CAP 9

36 10 18
                                    

-Lalinha, me desculpe pelo ocorrido. Se eu soubesse que aconteceria tantas coisas desagradáveis te pouparia desse desastre.

-Sua mãe e Suzana estão com sérios problemas. Seu pai realmente é um amor, só achei que ele tinha algo para me falar, pois não parou de me olhar um minuto se quer.

-Sim, também achei que ele estava querendo te dizer algo. Talvez ele quisesse dizer: Suma daqui, laura, essas mulheres são loucas! -disse imitando a voz de seu pai.

Caímos na gargalhada enquanto a campainha tocava. E para variar era Luiz.

Fiquei sem saber o que fazer. Pedro talvez ficasse chateado com essa visita.

-Desculpe te incomodar. -Disse ja entrando.

-O que houve?

-Perdi um paciente hoje. Aquele jovem que estava em observação à 12 dias. -permaneceu de cabeça baixa.

-Que pena, Luiz. Eu sinto muito.

Pedro também se mostrou comovido com a maneira que Luiz reagiu a essa morte.

Era um jovem de apenas 15 anos e isso mexeu completamente com Luiz.

Pedro o chamou até a cozinha para preparar algo para o jantar e beber alguma coisa.

Eu resolvi não acompanhar Pedro, achei melhor que eles se e atendessem sozinhos.

E foi o que aconteceu, não demorou muito para eu ouvir risos e histórias antigas sendo contadas.

Jantamos juntos e Pedro adorou a companhia de Luiz. Ele é uma pessoa alegre, e assim, nos fez esquecer o dia terrível que tivemos.

Luiz disse ter convidado Julia para passar o final de semana aqui em São Paulo.

-Danadinhos, isso vai dar namoro, hein?

-Ela é alegre. Gostei da menina. E tem mais, vai abrir uma vaga no hospital e eu a indiquei. Agora é só esperar a resposta do chefinho.

-Estou torcendo para que dê certo. Eu prometi isso a ela.

Acordei com os carinhos de Pedro. Fizemos amor e, hoje foi diferente, foi mais intenso, houve uma conecção que nunca tivemos.

Depois do prazer ficamos nos olhando, sem dizer uma palavra se quer.

Através de seu olhar pude ver seu interior. A pessoa verdadeira  e todo o amor que sentimos circulando numa espécie de ondas invisíveis que nos unem.

Pedro foi trabalhar e enfrentar sua mae, que provavelmente iria encher sua cabeça de bobagens sem sentido.


Meu dia de trabalho foi ótimo eu estou de muito bom humor.
No final da tarde um susto quando estava arrumando minha bolsa para ir embora vi seu Getúlio parado na porta me olhando.

Me levantei da cadeira num pulo.

-Seu Getúlio? Que susto.

-Boa tarde Laura.

-O senhor esta se sentindo bem.-me levantei e fui em sua direçao. Pedindo para que ele se sentasse.

-Estou ótimo. Faz tempo que não me sinto tão bem. Pra ser mais específico faz 33 anos.

-Que bom. -respirei aliviada.

-Sera que eu posso ter uma conversa com você? -Perguntou com timidez.

-Claro! Sente, fique a vontade.


Ele se sentou tímido fechei a porta atrás dele.
Eu tinha certeza sobre o motivo da sua vinda até meu encontro.
Provavelmente Carmen o obrigou a vir aqui para me convencer a desistir de Pedro. Mas eu NÃO vou deixa-lo porquê a mãezinha dele me odeia.

-O que o senhor quer falar para mim? Eu percebi na minha ida a sua casa, que o senhor ficou um tanto intrigado com minha presença.

-Sim, preciso conversar com você, mas não aqui. Aqui não é o lugar certo, apesar de eu achar que não exista lugar certo para essa conversa. -ele me olhou sério.

-Assim o senhor me assusta. -tentei rir.

Me levantei e decidi ouvir o que ele tinha a me dizer, afinal eu pude ver que ele é uma pessoa do bem.

-Quero te levar em um lugar. Vou dirigindo com meu carro e você vai dirigindo atrás com o seu.

-Tudo bem Getúlio. -eu respondi mexendo nos cabelos sem saber o que fazer.

Fui dirigindo atrás de seu carro, não tenho idéia alguma de onde ele está me levando. Mas resolvi confiar, confiar nas palavras desse homem que mal conheço.

Meu SegredoWhere stories live. Discover now