atrás de gelo.
Eu preciso de uma garrafa d'água com urgência. O Lee ficou encarregado de sempre reabastecer o cooler, mas ele estava mais interessado em ficar sentado assistindo enquanto mordia a ponta de uma toalha ou, às vezes, até pegávamos ele bebendo a água destinada para os jogadores.
Olho de um lado para o outro, procurando pelo menos por um bebedouro. Porém, uma coisa chama minha atenção. Quatro dos jogadores do time adversário estão me olhando e cochichando alguma coisa. Só então notei que tinha um bebedouro, mas estava bem atrás deles. Respirei fundo e me aproximei.
— Podem me dar licença, por favor? Quero beber água – meu tom foi calmo. Eles abriram espaço numa boa, mas na hora que me virei para sair é que foi o problema. Os quatro formaram uma barreira, impedindo minha passagem.
— Então tem uma marica no time da Harvard?! – o cara com cabelos avermelhados, bem a minha frente, disse e cruzou os braços.
— Parece que sim, Lucas – não faço ideia de quem seja esse.
— Por que você joga futebol? Isso é jogo para homens de verdade – o tal Lucas disse.
— Uau. Vocês devem ter reparado muito em mim para saber que eu sou gay – falei.
— O que está insinuando? Que um de nós ficou interessado em você? – Lucas.
— Eu só disse as palavras, você as interpretou como quis. Por mais que eu quisesse continuar essa conversa, eu tenho coisas mais importantes para fazer do que ficar escutando opiniões, totalmente irrelevantes, de projetos de machões – consegui desvencilhar-me deles.
— Bicha! – eu odeio essa palavra. Não sabia quem dos quatro havia dito isso, pois estava de costas para eles.
— Estamos no século vinte e um. Só otários ainda usa "bicha" para xingar um homossexual – após dizer isso recebi um empurrão forte que me fez desequilibrar e quase cair no chão.
— Dá para acreditar nisso? A mocinha acabou de me chamar de otário – finalmente me virei para ver quem falava. Era o Lucas. Recebi mais um empurrão. — Vai. Faz alguma coisa – outro empurrão, e outro, e outro, e outro. Eu não gosto de brigas, mas não tenho sangue de barata e definitivamente não sou obrigado a aguentar esse tipo de coisa. — Pessoas como você deveriam estar fazendo algum tipo de tratamento.
Foi necessário apenas mais um empurrão para eu perder totalmente a minha paciência. Dei um soco, muito bem-dado, na cara do tal Lucas, que deu dois passos para trás. Dois deles seguraram meus braços e o outro passou a desferir socos em mim, mas ele foi afastado por Lucas que tomou seu lugar para me bater.
Uma roda se formou em volta de nós, porém ninguém do time de Harvard estava entre eles, todos haviam saído do campo e ido direto para o vestiário. Gritos, gargalhada e assobios eram ouvidos. Eles pareciam gostar do que viam, pois ninguém se incomodou em vir separar. Ou quase ninguém.
— PAREM! LARGUEM ELE – Elle veio correndo, mas foi parada e empurrada com força para trás.
— Deixem ela em paz! – falei já quase sem forças. Em troca levei um soco no estômago que me fez perder totalmente o ar.
Os caras que me seguravam foram jogados no chão. Eu também caí, pois minhas forças foram minadas.
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