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— Mas que demora! — Gritei do sofá. Jace estava ao meu lado, jogando algo no celular. — Maaaax!

— Já vai! —Max gritou de volta. Ele e Isabelle desceram correndo as escadas. — Pronto! Vamos.

Eu suspirei levantei. Arrumei os meus óculos e olhei para o meu celular e rapidamente dei tchau a Magnus, dizendo que teria que levar o meu cachorro passear com os meus irmãos. Charlie — meu cachorro — estava no meu colo, tentando a todo custo lamber a minha cara e eu ria. Os meus óculos estavam quase caindo enquanto eu digitava com apenas uma mão e segurava Charlie com a outra. Max riu e se aproximou de mim, arrumando os meus óculos.

— Obrigado, Max — Eu disse, guardando o celular no bolso bem na hora que ele vibrou novamente. Infelizmente eu teria que esperar chegar no parque para ler a mensagem de Magnus. — Vamos.

— Ele pode ir caminhando, sabe — Jace falou, se referindo a Charlie. Eu não queria solta-lo.

— Não, eu vou levar ele no colo — Digo protetor. E então eu o levei. Quando chegamos no parque nós fomos até um banco que ficava em baixo de uma grande árvore e eu soltei Charlie, vendo ele já indo fazer pipi em uma árvore. Max e Izzy foram brincar na areia com Charlie e Jace foi vigiar os dois, nem parecia que eles tinham 25 anos e não eram duas criancas.. Eu apenas fiquei sentado no lugar e olhei a mensagem de Magnus. “Onde vocês estão indo?” ele tinha perguntado. Então eu disse qual parque estávamos e guardei o celular de volta, não recebendo mais nenhuma mensagem.

Enquanto Jace vigiava Max e Izzy, eu pensei em Magnus. Em como parecia que um vazio estava crescendo entre nós. Eu quis chorar. Eu não queria que nada mudasse, eu sou tão apaixonado por ele. Agora nós não falamos tanto quanto antes e recusamos a falar do problema. Nós costumávamos falar sobre tudo, não tínhamos vergonha um do outro. Comunicação sempre foi a chave para nós dois. Eu pensei nas milhões de possibilidades das coisas que poderiam estar entre nós. Talvez ele estivesse cansando de mim? Afinal, ele nem sequer respondeu a minha mensagem. Ele visualizou e não respondeu. O pensamento de que talvez Magnus não estivesse mais apaixonado por mim — ou não tão apaixonado — deixou meu coração doendo. Eu não conseguia nem pensar na possibilidade que eu queria chorar. Mas só podia ser isso, eu sou muito mais novo, e sou um aluno. Ele poderia ter tudo com as outras pessoas, por que ficaria? Eu sou apenas um garoto e ele é um homem formado e que merece coisa melhor do que eu. Mesmo assim, sinto o egoísmo tomar conta de mim, eu não quero que ele deixe de me amar. Eu quero que ele me ame. Quero saber se ele está tão apaixonado por mim quanto estava a dois meses atrás, quando as coisas pareciam estar perfeitas. Queria saber se ele ainda sentia o mesmo, se não estava cansando, faz sentindo que ele esteja cansando.

No entanto, me sinto um completo idiota quando vejo uma silhueta bem conhecida vindo em minha direção. Ele veio até mim. O sorriso no meu rosto ficou enorme e eu olhei para os meus irmãos para ver se eles estavam me olhando mas nenhum deles sequer pareciam lembrar da minha existência. Eu suspirei quando pude ver ele de perto. Vestia uma camisa branca simples, os braços de fora e os músculos muito bem marcados, uma calça jeans preta e um óculos escuro nos olhos. Lindo, completamente perfeito. Ele sorriu para mim também e quando chegou perto o suficiente, ele tirou os óculos e sentou ao meu lado. Eu apenas fiquei sorrindo que nem um idiota.

— Você veio — Falei após um tempo, nenhuma parte do nosso corpo estava se tocando mas eu poderia tremer apenas por estar perto dele.

— Eu queria tanto te ver — Ele disse, olhando para frente com um sorriso no rosto.

Me senti ainda mais idiota por duvidar dele. Ele claramente me amava, eu podia ver isso. Via no jeito nervoso que ele balançava o seu joelho, no jeito que ele parecia querer puxar minha mão para si, no jeito que ele me olhava de canto de olho, um olhar tão admirado que eu me perguntava como todos os outros não podiam ver. Senti o vento bater contra nós dois e eu pude sentir o seu perfume, respirei fundo, tragando aquele cheiro maravilhoso, vi ele sorrir.

— Estou feliz que você está aqui — Falei, ainda com um sorriso bobo. Ele também sorriu, virando-se para me olhar.

— Eu também — Ele disse baixinho. Ele se aproximou mais um pouco e nossos braços e joelhos estavam roçando agora e uma adrenalina vazia meu sangue ferver.

Era tão intenso, apenas estar perto assim dele estava me deixando tonto. Eu amava tanto me sentir assim, amava tanto as sensações tão grandes que eu sentia com tão poucas coisas dele. Seu braço tocava levemente o meu e isso já era suficiente para fazer com que a minha semana toda seja incrível. Não falamos nada, novamente. Mesmo incomodado eu fiquei feliz, apenas por ter ele ali do meu lado. Estava resistindo a vontade de colocar a minha cabeça em seu ombro. Resistindo a vontade sempre presente de o abraçar. Ele me olhou de lado e eu o olhei de volta. Nosso olhar era intenso e cheio de significado.

— Você pode vim comigo, só um pouquinho? — Ele perguntou e eu levantei a sobrancelha confuso e assenti me levantando. Nós caminhamos pelo parque. Ele era enorme. Tinha várias árvores e Magnus seguiu andando entre eles. Apenas fui atrás dele.

Quando paramos, eu fiquei extasiado com a vista. Tinha um lindo riacho com várias flores, um gramado verde e as árvores faziam uma barreira contra o parque. Ninguém nos veria ali. Ele foi embaixo de uma árvore e se sentou ali. Eu caminhei até ele, peguei uma amora da árvore e me sentei ao seu lado. No entanto, eu fiquei tremendamente surpreso quando Magnus me puxou para mais perto dele, entrelaçando as nossas mãos e braços. Suspirei, ainda sentado ao lado dele, e coloquei minha cabeça em seu ombro, sentindo meu óculos incomodar um pouco. Meu coração estava acelerado. Eu fechei os olhos por trás das lentes, suspirando. Me sentia tonto, estar tão perto dele assim me deixou zonzo. Ele também parecia afetado, porém era muito melhor em esconder. Magnus fez desenhos na palma da minha mão com o seu polegar e eu ri, sentindo cócegas. Ele riu também e beijou minha mão.

— Eu sempre quis poder ficar assim com você — Ele disse baixinho, sorrindo. — Tão perto...

— Eu sei... — Falei, levantando minha mão vazia para arrumar os meus óculos. Magnus me olhou, cada vez que eu fazia isso ele sempre me olhava admirado. Minhas bochechas ficaram rosadas — Pare de me olhar assim!

Ele gargalhou.

— Não posso evitar, sou apaixonado por você — Ele disse e eu o olhei surpreso. Não era a primeira vez que um de nós falava aquilo mas eu estava tão inseguro, eu quis chorar, quis gritar para mim mesmo que eu sou um idiota por sequer dúvidar dele. Porém, eu apenas me joguei contra ele, o abraçando. Ele pareceu surpreso e riu nervoso.

Eu o abracei pelos ombros como nunca tinha feito antes, fechei os olhos e deixei que a tempestade que era Magnus Bane me encharcasse. Ele me apertou com força contra ele também. Eu sentia meu corpo todo arder e sentia meu coração saindo pelo peito. Apertei ele ainda mais, quase chorando, e suspirei. Era tão bom, tão maravilhoso ficar tão perto dele assim. Eu estava sentado em seu colo mas o nosso toque não tinha nada de malícia. Ele me apertava forte mas com delicadeza. Ele também suspirou contra o meu ouvido. E eu, finalmente, me permiti chorar. Não de tristeza, mas porque era intenso demais. Porque eu o amava demais e não sei lidar com as emoções. Eu chorei porque era maravilhoso o tocar e mesmo tendo dúvidas sobre a nossa atual falta de comunicação eu sei que ele é apaixonado por mim. E ele também sabe que eu sou por ele.

— Eu também estou apaixonado por você, Mags. — Eu sussurrei contra ele e senti o aperto do abraço aumentar. Nos separamos segundos depois e não foi estranho, ele apenas beijou a minha mão, arrumou os meus óculos e deitou sua cabeça contra o tronco da árvore, fechando os olhos e entrelaçando os nossos dedos. Eu olhei ele por alguns segundos, admirando sua beleza extrema e depois deitei minha cabeça em seu ombro, segurando a sua mão com força e sabendo que nós estávamos bem.

Não importa que nós não estávamos falando tanto, não importa o quanto eu tenha medo. Nós dois somos loucos um pelo outro então estava tudo bem.

Tudo ficaria bem.

***


| eu tenho um carinho muito especial por essa fanfic, espero que estejam gostando 🌈❤️ |

This Love (Malec)Where stories live. Discover now