Blue Moon

Péssima ideia parte 1

Pouco tempo se passou após aquela noite, faltavam só uma semana para as férias de verão acabar e Meyko queria de toda maneira testar sua lista em Shouta, até que uma oportunidade lhe apareceu, eles iriam em um parque de diversões e leva-lo no castelo do horror fazia parte dos planos dela. Quando o dia chega, Meyko até acorda mais cedo, se arruma usando sua melhor roupa, um vestidinho vermelho de bolinhas brancas, nada muito exagerado, usa sapatos confortáveis, afinal deve andar muito por lá, dá uma conferida no visual e corre para o quarto de Shouta, batendo intensamente em sua porta

- Eiiii já está pronto? – ela grita através da porta exalando animação

Shouta abre a porta na mesma hora que ela fala, com uma pantufa bem fofa branca, pijama azul escuro, olha para ela de cima a baixo e a torna olhar para ela com cara de emburrado – você sabe que são 10h da manhã ainda né?

- sim, eu sei, mas eu quero tanto ir logo ao parque que acabei arrumando mais cedo.

-e você espera que eu me arrume agora para algo às 2h da tarde? – ele suspira profundamente e vai lentamente fechando a porta

- por favor... – ela suplica com sua doce voz

Shouta ao ouvir isso, fica imóvel na mesma hora por uns segundos pensando – eu quero voltar a dormir, mas... – ele olha para trás para vê-la e se arrependeu na mesma hora – Droga, fazendo essa cara é jogo sujo – ele continua com seu monólogo enquanto a olha irritado, até que decide falar em alto – me espere em 10 minutos – ele fecha a porta frente a ela e se escora na porta, indignado e se perguntando por que estaria fazendo isso.

Por outro lado da porta Meyko comemora, um item de sua lista foi comprido "fazer algo que normalmente não faria por minha causa" ela coloca um visto ao lado da frase toda feliz e guarda a folha dentro de sua roupa e fica caminhando pelo corredor até Shouta abrir a porta novamente.

- pronto, eu espero que você tenha algo para fazer até chegar a hora ao menos – ele a encara sabendo que na verdade ela não pensou nisso, mas faz pressão só para se divertir um pouco com ela.

- hmm... Ah, vamos andar pelo quintal – ela da de ombros e já puxa ele pelo braço para descer as escadas. Meyko queria aproveitar o máximo o fato de ele estar começando a interagir mais com ela.

- genial – ele responde a ela sarcasticamente enquanto é arrastado por ela.

Eis que chegam ao quintal, que por sinal é um enorme jardim com até mesmo um labirinto de arbustos denso, seus pais disseram para não ir lá afinal é perigoso, ainda assim ela fica tentada a entrar lá, mas anda só ao redor tentando reunir coragem de um dia ir lá. E dessa vez estavam os dois andando por lá, até então sem dizer uma palavra um com outro.

- olha, um gatinho – Meyko é a primeira cortar o estranho clima entre os dois assim que vê um gato preto no muro do labirinto e olha para Shouta que vê o gatinho fascinado – você gosta de gatos? – ela fala empolgada por descobrir mais alguma coisa que ele ama além de dormir.

- bom... Digamos que sim – hesitante, Shouta responde com um pouco de timidez, sem tirar os olhos do gato – Ele desceu para dentro do labirinto – decepcionado ele tira os olhos do muro e torna a olhar para Meyko.

Perfeito, era a desculpa certa para entrar lá e conseguir ir atrás de algo que o Shouta gosta, dois coelhos em uma cajadada só. Ela rapidamente pega na mão dele e o puxa juto dela em direção à entrada.

- em que confusão você quer nos meter dessa vez? – com um pouco de dificuldade ele pergunta para Meyko que está o puxando freneticamente

- vamos para a entrada do labirinto oras! – ela responde praticamente aos berros por conta da euforia e olha para trás por alguns segundos, os segundos que para ele foram como se estivesse em câmera lenta em sua memória, o sol radiante refletindo em seus longos cabelos azuis claros, com a leve brisa de verão, acompanhados de um puro sorriso, que por mais que sejam só segundos, isso por algum motivo ficou marcado em sua memória.

Assim que ambos chegam à entrada, e enquanto tomam fôlego após a corrida tão repentina, Shouta vagarosamente olha para sua mão esquerda que estava junta da mão direita de Meyko que não parece se importar com isso, ela não tirava os olhos da entrada, com seu rosto cheio de energia.

- então aqui vamos nós! – Meyko dá seu primeiro passo para entrada, mas Shouta a puxa de volta.

- por que isso do nada? Seus pais disseram que é proibido entrar ai – ele ainda corado e com as mãos dadas tenta o máximo possível fazer uma cara mais intimidadora, mas dessa vez ele falhou miseravelmente.

- a vida não é tão emocionante se não quebrar algumas regras oras! – Meyko sorri e ainda olhando para ele vai andando em pequenos paços o puxando devagar. Shouta sabia que isso não ia dar certo, sua voz da consciência gritava para não ir, porém a cada ano com ela, Shouta se tornava cada vez menos lógico e se deixando levar pelo doce e cheio de vida sorriso de Meyko, como uma droga, ele ansiava cada vez mais por ela, mesmo sabendo que o possa machucar no fim.

- e ainda quer ser pró-hero – Shouta murmura enquanto é levado por ela – tsc, que tipo de herói quebra as regras? – ele continua murmurando e Meyko o ignora completamente

Eles adentram cada vez mais o labirinto, lentamente e sem soltar as mãos para não se separar, era mais vantajoso os dois juntos caso ocorra algo perigoso, a cada vez que passam por um corredor, sentem como se as paredes se movessem, apesar do dia ensolarado e ser quase meio dia, lá era mais escuro, e ainda assim Meyko não sentia medo algum, já Shouta havia um pressentimento ruim sobre essas paredes, dessa vez ele lidera a puxando, seu instinto dizia que deveriam sair dali logo.

Após andar por quase uma hora, eles se deparam com o gatinho de antes, um gato preto, ele parece um pouco desconfiado, mas conseguiu pegar amizade com Shouta bem rápido, ele pega o felino no colo e aos pouco surge um sorriso tímido em seu rosto. Meyko fica o admirando um tempo cativada com o sorriso de Shouta, até ouvir um barulho estranho, por causa de seu pai, sua audição e faro são mais apurados, ela consegue ouvir algo de longe como se tivesse se aproximando rapidamente.

- Shouta-kun, tem algo errado... Eu ouço algo grande como se estivesse se movendo para cá - ela fala baixinho, pela dó de ter que estragar esse momento

Assim que Meyko falou, Shouta viu as paredes se movendo de longe, fechando o corredor em que estavam, e se não corressem, seriam fechados lá também. Em um ato rápido, Shouta puxa Meyko, para um local que de acordo com ele seria mais seguro, ambos vão correndo com as paredes se fechando atrás deles, até que saem em um local aberto, com uma fonte no meio. Não era a saída, mas já era um local aparentemente mais calmo.

- não há volta – Shouta olha para o local do onde vieram e agora está completamente fechado

- mas não há como seguir em frente também – Meyko anda ao redor do local e não acha nem uma brecha para se passar, e depois do que aconteceu, não seria o mais aconselhável.

- ótimo, estamos presos – Shouta coloca o gato no chão, por incrível que pareça o gato é o mais calmo ali.

- olha! – Meyko aponta paro o gato – ele está subindo pelo muro, as vezes após isso seja a fora do labirinto – ela olha esperançosa para Shouta, o mesmo já não consegue se sentir da mesma forma

- ah e como vamos subir isso? Não temos condicionamentos físicos para subir isso – ele se aproxima da parede e analisa melhor de perto – sem contar que talvez essa coisa se mova também – ele olha de volta para Meyko com sua cara típica de cansaço, estômago ronca bem alto, então sua cara fecha mais.

- então prefere morrer de fome? – ela pergunta ao garoto emburrado de forma sarcástica – pode deixar que eu tenho um plano – ela sorri colocando as mãos na cintura se sentindo confiante

- vir aqui já foi uma péssima ideia, vamos ver como você piora a situação – ele fala baixo, para si mesmo de braços cruzados

Meyko nem discute mais e já entra em ação, uma vez viu uma heroína que é meio gato e ao ver o gatinho preto, ela teve a inspiração de se transformar no mesmo e usar suas garras para escalar. Ao fazer isso, Shouta suspira sabendo que isso não vai dar certo e nem tenta falar nada, pois sabe que ela não vai o escutar. Para sua surpresa ela conseguiu subir até quase o topo do muro, então ele corre para perto dela apreensivo.