Eu amo você, Króchka.

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— Que caralho você está fazendo aqui pelo amor de Deus? — questionei irritado e ela estremeceu dividindo a atenção entre meu peito descoberto e meu rosto.

— Sua... Sua irmã disse que você estaria sozinho hoje... Então eu achei que seria legal te visitar. — ela entrelaçou as próprias mãos a fim de esconder seu nervosismo.

— Quantos anos você tem, Tasha? — questionei cruzando os braços, ela ajeitou a postura.

— V-vinte três. M-mas você sabe que isso não me impede de foder bem. — se retratou e eu ri.

— Não, você fode como uma adolescente. Mas, eu achei que isso fosse o pior de tudo, mas não é. Sua cabeça também funciona como o de uma. Presta atenção, nós transamos uma vez. E foi só isso. Você não tem direito de vir até a minha casa. Já pensou se minha mulher estivesse aqui? Ficou maluca? Vai embora Tasha. — ela abriu e fechou a boca sem uma resposta enquanto eu me afastava para fechar a porta.

— Aproveita e me dá uma carona. — a morena passou por mim, fechei os olhos e respirei fundo enquanto observava a cena que ela estava fazendo. A mulher de Marcus tinha os olhos arregalados enquanto encarava a mim e a ela. Os nossos cabelos molhados já sendo o suficiente para criar muitas teorias.

Não fiquei para ver o resto, bati a porta e me virei para ir para a cozinha. Precisava de um copo de água.

Assim que servi meu copo, ouvi a campainha outra vez.

Será que todo esse movimento existia quando minha equipe estava trabalhando normalmente? Puta merda.

Abri a porta, Tasha tinha uma feição irritada, os braços cruzados.

— Eu não mandei você ir embora? — estava definitivamente ficando sem paciência.

— Você ficou com a minha calcinha na outra noite. Pode me devolver? — revirei os olhos e troquei o peso de uma perna para a outra.

— Você acha que eu vou usar a porra da sua calcinha pra que? Colecionar? Não tenho nem espaço na minha casa pra isso! Eu joguei fora, mas que porra! — quando ia fechar a porta ela segurou se aproximando de mim.

— Eu tenho certeza que está com você e era a minha favorita! Se me deixar subir eu posso... — no mesmo momento que entendi o que ela queria a empurrei para fora sem ser bruto e respirei fundo.

— Nós não vamos transar. Para de ser maluca ou eu vou pedir para o seu marido vir te buscar. Pode ser? — ergui ambas as sobrancelhas e ela deu um passo para trás com uma feição surpresa, fechei a porta e voltei para a cozinha para beber a água que já estava no copo.

Quando já estava no meio das escadas a campainha tocou outra vez. Pelo amor de Deus, não faz nem mesmo 15 minutos! Decidi ignorar, mas a campainha começou a ser pressionada de maneira constante. Eu juro que vou arrancar o dedo das duas. A ideia de ser outras mulheres passou por minha cabeça, mas puta que pariu, seria muito azar nessa porra!

Desci as escadas e abri a porta de maneira bruta sem paciência nenhuma para lidar com nada.

Porém, mesmo que eu estivesse com uma porrada de xingamentos ensaiados em minha garganta, eu não seria capaz de citar nenhum deles para ela. O cabelo estava pingando, as roupas ensopadas, as bolsas que carregava com rodinhas uma em cada mão e atrás dela um outro homem que carregava outras duas enormes bolsas.

Eu senti minha pele aquecer, meu coração deu um salto e uma sensação esquisita invadiu meu corpo inteiro, algo que eu nunca havia sentido antes. Ela não havia mudado nada. Por algum motivo eu esperava que ela surgisse em minha porta com os cabelos curtos, ou descoloridos. Mais velha ou pelo menos diferente de alguma forma, mas ela continuava com a mesma feição, seus olhos brilhavam com as lágrimas acumuladas e logo eu que tenho uma resposta pra tudo, não conseguia abrir minha boca pra falar qualquer porra.

• NIKOLAI • 1º Livro da série de "Os Filhos de Bratva"Onde histórias criam vida. Descubra agora