Sem Radar

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Querido Rye

As coisas estão tomando um rumo diferente, parece que está cada vez mais claro o que eu sinto por você, tanto para mim, quando para as pessoas que estão ao meu redor, acho que está na hora de assumir o que sinto, pois já não dá para disfarçar. Arrumei alguns inimigos por conta disso tudo, mas eu não me importo, vou continuar lutando até o fim. Nesse fim de semana nós vamos fazer algo juntos, e será a primeira vez desde que voltei de Nova York, confesso que estou ansioso para isso e mal consegui dormir durante a noite, tenho certeza que vai ser um dia incrível, prometo arrancar de você todos os sorrisos que eu conseguir, prometo te dar toda minha atenção e todo o meu carinho, eu gostaria de gritar ao mundo o quanto eu te amo, e o quanto estou feliz de poder estar ao seu lado de novo, mesmo eu não sabendo se sente o mesmo por mim, mas logo eu saberei, sinto que a hora está chegando, mas enquanto não chega, espero poder passar os melhores momentos ao seu lado nesse fim de semana, espero não te decepcionar, Rye, espero não me decepcionar.

Com amor, Andy.

E foi assim que terminei meus últimos minutos dentro do quarto antes de ir encontrar Rye para irmos para a sua casa, escrevendo mais uma carta. Guardei ela dentro da pequena caixa junto com as outras, e coloquei dentro da minha mochila, eu iria leva-las comigo, era arriscado demais deixa-las no quarto até segunda, sem a minha presença para vigia-las, e impedir que alguém as lesse.

— Achei que fossemos juntos ao festival. — resmungou Niall, que estava me observando de braços cruzados, enquanto eu arrumava a minha mala.

— No próximo nós vamos juntos.

— O que o Rye tem que eu não tenho, hein?

Comecei a rir, era engraçado ver Niall com ciúmes.

— Dois ingressos na área vip da plateia. — respondi.

— Você é um interesseiro, Fowler.

— Você está correto, Niall — falei, indo em direção a porta. — estou interessado em algo, mas não são nos ingressos vips. — pisquei para ele, e saí do quarto, fechando a porta em seguida.

Para a minha surpresa, o Sr. Beaumont tinha ido nos buscar no colégio, conversamos um pouco durante o caminho, pois eu não tinha visto os pais do Rye desde que voltei de Nova York. Ele começou a contar sobre as coisas que Rye fez durante o ano que eu estive fora, e citou o fato dele estar com a Sophia, e perguntou o que eu achava do relacionamento dos dois, uma vez meu pai me disse "Andy, você pode escolher a dedo os seus amigos, e pode meter o dedo no próprio nariz, mas não pode meter o dedo no nariz do seu amigo", eu já tinha interferido demais nessa história do Rye com a Sophia, e eu não queria estragar o fim de semana, então decidi não opinar.

— Não sei o que dizer, Sr. Beaumont, mas se o Rye está feliz com ela, acho que ele deve seguir em frente.

Rye baixou a cabeça e ficou em silêncio, nesse momento percebi que algo estava errado.

— Fico feliz que o Rye esteja com alguém, ele nunca levou nenhuma namorada para a casa, achei que tivesse algum problema com as garotas.

— Pai! — Rye bravejou. Ele estava sentado no banco da frente ao lado do seu pai, e eu estava no de trás.

— Desculpe filho, mas é a verdade.

— Tudo tem sua hora certa — explicou ele. — e eu nem sei se a Sophia é a pessoa que eu quero do meu lado para manter um relacionamento.

Confesso que meu coração palpitou naquele momento e senti um pouco de esperança, mas decidi permanecer calado e não palpitar sobre o assunto.

Nós terminamos o trajeto falando de outras coisas, o que me permitiu interagir com o Sr. Beaumont, sem ter que falar da vida pessoal do Rye.

Cartas para Rye | RandyOnde histórias criam vida. Descubra agora