Em um dia calmo,
Tão tranquilo quanto o tempo,
Fiz um exame em mim mesmo
Afim de entender o que essa alma
Tão agitada e aflita
Pensa e contempla.
Separei os instrumentos:
Numa extremidade, uma saudade
Ao meio, um desejo
Na outra ponta, outra vontade
De realizar algum ato nobre
Sem vaidade.
Não era nenhum herói
Agora eu era apenas o paciente de mim
Prestes a começar o exame
Sem plateia ou assistente.
O exame seguiu tranquilo e singular
E sem mesmo demorar
Olhei calmo os resultados de cada análise
O sujeito responsável pela saudade
E os motivos dos desejos.
Fiquei feliz e ao mesmo tempo perplexo
Como coisas pequenas me agitavam
Tirando a conclusão que isto seria o resultado
De uma alma aflita e agitada.
Constatei que
Nada sou. E hoje, sou ainda menos
Na verdade, nada somos
E nunca seremos.
Terminado o exame, contemplo
Como meus sentimentos agitados são
Rasos. E, também,
Infinitos. Ao mesmo tempo,
Raros. E, simultaneamente,
Profundos.
Meu exame mostrou que o coração
Estava entre duas extremidades
Com mais de dois extremos
Cheio de sentimentalismo ilimitado
Ora, tão profundo como um riacho
Ora, tão pequeno quanto um oceano.
Sou, eu mesmo, ao mesmo tempo,
Vários sentimentos
Em várias formas
Sob um mesmo propósito:
Ser nada e contínuo
Ser breve e infinito.
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Poemas de Aprendiz
Poetry"Poemas de Aprendiz" é minha primeira obra lançada aqui no Wattpad, que contém os poemas que escrevo. Com influências fortes de Carlos Drummond de Andrade e Machado de Assis, procuro escrever meus poemas de forma que expressem sentimentos como amor...