Cura

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Um dia enfadonho, problemático

Um dia cinza, ácido

Com pouco gosto e sabor

Como uma terra infértil

Que a chuva, em vão, tenta sarar.

Em meio de tudo isso ele voltava para casa

E ali a felicidade começava.


Ela abria a porta, o abraçava.

Perguntava como foi o dia

Ele, abatido, evitava os detalhes

Ela, insistindo, queria saber até os pormenores.

Ele cedeu; falou sobre os fardos

Enfatizou que amava o trabalho

Mas o resto do dia,

com correrias e trânsitos,

matava o sabor.

Cansava, marcava.

Mas agora nada mais disso importava

Porque chegou o momento da cura.


Ela lhe preparou um café e lhe abraçou

E falou sobre essa cura

Que não estava somente nela

Nem somente nele

Mas nos dois, juntos.

Por meio de diálogo, compreensão, desabafo

(carinho era indispensável)

E assim ele ficou curado

Enquanto, envolto de amor,

escutava trinta mil palavras de ternura e afeto.


E assim, num instante,

Ele foi de um enfermo para um são.

Poemas de AprendizWhere stories live. Discover now