capítulo 6: acontecimentos que antecedem uma reação inesperada

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— Chega! — é categórico. — Siga-me até a coordenação. Temos algo a conversar.

Esfrio interiormente, pensando em uma provável detenção ou algo pior. Espero que não seja nada disso. O mais irritante é que ele sequer chamou Amy Mitchell, o que prova que ela está livre dessa, enquanto eu não sei o que me espera.

— Eu vou indo. — murmuro de forma tensa para Nathaly.

Ela me olha com compaixão.

— Me conta como foi depois que sair.

— Ok.

Sigo em direção ao diretor e deixo o refeitório, temendo o pior.


***


Não acredito que isso está acontecendo.

É decepcionante a forma como o diretor vê Amy depois de tudo.

Mesmo assim, eu não devia me surpreender com a atitude dele, afinal a corda só pesa para o lado do mais fraco e dessa vez sobrou para mim.

— Não toleramos qualquer ato de selvageria nessa escola. O conselho estudantil é totalmente contra e você devia saber. — decido permanecer em silêncio, ou posso acabar falando algo que vai piorar minha situação. — Além disso, você conhece as regras presentes em seu contrato. E mau comportamento não é uma delas.

— Sei disso. — murmuro simplesmente. — Mas eu não...

— Está expulsa!

Amplio os olhos.

— O quê?

— Isso mesmo que ouviu. Não permitiremos alguém como você em nosso corpo de alunos. Regras são regras e devem ser seguidas na Greene Marshall. E eu não acho que uma simples detenção resolveria seu problema.

Meus olhos se enchem de lágrimas e sinto o desespero me tomar. Estou processando a situação que se desenrola na minha frente. O diretor provavelmente teme os pais de Amy que são influentes no meio político, e por isso está me dando uma punição tão injusta como essa. Eu devia aceitar e ir para casa, mas não consigo digerir essa notícia. E imaginar o semblante de decepção da minha mãe, quando souber, só piora tudo.

— Por favor, senhor Brown. Não creio que seja preciso a expulsão. Eu apenas estava me defendendo das atitudes cruéis de Amy. Por favor...

Ele me ignora, claramente insensível. Encara os papéis em sua mesa antes de olhar para mim.

— Vá até a secretaria para agilizar o processo de expulsão. Não leve para o lado pessoal, senhorita Hernandez.

Ele acha que sou uma pedra de gelo? Como não levar para o lado pessoal quando está clara a injustiça presente em suas palavras? Eu até poderia tolerar uma detenção, mas expulsão já é demais.

— Por favor. Dê-me uma segunda chance.

— Você me ouviu, Hernandez. Seu tempo está acabando, então siga até a secretaria e faça o que ordenei. Está claro que...

Ele é interrompido por batidas na porta.

Permaneço na cadeira, analisando minha situação enquanto o diretor murmura um: — Entre!

O visitante se aproxima da mesa do diretor, e eu ergo o olhar, surpreendendo-me ao ver Brandon Scott.

Franzo o cenho.

O que ele está fazendo aqui?

— Olá, senhor Scott. Como vai sua mãe e seu irmão? — é a pergunta animado do diretor.

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