Rito 1 - Capítulo 4

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As lembranças daquela noite foram voltando a minha mente e eu não conseguia entender onde ele poderia se encaixar em tudo isso.

***

Quando aquele, até então estranho, me pagou a bebida no bar, era como se soubesse que aquela bebida era exatamente o que eu precisava. Ele se aproximou e iniciou:

—Olá, sei que não vem sempre aqui, pois eu sim estou sempre aqui, então o que te traz aqui? – Acho que ele estava tentando ser engraçado.

—Acho que para... me distrair – respondi pensativo.

—Sou uma ótima distração. Prazer Enzo. – Ele se apresentou.

—Dante. – Respondi.

—Estava à espera de um amigo, mas acho que ele não vem. – Disse Enzo.

Não achei que deveria engatar conversação nenhuma então apenas dei um sorriso, sem vontade, de canto. Enzo me puxou pelo braço, provavelmente para dançar, eu estava me sentindo tão angustiado que me soltei com força pelo seu braço e caminhei em direção ao banheiro.

Enzo me seguiu:

—Olha eu não quero te incomodar de forma alguma, te achei bonito e interessante, tô muito afim de você, mas se quiser te deixo em paz. – Disse.

Eu estava com muita raiva, eu estava angustiado. Eu estava desesperado. Desesperado para esquecer tudo. Dei alguns passos em sua direção e o beijei. Estava tudo tão frenético que eu me sentia em êxtase. Estávamos dentro do banheiro e a música ainda era alta, porém meio abafada, quando teve aquele segundo de pausa entre uma música e outra, ele sussurrou em meu ouvido para irmos até seu apartamento.

Não haviam se passado nem cinco minutos depois eu estava beijando Enzo dentro do elevador daquele hotel. No momento eu não percebi que o nome que ele deu na recepção era Ulrich. Eu puxava sua camisa para fora da calça ele tirava meu cinto. Chegamos em seu andar e seu quarto de hotel era dos maiores que eu já tinha visto. Uma pasta com a logomarca da Build Corporation estava aberta sobre a mesa com um bilhete em cima, no momento eu não achava aquilo fora do comum. Não prestei muita atenção no resto das coisas, apenas naquele corpo que eu tocava, apalpava por todos os lados. Minha respiração estava pesada, e a dele também. Tirei sua camisa e vi que em seu peitoral negro e definido tinha uma tatuagem das relíquias da morte de Harry Potter. Ele tirou minha camisa e eu comecei a morder seu pescoço. Era tudo tão excitante, eu parecia desesperado por aquilo e ele conseguia me acompanhar tranquilamente. Seu cabelo crespo curtinho acrescentava um charme àquela barba suave e rala que tocava meu rosto. Puxei com força sua calça, junto da cueca. Continuamos no ritmo frenético ele me jogou na cama e me despiu por completo. Eu encarei aqueles olhos e o segurei pela nuca, o puxei em minha direção e tive uma noite maravilhosa de prazer.

***

Como aquele Lorenzo, ou Enzo, estava envolvido naquilo tudo? Agora eu tinha certeza que estava, pois o que aquele bilhete sobre rosas poderia significar? Eu estava me sentindo nauseado, aquelas pessoas, aquele barulho e agora Enzo? Dani sabia que eu estava ainda mais estranho mais não sabia o porquê.

Algum tempo após chegar, Lorenzo fez um brinde a vida de Sara, e passou a palavra a seu pai. Francis Ulrich, que havia chegado logo em seguida, sua entrada foi mais silenciosa que a de Enzo, as pessoas pareciam todas estar em busca da sua aceitação, imagino que todos gostariam de ser notados por ele, o mesmo emanava superioridade, era incrível como uma simples palavra que ele dissesse parecia ser a coisa mais importante do mundo. Em seu discurso ele disse:

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