CAP 14

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Cheguei ao hospital com o que Júlia me disse mais cedo na cabeça.
Sentei e comecei a raciocinar, minha menstruação estava mesmo atrasada mas eu nem me dei conta pelo fato de eu estar passando por tantos problemas. Minha menstruação já estava atrasada mais de 1 mês.

Dei um soco na mesa, e joguei tudo que estava em cima da mesma. Foi quando Luiz apareceu assustado.

-Laura, o que está havendo? -ele me abraçou por trás tentando me conter.

-Você não poderia me ajudar Luiz, ninguém pode me ajudar. -disse aos prantos.

Sai da minha sala desolada fui até o depósito onde ficavam as medicações e acessórios para os paciência, para pegar um teste de gravidez.

Minha vontade era de chamar Júlia mas eu não ia estragar o primeiro dia de trabalho dela com meus problemas.

Então fui até o banheiro fechei a porta e fiquei ali parada olhando aquele teste por longos minutos. Então resolvi fazê-lo.

Depois de fazer todo o procedimento não conseguia abrir meus olhos eu estava com medo e enjoada. Me abaixei perante o vaso sanitário e vomitei, meu corpo tremia e eu não me continha, não parava de chorar.

Ali abaixada mesmo criei coragem e olhei para o teste, e lá estava os dois riscos.

SIM eu estou grávida do meu irmão gêmeo. Foi quando alguém bateu na porta do banheiro.

-Está tudo bem aí dentro?

Eu conheço aquela voz.

-Júlia! - abri a porta desesperada.

Ela me abraçou e olhou em minhas mãos e seu semblante mudou na mesma hora. Eu ainda segurava o teste.

-Eu sinto muito Laura, eu sinto tanto.

-O que eu vou fazer? Devo interrompe a gravidez? Eu não posso ter esse bebê.

-Não, você não pode interromper! É seu filho é o fruto do amor de vocês, e não importa se pelas circunstâncias vocês precisaram se separar, se pela ironia do destino você é irmã dele. Isso que está aí dentro de você é uma vida. -ela segurou minha barriga com as duas mãos.

Comecei a rir desesperadamente. Ri tanto que precisei me sentar.

-Laura acho que essa gravidez mexeu com seu psicológico. Eu vim até aqui para fazer xixi e encontro você acabada e agora está rindo parecendo uma louca. -ela disse se sentando no vaso sanitário e rindo junto à mim.

-Faça seu xixi. Eu vou embora.

-Me espera, vamos juntas para emergência.

-Você não entendeu Jú, eu vou embora, embora dessa cidade. Não vou interromper a gravidez, não vou matá-lo. Vou dar à luz a uma criança que vai ter muito amor. Mas não aqui perto de Pedro, eu vou embora.

-Pronto, agora você ficou doida Laura. Eu estou com você nessa, fica perto de mim eu te ajudo, tudo vai ficar bem.

-Eu sei que posso contar com você e eu vou precisar contar com seu silêncio. -Abracei minha parceira e sai.

Fui direto a sala do chefe pedir demissão, ele não entendeu o motivo. Eu expliquei que era pessoal e que talvez eu voltaria e ele me garantiu meu espaço no hospital. Agradeci e fui para casa.

Comecei fazer as malas e pensar onde eu iria ficar até essa criança nascer. Lembrei de uns Contatos de alguns hospitais. Me sentei e comecei a ligar tentei parecer mais calma possível para conversar.

O primeiro agradeceu minha ligação mas disse estar com a equipe completa, assim foi com o segundo, terceiro e quarto. Eu já estava prestes a desistir quando encontrei um papel dobrado dentro de uma pasta antiga que eu guardava dentro de uma caixa de documentos.
Era um hospital fora do país pensei em não ligar, mas quer saber?  já ouvi tantos nãos que mais um não vai fazer diferença.

E dessa vez a resposta foi SIM, eles estão precisando de um  cardiologista e disse que eu cai do céu. Pronto, resolvido vou para Califórnia até meu filho nascer depois volto.

Meu SegredoWhere stories live. Discover now