Capítulo Dezesseis: O melhor modo de reconciliação é esse

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Kara acordou no dia seguinte com a luz do sol entrando pelas janelas da sala. Tinha adormecido de vestido, de óculos e sandálias enquanto assistia Friends. Deu uma boa olhada em seu rosto no espelho: os olhos estavam inchados e vermelhos. Kara tomou um banho e vestiu a camisa social por dentro da calça como sempre fazia, usando um cinto; prendeu o cabelo em um rabo de cavalo e pela primeira vez se permitiu usar óculos escuros.

Estava indo direto para sua sala assim que chegou na CatCo Worldwide Media, mas foi chamada por Cat diretamente.

— Bom dia, senhorita Grant — cumprimentou Kara, com as mãos para trás.

— Por que os óculos? — perguntou Cat de antemão.

— Conjuntivite — mentiu.

— Ambas sabemos que não é conjuntivite, né Kara. — Cat balançou a cabeça em sinal negativo. — Já que você quer que pensem que você está com conjuntivite, você está dispensada. Quem está com conjuntivite não pode trabalhar.

Kara inflou o peito e teve vontade de chorar de novo. Cat não podia estar fazendo aquilo com ela.

— Vamos, pra casa! — Cat balançou os dedos para frente.

Kara girou nos calcanhares e caminhou até o elevador. Já estava chorando silenciosamente quando atingiu a calçada da rua, e enquanto andava ligou para Alex:

— Alex, estou indo pro DOE mais cedo, Cat me liberou. Aconteceu um monte de coisa ontem, preciso te contar.

— Kara, estou em casa — informou Alex. — J'onn achou melhor que eu ficasse aqui e esperasse quando você saísse da CatCo. Vem pra cá.

Kara achou estranho, não era uma típica atitude de J'onn. Resolveu não discordar e ir para a casa de Alex.

Chegou ao prédio e o porteiro a mandou subir direto, ainda informou que Alex tinha dito que a porta estava aberta e ela podia entrar sem bater. Kara subiu de elevador até o andar de Alex e entrou em seu apartamento sem bater como foi lhe dito.

— Oi, estou entrando. — Kara informou fechando a porta atrás de si.

Quando andou um pouco mais e teve uma visão ampla da sala do apartamento de Alex, Kara não viu nenhuma Alex lá.

Lena estava sentada no sofá escuro da sala, vestindo um de seus terninhos, de cor azul escuro e camisa branca; tinha o cabelo solto e a expressão ilegível. Parecia a visão do céu e o inferno ao mesmo tempo, o próprio purgatório.

Kara estremeceu, franziu a testa e por um momento não soube o que dizer.

— O que... — tentou começar. — O que você está fazendo aqui?

— Sente-se, por favor — pediu Lena, apontando o lugar vazio ao seu lado.

— Eu não vou me sentar, eu quero que você me diga o que você está fazendo aqui.

Lena suspirou.

— Depois do acontecimento no estacionamento ontem, eu falei com uma... — Lena pensou. — amiga. Depois eu falei com Alex, porque precisava falar com você e pedir desculpa. Mas tem o problema do meu irmão — Lena arregalou os olhos quando disse "irmão". — e precisávamos de uma estratégia. Sabemos que no DOE e na L-Corp, provavelmente até na CatCo, Lex tem informantes e até aliados, isso é certeza. Alex ofereceu o apartamento dela, se eu chegasse primeiro e você bem depois, não levantaria tantas suspeitas.

Kara estava ainda estava de pé, com a expressão fechada e os braços cruzados. Lena se levantou e ficou de frente com ela, não muitos centímetros longe.

Beyond My Power // Supercorp PT-BROnde as histórias ganham vida. Descobre agora